Blog do José Cruz

O frágil momento do tênis e as vaias ao ministro Aldo Rebelo

José Cruz

 

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, passou por momentos constrangedores no Ginásio do Ibirapuera, domingo, ao ser vaiado na cerimônia de premiação do Brasil Open de Tênis.

Não entro mo mérito da oportunidade dessas vaias, até porque o ministro não estava ao lado do presidente da Confederação de Tênis, Jorge Rosa, esse sim, dirigente que atrai vaias e apupos pela desastrosa gestão que realiza.

Ficou célebre a citação de Nelson Rodrigues: “No Maracanã se vaia até minuto de silêncio”.

Mas não era o Maracanã. Era a capital paulista, terra onde Aldo Rebelo se elegeu deputado federal. Aldo, ex-presidente da Câmara, ministro responsável pela condução de ações para a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos Rio 2016.

Justas ou não, as vaias devem ser bom motivo para o ministro realizar uma avaliação sobre o momento de nosso esporte de rendimento a partir do próprio tênis. Se o evento em São Paulo não foi realizado pela Confederação de Tênis, dela teve a chancela.

Mais: teve patrocínio dos Correios. O ente público estava ali, fortemente representado institucional, financeira e politicamente, com a presença do ministro.

E é essa modalidade que provoca vaias que contribui com ricas denúncias de irregularidades na gestão de verbas, aprovadas pelo próprio Ministério dirigido por Aldo Rebelo.

Envolvido com pesadíssima agenda que a Copa do Mundo lhe impõe, o ministro não tem, quem sabe, tempo para cuidar dos demais compromissos de sua pasta. Assim, fica surpreso quando é vaiado publicamente.

Por isso, a manifestação soa como um alerta de que algo não está bem. Há indícios de que o setor vai muito mal. Isso denuncio frequentemente.

Mas essa realidade é mascarada pela euforia dos megaeventos e da fartura de dinheiro público, liberado sem controle ou fiscalização, como testemunham auditorias do Tribunal de Contas.

É hora de parar e avaliar, ministro, com seus assessores, os fieis assessores, porque há espertos à sua volta. Alguns já se foram, outros permaneceram disfarçados de especialistas…

Finalmente:

Sugiro a leitura de dois excelentes artigos sobre o evento de São Paulo, onde se confirma como ainda estamos longe de sermos um país olímpico e reforçam a necessidade de o ministro Aldo reavaliar seu trabalho.

Os artigos, de dois especialistas, Erick Beting, na área de marketing esportivo, e Fernando Meligeni, exemplar ex-atleta, crítico atento, sintetizam  o momento do tênis, em particular, e do esporte der alto rendimento, no geral.