General assume Autoridade Olímpica e temor de demissões é real
José Cruz
O general Fernando Azevedo e Silva, que hoje assume oficialmente a presidência da APO (Autoridade Pública Olímpica), atua no cargo já há um mês, no escritório do Rio de Janeiro, sede dos Jogos 2016. Nesse tempo, ele se assessorou de especialistas do Ministério da Defesa, seus ex-colegas, muitos com a experiência de terem atuado nos Jogos Mundiais Militares, em 2011, no Rio.
Com o austero regime de caserna implantado, cresceu o temor de demissões. E na reestruturação da APO que está em andamento, o general terá maior controle sobre as viagens realizadas pelos funcionários do órgão.
No ano passado, Cid Blanco Junior foi um dos funcionários que se destacou no quesito “recebimento de diárias”, com R$ 107 mil. Este ano, ele já recebeu R$ 29 mil, segundo portais de fiscalização. Cid é o primeiro da lista no quesito “diárias” se desconsiderarmos os seis primeiros, todos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que atuam no projeto de satélite Brasil/China.
Cid Blanco chegou à APO na gestão do ex-presidente Márcio Fortes. Arquiteto, Cid é da quota de “indicados políticos” da ministra do Planejamento, Miriam Belchior. São os tais “apadrinhamentos” políticos, que ocorrem em vários órgãos do governo.
Mérito
Não entro no mérito dos valores recebidos que ainda pesquiso, pois viagens num projeto olímpico são indispensáveis, claro. Mas publico os números para que se tenha uma ideia de como a preparação de uma cidade olímpica custa muito dinheiro aos cofres do governo.
Na próxima mensagem apresentarei detalhes sobre as principais despesas da Autoridade Pública Olímpica, consórcio formado pelos governos Federal, Estadual, do Rio de Janeiro e Municipal, também do Rio, para desenvolverem de forma integrada o projeto de preparação da cidade aos Jogos Olímpicos de 2016.