Orlando Silva está desempregado. E agora?
José Cruz
Derrotado nas urnas, o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, procura emprego.
Baiano, mas candidato a vereador em São Paulo, Orlando conseguiu 19.739 votos: 0,35% dos votos válidos. Não se elegeu em seu primeiro vestibular eleitoral.
Sem ministério e sem cargo eletivo ele engrossa a fila dos desempregados.
De repente, como estudante de Direito, poderá conseguir vaga no escritório de Carlos Nuzman, no Rio. Os dois foram parceiros na aventura dos Jogos Rio 2016, se entendem bem. Logo…
Deputado
Orlando Silva seria candidato a deputado federal em 2010, mas o então presidente Lula da Silva o manteve no ministério do Esporte com promessas de dias melhores.
Passou o tempo, as denúncias de corrupção cresceram e Orlando dançou.
Agora, confirmam-se os motivos de as principais verbas da gestão Orlando terem sido aplicadas em São Paulo, principalmente as do Segundo Tempo e do programa Pintando a Cidadania: campanha chapa branca antecipada.
Em vão. O eleitor está de olho nos espertos.
Juiz de Fora
Em Juiz de Fora, o ex-secretário do Ministério do Esporte, Wadson Rodrigues, que também fez campanha milionária com dinheiro público do Segundo Tempo, para deputado federal, em 2010, agora nem se candidatou.
Naquele ano, Wadson liberou R$ 4 milhões para Juiz de Fora. Pouco depois ele sairia candidato pelo PCdoB. Fez 54 mil votos, suplente, na rabeira…
Agora o rolo é outro: desaparecimento R$ 2 milhões. A grana, também do Ministério do Esporte, destinada ao projeto Pintando a Cidadania, em Juiz de Fora, liberada ainda quando Wadson estava em Brasília, foi gasta em apenas uma semana. Gasta não, o dinheiro foi sacado da conta e o material não foi produzido. Outro prejuízo para os cofres do Ministério do Esporte.
CGU
Em 2011, a Controladoria Geral da União determinou que R$ 50 milhões do Segundo Tempo voltassem aos cofres públicos, pois foram desviados de seus objetivos. Estou atrás do processo para saber onde o dinheiro foi aplicado…
Aplicado no bom sentido, claro.
E ainda há aquele sinistro caso de Brasília, cuja ONG do policial João Dias foi bonificada com R$ 2 milhões, ainda no tempo do ministro Agnelo Queiroz. A liberação do dinheiro foi assinada pelo então secretário-executivo do Ministério do Esporte, Orlando Silva.
João Dias teve seu projeto e suas ações garantidas pelo Ministério. Hoje ele é desqualificado por Agnelo e Orlando. Traição entre amigos. Mas o processo continua e Agnelo também está envolvido na confusão. Porém, João está assustadoramente quieto, não fala, não diz nada sobre o assunto.
Sinistro, muito sinistro tudo isso…
Foi para parar com essa tempestade de irregularidades que a presidente Dilma colocou no ministério o deputado federal Aldo Rebelo. Pelo menos as denúncias pararam, mas o resultado dos inquéritos ainda não foram divulgados.
Para evitar dúvidas seria bom que o Minsitério divulgasse as conclusões e o nome dos envolvidos.
Além do voto, democracia também se pratica assim, com transparência.