Governo já gastou R$ 144 milhões em consultorias para Copa e Olimpíada
José Cruz
Quatro órgãos do governo federal já gastaram R$ 144,9 milhões em consultorias externas para a Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016.
Desse total, só o Ministério do Esporte desembolsou R$ 31,3 milhões em consultorias para a Copa e R$ 41,3 para a Olimpíada, num total de R$ 72,6 milhões, entre 2008 e 2011.
Para a Copa do Mundo, o ministério mais ousado em contratação de consultoria externa é o do Turismo, com R$ 60,4 milhões.
Já o Finep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) gastou R$ 8.735,00 milhões. E o Ministério da Cultura foi mais modesto, com apenas R$ 3 milhões.
Contraste
Os valores contrastam com recente declaração do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Ontem, ele criticou a consultoria ao Comitê Organizador da Copa (COL) segundo a qual é “crítico” o atraso nas obras para 2014”, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Há poucos dias, Aldo Rebelo ironizou a expressão “elefante branco”, usada pelo Tribunal de Contas para os estádios que não terão serventia no pós-Copa.
Agora, o ministro voltou a surpreender com manifestação debochada para a gravidade do assunto e realidade dos fatos.
Além de o relatório do COL estar “desatualizado”, como afirmou, Aldo disse que na área de consultoria “a tradição é sempre botar defeito, problema, porque se não ele (o consultor) não tem como prosseguir o trabalho”.
Ora, se é essa a visão de Aldo Rebelo sobre consultorias como explicar que sua pasta já tenha desembolsado R$ 72 milhões nesse tipo de contrato?
CONSULTORIAS 2088/2011 | ||
Copa 2014 | R$ | |
Min. Turismo | 60.566.977 | |
Min. Esporte | 31.312.540 | |
Finep | 8.735.915 | |
Min. Cultura | 3.000.000 | |
Subtotal | 103.615.432 | |
Olimpíada 2016 | ||
Min. Esporte | 41.321.178 | |
TOTAL | 144.936.610 |
Legado zero
É estranho, também, que cinco anos depois do Pan 2007 o Ministério do Esporte não tenha se preparado para os grandes eventos e contratado pessoal qualificado para as indispensáveis consultorias.
Observa-se que, no quesito “planejamento”, o legado do Pan foi zero para a área governamental.
Mas não tem importância, contrata o consultor externo que o povão paga a conta.