Quem é o Demóstenes do Esporte?
José Cruz
Depois da série de escândalos no Poder Executivo, com reforma ministerial turbinada por denúncias de corrupção – o Esporte no jogo… – a bomba chegou ao Legislativo, onde o senador Demóstenes Torres é a bola da vez.
Triste, mas temos, sim, “a bola da vez”. Ou “da semana”…
Como sabem, as questões nacionais do esporte passam, necessariamente, pelos poderes da República. E as excelências são sempre craques nesse triste espetáculo. No mínimo craques da omissão.
É jogo que se renova há anos, com interminável prorrogação. Vamos em frente.
Lei de Incentivo
Nas últimas semanas denunciei sobre a falta de prioridades na aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte. Nosso dinheiro público vai para quem tem muito, em detrimento de quem nada tem. Nosso dinheiro público sai sem controle, sem fiscalização, sem retorno.
Depois de seis anos despejando muito no esporte de rendimento, só a Lei de Incentivo ao Esporte teria condições de ser responsável pela formação de uma equipe olímpica de primeira. Não temos isso. Nem sequer previsão do que vai acontecer nos Jogos de Londres… Querem desmando mais evidente?
Só isso já é prova do derrame, do desperdício, da irresponsabilidade governamental.
E isso se comprova com a resposta do Ministério do Esporte – pela qual esperei mais de dois anos… – reconhecendo que minhas dúvidas sobre o dinheiro entregue à Federação Paulista de Hipismo tinham, de fato, “suspeitas de “irregularidades”!!! E chamaram a Controladoria Geral da União para investigar. Quanto progresso!!!
Quem é?
Diante disso, fico imaginando:
Quem é o Demóstenes do Esporte? Quem é o Carlinhos Cachoeira disfarçado de atleta ou cartola que dialoga no Ministério do Esporte.
Sejamos sinceros: não somos ingênuos. A festa do Segundo Tempo é exemplo recente e triste que não nos deixa ilusões de clareza e transparência.
E, enquanto reconheço a determinação do ministro Aldo Rebelo, que mandou investigar desmandos na Lei de Incentivo ao Esporte, no caso do hipismo, não ignoro que ele, assoberbado com assuntos da Copa 2014, relaxou com questões internas no Ministério sob a sua guarda.
Vivemos momentos extremos do esporte: a euforia dos megaeventos e a risada dos poderosos, com a festa que fazem com o dinheiro público que recebem, sem controle.
Vivemos, enfim, o megaevento da desordem financeira institucional. Esse assunto não termina aqui. Há novidades – tristes – ali adiante.