Blog do José Cruz

Arquivo : abril 2012

Corrupção: contas do Mundial de Natação-2005 ainda não fecharam. No Canadá! Brasil faz escola
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José Cruz

Os organizadores do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2005, em Montreal, no Canadá, não fecharam o balanço financeiro, que envolve denúncias de corrupção e várias disputas judiciais.

 No Brasil, o Tribunal de Contas da União também não conseguiu apresentar o relatório final dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, com oito processos ainda em rigorosas auditorias.  

 Dívida

Na festa de Montreal, além de uma dívida de 4,77 milhões de dólares canadenses e disputas judiciais com diversos fornecedores, foram comprovados desvios de boa parte dos 16 milhões de dólares canadenses doados pelo governo federal.  

 O Brasil não trouxe medalhas dessa competição. A notícia, publicada pelo jornal The Gazette Montréal, está aqui.


A Copa dos enredados
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José Cruz

Historicamente obediente aos interesses do futebol profissional,  o Congresso Nacional rebela-se, no bom sentido, no momento de apreciar a Lei Geral da Copa 2014. E agrava o impasse institucional entre o governo brasileiro e a Fifa, apesar da aparente tranqüilidade demonstradas na semana passada, no encontro da presidenta Dilma Rousseff com o líder da Fifa, Joseph Blatter.

Confronto

O confronto é evidente. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, deixou claro que não quer mesmo se encontrar com o desafeto da Fifa que, há  um mês, sugeriu um “chute no traseiro dos brasileiros,” para agilizar as obras da Copa.

Agiu rápido Aldo Rebelo, quando soube, ontem, que Blatter havia indicado Volke para representá-lo na audiência pública da próxima semana, na Comissão de Educação, Cultura e Desporto, do Senado Federal.

Através dos líderes da base do governo desarticulou a audiência que, agora, será realizada em conjunto com as comissões de Constituição e Justiça e a de Assuntos Econômicos. Mesmo assim, mais atrasos.

Problema

O problema é mais grave, pois o governo não pediu análise simultânea de comissões nem urgência na votação do projeto de lei geral da Copa.

Ou seja, o documento será apreciado separadamente em três comissões: Educação, Cultura e Desporto, Assuntos Econômicos e Constituição e Justiça, naquela tramitação vagarosa, característica do Parlamento brasileiro. Só então, o projeto irá à sanção presidencial. Isso se não sofrer mudanças no Senado, pois se tal ocorrer o documento voltará à apreciação da Câmara.

Resta saber até quando a Fifa suportará a burocrática tramitação do projeto, decisivo para assinar contratos com as  empresas que atuarão no Brasil.

Contraste

Não bastassem os atrasos nas obras e a falta de planejamento para o segundo e terceiro ciclos da Copa apresenta-se agora um agravamento institucional, evoluindo do Executivo para o Legislativo e já com forte apoio popular.

O abacaxi está sobre a mesa, deixado pelo ex-presidente Lula à sucessora, Dilma Rousseff. Independentemente dos acertos nas medidas tomadas pelo governo, vivemos uma situação perigosa, pois a Fifa poderá desencadear seu plano B, tirar a Copa do Brasil e colocar o país na vitrine do vexame internacional. Quem duvida?

 


Quem é o Demóstenes do Esporte?
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José Cruz

 Depois da série de escândalos no Poder Executivo, com reforma ministerial turbinada por denúncias de corrupção – o Esporte no jogo… – a bomba chegou ao Legislativo, onde o senador Demóstenes Torres é a bola da vez.

 Triste, mas temos, sim, “a bola da vez”.  Ou “da semana”…

 Como sabem, as questões nacionais do esporte passam, necessariamente, pelos poderes da República. E as excelências são sempre craques nesse triste espetáculo. No mínimo craques da omissão.

 É jogo que se renova há anos, com interminável prorrogação. Vamos em frente.

 Lei de Incentivo

Nas últimas semanas denunciei sobre a falta de prioridades na aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte. Nosso dinheiro público vai para quem tem muito, em detrimento de quem nada tem. Nosso dinheiro público sai sem controle, sem fiscalização, sem retorno.

 Depois de seis anos despejando muito no esporte de rendimento, só a Lei de Incentivo ao Esporte teria condições de ser responsável pela formação de uma equipe olímpica de primeira. Não temos isso. Nem sequer previsão do que vai acontecer nos Jogos de Londres…  Querem desmando mais evidente?

 Só isso já é prova do derrame, do desperdício, da irresponsabilidade governamental.

 E isso se comprova com a resposta do Ministério do Esporte – pela qual esperei mais de dois anos… –  reconhecendo que minhas dúvidas sobre o dinheiro entregue à Federação Paulista de Hipismo tinham, de fato, “suspeitas de “irregularidades”!!!  E chamaram a Controladoria Geral da União para investigar.  Quanto progresso!!!

 Quem é?

Diante disso, fico imaginando:

Quem é o Demóstenes do Esporte? Quem é o Carlinhos Cachoeira disfarçado de atleta ou cartola que dialoga no Ministério do Esporte.

 Sejamos sinceros: não somos ingênuos. A festa do Segundo Tempo é exemplo recente e triste que não nos deixa ilusões de clareza e transparência.

E, enquanto reconheço a determinação do ministro Aldo Rebelo, que mandou investigar desmandos na Lei de Incentivo ao Esporte, no caso do hipismo, não ignoro que ele, assoberbado com assuntos da Copa 2014, relaxou com questões internas no Ministério sob a sua guarda.

 Vivemos momentos extremos do esporte: a euforia dos megaeventos e a risada dos poderosos, com a festa que fazem com o dinheiro público que recebem, sem controle.

 Vivemos, enfim, o megaevento da desordem financeira institucional. Esse assunto não termina aqui. Há novidades – tristes – ali adiante.