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Dilma, Lula, Temer e os Jogos da ilusão
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José Cruz

No almoço com Lula, ontem, para discutir sobre os rumos políticos do governo e tentar melhorar as relações com o Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff deixou de fora o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), informa a repórter Denise Rothenburg em sua coluna Brasília-DF. Michel é o coordenador político do governo. É quem está segurando a corda, para que não arrebente mais cedo no lado do Palácio do Planalto…

Lula-Dima-Temer-Foto-Valter-Campanato-ABr

Esta é mais uma evidência de como as coligações partidárias (PT e PMDB, no caso)  são de ocasião, na hora do voto. E se tornam de brincadeirinha, quando o governo se instala, cada um buscando seus interesses, conforme o momento.

Enquanto isso…

Guardadas as proporções, assim são as relações do esporte com as forças armadas, desde 2011. São 700 atletas de alto rendimento vinculados ao Exército, Marinha e Aeronáutica, com salários e direito para bater continência. A estratégia surgiu para reforçar o time brasileiro nos Jogos Mundiais Militares, no Rio. Com resultados, claro, porque a disputa foi entre os profissionais daqui e os amadores de fora. Não é um jogo de ilusões, como nas relações políticas-partidárias?

Desde 2003, o Brasil esportivo avançou em vários programas, turbinados por muito dinheiro, mas sem um projeto central, a tal “política”. Agora, tenta construir uma, a partir do Sistema Nacional, mas sob o enfoque exclusivo do Ministério do Esporte. E isso acontece porque o comando maior não é técnico. Num primeiro momento foi político (o PCdoB), A partir deste ano é religioso, a Igreja Universal…

É assim mesmo, com estratégias de ocasião, para iludir e reforçar o discurso, como na política.

As fontes

Temos centenas de atletas com até cinco fontes de financiamentos públicos, num espetacular enriquecimento individual nunca visto no esporte, que ofende os que vivem na miséria, os que estão em início de carreira, a tal “base do esporte”.

Lei Piva, Lei de Incentivo, Orçamento do Ministério, Bolsa Atleta, patrocínio estatal e salário militar são as principais fontes do esporte. Há atletas que ganham até R$ 30 mil só de patrocínio de uma estatal, mais R$ 15 mil de Bolsa Atleta, salário do clube que representa e o soldo de terceiro sargento….

O recordista de medalhas no Pan, Thiago Pereira,0 ganhava R$ 40 mil mensais para nadar pelo Corinthians, informou o ex-presidente Andrés Sanches. No tênis, atletas faturam até 500 mil dólares por ano. Ótimo, são profissionais e é a regra do jogo! Mas com esses ganhos (cerca de R$ 16,5 milhões anuais) merecem a Bolsa Atleta, num país de educação pelas tabelas?

O desporto escolar e o universitário estão nesse contexto, agora reforçado pelos militares: qual a contribuição dessas instituições para o fortalecimento do esporte na escola e em nível superior?

Como na política, criam-se desvios conforme as necessidades, de acordo com o evento do dia e satisfazendo o que sai da cabeça do ministro-político de plantão.

Porque, entre as instituições oficiais do esporte o diálogo é de fachada. O discurso é apenas para que todos fiquem muito bem na foto. Depois, é cada um por si. Como Dilma e Temer.

Foto: revista Época


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