Blog do José Cruz

Arquivo : Guilherme Murray

Esgrima revela seu jovem talento
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José Cruz

Nos últimos anos, o Brasil evoluiu em modalidades até então sem resultados expressivos em torneios internacionais. Tiro com arco, pentatlo moderno, maratona aquática e surfe são os exemplos mais recentes do potencial brasileiro

Agora, o paulista Guilherme Murray, da esgrima, ingressa nesse ranking de resultados positivos no exterior, ao conquistar a medalha de bronze no torneio Challenge, da New York Fencing Academy, nos Estados Unidos,categoria 12 anos. Melhor: logo depois do pódio, Guilherme entrou na competição de categoria superior à sua, 14 anos, e  terminou as disputas em quinto lugar, demonstrando a ótima fase técnica, pois enfrentou atletas de nível internacional acostumados a disputar fortes torneios e com frequência maior do que os brasileiros.Muray-Esgrima

Memória

Guilherme (foto) foi notícia nacional há poucos meses. Num evento internacional, ele alertou o árbitro para uma pontuação errada que lhe fora atribuída, evitando prejudicar o seu adversário. Dei destaque a este fato porque, o jovem atleta aplicou, na prática, o que os dirigentes discursam na teoria, sobre a importância do “jogo limpo”. Esporte e educação, como se discute há anos…

O torneio

No evento de Nova York, o paulista entrou na chave principal, com todos os atletas jogando entre si. Após cinco combates da categoria 12 anos, classificou-se  para a eliminação direta.

Nessa etapa, o brasileiro venceu os norte-americanos Daniel Zaretsky e, em seguida, derrotou Jack Kambeseles. Na semifinal, perdeu para o Ethen Kushnerik (EUA), POR 15 a 14, mas garantiu o bronze, assim como o adversário Jaclyn Khrol (EUA).

Guilherme é atleta do Club Athletico Paulistano, e treinará este mês em academias norte-americanas.


O gesto olímpico do ano e a omissão do COB
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José Cruz

Na festa dos melhores atletas do ano, ontem, no Rio, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez homenagens e valorizou esporte, “uma aula de cidadania”.  Disse mais:  “A adrenalina do esporte olímpico eterniza a ética, a esportividade e companheirismo”.

Porém, o COB, que difunde a teoria, deixou de exaltar justamente que teve esse comportamento na prática, Guilherme Forman Murray. Murray G

O maior feito desse esgrimista paulista de 12 anos foi na luta pelas oitavas de final do Panamericano de Esgrima, no Caribe, quando ele alertou o árbitro que não havia tocado o adversário com o florete, anulando o ponto que poderia lhe representar a vitória e o avanço às quartas-de-final. O pódio, quem sabe.

“Não fiz nada de mais, apenas o correto”, disse o jovem esgrimista.

Caráter, ética e educação mostram o verdadeiro “espírito olímpico”, é uma das máximas divulgadas.

Mas quando  o COB poderia exibir um atleta com esse perfil e de raríssimo comportamento, não o fez. Foi egoísta na homenagem a quem escancarou, na prática, o que os cartolas difundem na teoria.

Parabéns a todos os atletas que conquistaram importantes pódios internacionais nesta temporada. Mas, não tenho dúvidas, o gesto olímpico deste ano é de quem deu uma aula espontânea de fair play e educação desportivas, contrastando com o momento de corrupção e falcatruas em que o país e o desporto em geral estão envolvidos.  Guilherme não entrou no jogo do “ganhar a qualquer custo”.

Guilherme Murray  –  bisneto de Sylvio de Magalhães Padilha, que foi competidor olímpico no atletismo  –  encerrou esta temporada com o maior número de medalhas de ouro na esgrima, entre os atletas do Club Athletico Paulistano.


“Golpe de valor”, o feito do ano no esporte
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José Cruz

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) realizará a tradicional festa dos destaques do esporte em 16 de dezembro.

Há novidades, indicando renovações, como as campeãs mundiais Martine Grael e Kahena Kunze, na vela, e Ana Marcela Cunha, na maratona aquática. E a surpresa, Marcus Vinicius D’Almeida, de 16 anos, vice mundial no tiro com arco.

Independentemente de pódios, o COB deveria homenagear outro jovem talento, o paulista Guilherme Forman Murray (foto). murray

O feito

Aos 12 anos, esse esgrimista foi o autor de um dos mais belos gestos que sintetizam todos os outros resultados no esporte, pódios e medalhas, inclusive.

Como já noticiei, Guilherme disputava aos oitavas de final do Panamericano de Esgrima, em Aruba, no Caribe. Poderia avançar no certame, mas ao ter validado um toque, Guilherme alertou o árbitro que não havia tocado o adversário com o florete, arma que disputa. O árbitro acatou, Guilherme perdeu o ponto e saiu da competição.

Caráter , ética e educação mostram o verdadeiro “espírito olímpico” difundido pelo COB. Mas foram, principalmente, nos ensinamentos da família e dos técnicos, no Club Athletico Paulistano, que Guilherme aprendeu a respeitar o adversário. Guilherme é bisneto do corredor Sylvio de Magalhães Padilha, ex-presidente do COB, morto em 2002.

Guilherme Murray é campeão brasileiro e sul-americano, e por seu feito fora do pódio a Associação de “Panathlon Clubes”, que defende os valores do esporte, homenageou o jovem brasileiro.

O feito do garoto teve repercussão nacional. Discreto, ele comentou:

“O pessoal no Brasil não está muito acostumado com isso (a lisura no esporte). Não fiz nada de mais, apenas o correto”.

Na minha avaliação, o gesto de Guilherme é o “feito do ano” no esporte.


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