Olimpíada e o mensalão da mequetrefe
José Cruz
Em Londres, são tristes algumas explicações de nossos atletas que ficaram pelo caminho nos Jogos Olímpicos.
Em Brasília, acompanhar os advogados de defesa da turma do Mensalão é voltar aos melhores momentos da Escolinha do Professor Raimundo.
Em Londres, o vento tornou-se um dos culpados de nossas fraquezas. Perdemos, não saltamos, desconcentramos, erramos, enfim, porque o vento … foi contra…
Em Brasília, advogados muito bem pagos argumentam que inocentes senhores, seus clientes, foram explorados por espertos corruptos que saquearam os cofres públicos.
Ninguém sabia que, ao emprestar o nome, estaria envolvido num escândalo que fede ainda hoje. Ninguém é culpado de nada. Quanta injustiça!
O deboche é tão escancarado que um advogado argumentou que sua cliente acusada de integrar a quadrilha do mensalão era uma “funcionária mequetrefe”. Uma simples “preenchedora de cheques”… cujo destino dos valorizados talões ignorava…
''Mequetrefe”?
É o seguinte, segundo o Dicionário Houaiss:
“- indivíduo intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido
– indivíduo de caráter duvidoso; patife, mariola, biltre
– indivíduo sem importância, inútil, insignificante; borra-botas, joão-ninguém.”
Como diria um famoso filósofo, com a porta fechada para não entrar vento:
“Não é nada, não é nada, não é nada mesmo!”