Governo do DF não pagou campeões da Corrida de Reis
José Cruz
Apesar de o regulamento prever premiação “em até 30 minutos após o término do tempo oficial da prova”, até hoje, 38 dias depois, o governo do Distrito Federal ainda não pagou os valores aos campões da 42ª Corrida de Reis, realizada no dia 28 de janeiro.
No Distrito Federal, do governador Agnelo Queiroz, é onde se constrói um estádio de 75 mil lugares para a Copa 2014, que terá custo final acima de R$ 1 bilhão.
A premiação para este ano era de apenas R$ 47 mil, mas os valores não foram liberados até hoje, o que contribui para desmoralizar o já desgastado governo de Agnelo Queiroz. A Corrida de Reis, em 10km e 5km, é a segunda mais antiga do país, atrás da tradicional São Silvestre.
Assessores da Secretaria de Esporte afirmaram que estão dentro do prazo de pagamento dos prêmios, pois aguardam algum'' recurso de corredores que poderia anular o resultado.''
Mas isso não é comum nas demais tradicionais provas, Brasil afora. O prêmio é remuneração sagrada aos vencedores, pago imediatamente, no pódio.
No caso de Brasília, o próprio regulamento da Corrida de Reis previa:
“Haverá cerimônia de premiação no pódio, em até 30 minutos após o término do tempo oficial da Prova previsto no regulamento”. A prova foi homologada pela Federação Brasililense de Atletismo.
Portanto, estamos diante de um efetivo calote oficial. Corredores de rua, sabe-se bem, fazem dessa atividade uma forma de subsistência. Antes de se tornarem famosos ou olímpicos, os atletas passam por dificuldades enormes. É com o dinheiro de cachês e premiações que eles mantêm suas famílias, financiam treinos, viagens, academias, técnicos etc. Sem o direito a contusões — comuns nessa profissão — ou férias, pois deixar de correr significa ficar sem chances de prêmios e evoluções no ranking.
Além de demonstrar desordem administrativa do governo do Distrito Federal, a decisão de Agnelo Queiroz em retardar o pagamento dos prêmios é um desrespeito aos corredores de elite principalmente. O governo não consegue honrar o pagamento de R$ 47 mil e, mesmo assim, queria ser sede da Universíade. É um governo festeiro, sem noção de compromissos.