Blog do José Cruz

Medalhas: projeção do COB é conservadora por conveniência

José Cruz

A vitória da Seleção de futebol feminina foi  bela apresentação da equipe brasileira nos Jogos de Londres. Começar a jornada com vitória é bom para o astral de toda a delegação. Acredito que os marmanjos, na estréia hoje, contra o Egito, darão conta do recado. Ás 15h45. Boa sorte.

Medalhas

E volto ao assunto “medalhas e cobranças”, porque rende bons debates.

A previsão do Comitê Olímpico Brasileiro de repetir a campanha de Pequim-2008 é “conservadora” por conveniência. Estrategicamente correto.

Pela leitura de especialistas o Brasil tem condições de chegar a um maior número de conquistas do que as 15 projetadas. Com mais recursos financeiros todos os atletas puderam se preparar melhor, conhecer mais seus adversários. Principalmente nas modalidades individuais.  É o caso do judô, que classificou atletas para todas as categorias, fato inédito nesse esporte no país.

Mas e as surpresas,  como a má fase do vôlei? Essas poderão ser compensadas pela renovação de nomes no pódio, na ginástica, natação, atletismo. Oportunamente comentarei sobre essas previsões.

Assim, enquanto o COB faz previsão conservadora o Ministério pede mais resultados. Se tivermos crescimento, todos se abraçarão e o ministro Aldo dirá que o dinheiro do governo fez a diferença.

Caso contrário, ninguém poderá dizer que não foi avisado; e o COB lavará as mãos, até 2016 …

Dúvidas

Um único ouro faz  diferença na classificação final, mas se ele  vier do futebol, por exemplo, isso não significará nada em termos de evolução do olimpismo brasileiro. Ficaremos bem na fita, como se diz, mas a evoluçãodo esporte em geral  ficará mascarada, é ilusória.

Da mesma forma, se perdermos o pódio no vôlei, isso não representa o fracasso da modalidade no país. A instituição tem estrutura e tradição, sabe como voltar ao rumo.

E que venha 2016!!

Porém, para o Brasil ficar entre os 10 primeiros nos Jogos do Rio  – meta do COB e do governo federal –  teremos que ganhar medalhas em seis novas modalidades, além das tradicionais do judô, vela, natação …

Ou seja, precisaremos evoluir muito em quatro anos, o dobro do que fizemos nas duas últimas décadas…

E  combinar com os adversários, claro, para que estacionem ou não joguem tanto quando nos visitarem…