Blog do José Cruz

Tênis: patrocinadores têm obrigação de investigar denúncias. Cartola apela para o deboche

José Cruz

As denúncias de irregularidades na gestão de recursos públicos da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) aqui divulgadas,  comprometendo a seriedade proposta pelo presidente Jorge Rosa, precisam ser investigadas com urgência.

Apesar de o assunto já estar em nível judicial e, inclusive, da Polícia Federal, é indispensável que os patrocinadores do tênis também avancem nas investigações, a fim de se ter efetiva e segura transparência de uma entidade que lida com recursos públicos.

Correios, Caixa – que administra as loterias – Ministério do Esporte, que repassa expressivas verbas à CBT e o próprio Comitê Olímpico Brasileiro, administrador central dos recursos da Lei Piva, têm a obrigação de questionarem a direção da CBT sobre as denúncias e que divulguem amplamente a realidade dos fatos, sob o ponto de vista oficial.

Deve-se considerar que  tais denúncias não vieram de um irresponsável com o propósito de fazer alarido ou brigar por cargos, mas de um dirigente da CBT, o senhor Arnaldo Gomes, terceiro na hierarquia da Confederação.

É raríssimo um comportamento assim. O comum é esconder os fatos ilegais para proteger a diretorria como um todo. Arnaldo ousou ao levantar suspeitas, com base em documentos oficiais  sobre atos gravíssimos, e está sujeito a represálias de seus pares. Também sobre isso precisamos estar alertas para repudiar qualquer tentativa nesse sentido.

Parceiro de primeira hora quando Jorge Rosa denunciava falcatruas na CBT, em 2005, na histórica campanha que afastou Nelson Nastás, Arnaldo Gomes alerta, agora, para  a repetição de problemas de então. Não foi para isso que criaram o movimento Tênis Brasil. E onde estão os parceiros daquele momento de apoio a Jorge Rosa, entre outros Gustavo Kuerten?

Engraçado e triste

Ao explicar  seu vínculo de empresário do tênis com benefícios que pode receber da Confederação, da qual é o primeiro vice, Jesus Tajra tentou ser engraçado com a repórter Carol Knoploch, de O Globo, conforme reportagem ontem publicada.

Porém, na sua ironia de ocasião foi debochado e acabou acusando o próprio presidente do COB, Carlos Nuzman, de também se beneficiar do cargo.

Denúncia que foi repelida pelo COB na mesma reportagem, mas isso demonstra dois fatos: a irresponsabilidade de um dirigente do tênis e a necessidade crescente de uma investigação rigorosa no sistemaa esportivo nacional, contemplado com milhões de recursos financeiros mas sem a fiscalização adequada.

A pretexto de identificar talentos, formar atletas e coordenar delegações esportivas o esporte de rendimento tornou-se fonte inesgotável de enriquecimento de poucos com financiamento de verba pública. Isso é real, e  se o governo não está interessado em fiscalizar, que seja o Congresso Nacional – também suspeito por sua frágil idoneidade – mas ainda o representante maior da democracia que se  defende.

Pior foi a manifestação de Jorge Rosa, desrespeitoso com a repórter Carol Knoploch, baixando o nível do deebate e fazendo pouco de acusações sérias que deveriam merecer dele o rigor da transparência.

Principalmente, porque Jorge exerece um mandato até agora sem resultados que nos orgulhem.

Ao contrário, é vergonhoso para o Brasil, que já teve tenistas de expressão internacional, suplicar para tenhamos um representante na Olimpíada de Londres, pois pela qualificação de direito não conquistamos a vaga.

 

 

 

 

Portanto