Copa 2014: reação enérgica e rigorosa. Parabéns, Ministro. Mas…
José Cruz
Ágil, rigorosa e enérgica a decisão do governo brasileiro, via ministro do Esporte, Aldo Rebelo, de descaracterizar Jèrome Valcke com interlocutor da Fifa para assuntos da Copa, no Brasil.
Se já havia desconfianças de abusos da Fifa, com exigências que “humilhavam a soberania nacional”, como dizem alguns parlamentares, com essa declaração de que “os organizadores (da Copa) merecem um chute no traseiro”, chega-se ao extremo das relações institucionais.
A situação agrava o diálogo e os problemas de preparação da Copa. Mas a citação desse senhor é agressão que repudiamos. E por vir de uma pessoa com autoridade internacional no esporte demonstra bem o nível desrespeitoso da instituição que cuida do futebol mundial.
Realidade
Está certo que os atrasos em várias frentes são evidentes, ao contrário da transparência dos gastos públicos, cada vez mais escondidos.
Tudo isso incomoda e preocupa os senhores da Fifa, que têm contratos comerciais e cronogramas a cumprir, e não vêem as ações avançarem como o previsto.
A propósito, até hoje não conhecemos a matriz de responsabilidade do segundo e terceiro ciclos – o primeiro trata dos estádios, aeroportos, hotéis e mobilidade urbana.
Os demais ciclos deverão definir quem será responsável por investimentos na segurança, saúde, turismo, telecomunicações etc. Não temos essas definições a um ano e pouco da Copa das Confederações.
Nem por isso o cartola da Fifa pode se expressar de forma pejorativa, baixa e repudiável.
Esse não é o nível de diálogo entre governos e instituições parceiras do esporte, onde a educação e o respeito devem ser prioridade.