Blog do José Cruz

Tênis: para que não fiquem dúvidas

José Cruz

Há três anos ocupo este privilegiado espaço do UOL Esporte que, aos poucos, vai se tornando ponto de bons debates fora das quatro linhas.

Portanto, ao responder a mensagem do presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Rosa, o faço em respeito ao leitor e não ao cartola, que não se manifestou quando dos questionamentos enviados. Mesmo porque, depois que virou a mesa para mudar o estatuto e dele se beneficiar, esse senhor não merece mais o meu respeito.

Porém, não transformarei este espaço em discussões cansativas e de desmentidos. De tudo o que escrevi tenho provas. Não sou irresponsável.

Em resumo, fixo-me nos casos que considero mais graves para um dirigente que recebe recursos públicos de várias fontes do governo:

O senhor Rosa usou seis contas correntes do Instituto Tênis – duas do Banco do Brasil, três do Banco Itaú e uma do Banco Nossa Caixa –  para movimentar recursos da Confederação de Tênis. Se precisar, divulgarei o número e as agências dessas contas, todas na capital paulista. Tais operações, que considero um drible para esconder dinheiro de compromissos financeiros, são legais à luz da legislação fiscal e bancária? É, no mínimo, um ato ético?

O senhor Rosa não apresentou balanço de tais movimentações bancárias nem ao presidente do Instituto Tênis, alegando que tal caracterizaria “desrespeito ao sigilo garantido por lei”, conforme mensagem  cuja cópia me foi entregue.

Estive em Florianópolis e obtive, de forma legal, junto ao cartório de registros, cópias das atas e estatutos do Instituto Tênis. Uma das cópias do estatuto tem o artigo 11 alterado, beneficiando a atuação do emitente de cheques, no caso o senhor Rosa. Os detalhes dessa operação, em que datas, texto e assinaturas diferem já contei neste espaço e foi repetido hoje, detalhado e didaticamente em reportagem no jornal O Globo.

O processo no Ministério Público de São Paulo contra a diretoria da Confederação Brasileira de Tênis tem o carimbo de “segredo de Justiça”;  atualmente o documento está na Polícia Federal que investiga as denúncias de irregularidades na gestão de Jorge Rosa.

Sobre prestações de contas, que Rosa alega não serem necessárias, o estatuto da CBT diz o seguinte:

Art. 43 – À diretoria, coletivamente, compete:
f) submeter, trimestralmente, à apreciação do Conselho Fiscal, os balancetes da Tesouraria
.

Temos isso? Portanto, o senhor mentiu, presidente, em sua mensagem ao UOL Esporte. Assim, que confiança merece?

Finalmente:

Conversei novamente com o segundo vice-presidente da CBT, Arnaldo Gomes, que pede transparência CBT e discorda da recente manobra que alterou os estatuto, a fim de permitir a terceira eleição de Jorge Rosa. Arnaldo confirmou todas as informações registradas no blog. E acrescentou que não se afastará do cargo para o  qual foi eleito, pois será nessa condição que combaterá a gestão arbitrária do atual presidente, buscando, prioritariamente  transparência em todos os atos da diretoria.