Copa 2014: estádios, nomes famosos e naming rights. Esse negócio vingará?
José Cruz
Além das oposições políticas, conservadorismos, etc que envolvem o “batismo” dos estádios da Copa, outro forte ingrediente sugere não prestar homenagens a ex-jogadores, como “Mané Garrincha”, por exemplo, aqui debatido ontem.
Sem nomes consagrados os governos têm mais liberdade para negociar os contratos de “naming rights”, que é a transferência das novas arenas para uma marca famosa, que passará a explorar o espaço.
Imagino “Estádio Nacional de Brasília Johnson & Johnson…” Ou “Maracanã Mercedes Benz...”, “Mineirão Fiat…”, “Estádio Pantanal Goodyear”…
Será que algo assim vai pegar da mesma forma que se popularizou o Allianz Arena, de Munique?
Especialista
Amir Somogi, profissional da BDO RCS, empresa de consultoria e gestão esportiva, de São Paulo, avalia o tema como “bem complexo”.
No caso específico de Brasília é possível que o governador Agnelo Queiroz tenha vetado o projeto de lei de Liliane Roriz, dando ao novo estádio o nome de Mané Garrincha, por se tratar de uma deputada da oposição.
“Mas acredito, também, num foco para a exploração comercial da nova arena, que pode ser extremamente importante para alavancar as receitas de marketing do estádio.”
Estratégia
Porém há erros estratégicos nessa relação, como esperar muito tempo para negociar os contratos de naming rights. “O ideal é fechar esses contratos antes de a obra estar concluída,” diz o especialista.
Mas, afinal, em que estágio estão essas negociações? Quem abre tais informações? Há alguém efetivamente interessado em assumir as arrenas da Copa?
“O operador da arena deve ter em mente que além do contrato de naming rights deve investir pesado em ações de comunicação para fortalecer a marca parceira. Do outro lado, a marca que adquire esse direito, deve investir pesado em ações de ativação. Esperar que os veículos de comunicação citem os nomes das empresas é muito pouco para alavancar o nome do estádio”, explica Amir.
Análise da BDO RCS indica que os contratos de naming rights para os 12 estádios da Copa podem produzir cerca de R$ 1,56 bilhão em duas décadas, ou R$ 78 milhões por ano.
Para conhecer mais sobre o tema clique aqui.
O assunto entrará breve na pauta dos governos ou a manutenção de nove das 12 arenas ficará por conta dos cofres públicos.