“Eu fazia o que gostava e ainda me pagavam”
José Cruz
Numa manhã ensolarada de 2006, viajei com Nilton, desde o Flamengo, onde morava, até o Maracanã. Lá, ele ia diariamente conversar com jornalistas e turistas.
No caminho, muitas paradas para fotos e autógrafos. Mesmo aos 81 anos, naquela época, ainda era conhecido por torcedores de sua geração e os mais jovens, inclusive. A conversa daquele dia rendeu reportagem de página inteira, no Correio Braziliense.
Na última etapa, quando já caminhávamos pela alameda que circunda o Maraca, Nilton ouvia e em seguida identificava os passarinhos daquele ambiente. Assim como Mané Garrincha, ele também era apaixonado por pássaros.
Em determinado momento, Nilton parou:
“Sabe por que o pardal nunca quis aprender a cantar? Para não viver preso em gaiolas”, respondeu em seguida.
Esse pensamento sintetiza a vida de Nilton Santos, a liberdade! Foi livre e elegante no futebol.
Como escreveu Armando Nogueira:
“Tu em campo parecia tantos / E, no entanto – que encanto – eras um só: Nilton Santos”.
Saudade!