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Rio 2016: “Elefantinhos brancos” ameaçam os legados olímpicos
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José Cruz

A falta de um Sistema Nacional do Esporte e a fragilidade do Ministério do Esporte no controle das verbas que libera indicam, segundo o Tribunal de Contas da União, “risco de que os resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos, inclusive a meta de posicionar-se entre os dez primeiros países classificados, se alcançada, não sejam sustentáveis para o período pós-2016”

Os centros de iniciação esportiva que estão sendo construídos com investimentos federais de R$ 967 milhões –  anunciados como “legado” dos Jogos Rio 2016 –  poderão se tornar “elefantinhos brancos”, na previsão do secretário de Controle Externo da Educação, Cultura e do Desporto do Tribunal de Contas da União, Ismar Barbosa Cruz.

Os financiamentos desses centros são liberados sem que o Ministério do Esporte, constate a real necessidade de suas localizações, além de os indicadores que sustentam os investimentos serem de “baixa qualidade”, “não confiáveis”!

Em debate na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, Ismar fez rápida avaliação do relatório de “levantamento de auditoria” em entidades do esporte, ponto de partida para um aprofundamento do TCU sobre a realidade do setor, principalmente junto às confederações esportivas, como a aplicação de verbas públicas e o alcance dos objetivos previstos.

Realidade

A responsabilidade operacional dos centros de iniciação esportiva será das prefeituras ou dos governos estaduais, que já enfrentam dificuldades para operarem a estrutura existente, o que permite projetar área de abandonos como já existem Brasil afora.   Caixa de saltos rio

Na Vila Olímpica de Mato Alto, em Jacarepaguá, na Cidade Olímpica Rio 2016,  a falta de manutenção nas instalações de atletismo é real. Veja aqui. Já a caixa de saltos (foto), exibe a realidade do centro público de treinamento.

Mesmo assim, o governo mantém novos investimentos, mesmo sem um sistema esportivo estruturado, de fato, conforme constatou o levantamento do TCU. Atualmente, o Ministério do Esporte debate sobre a formulação de um Sistema Nacional do Desporto, mas sem a participação do Ministério da Educação.

“O levantamento realizado indicou que há uma baixa capacidade operacional do Ministério do Esporte, fragilidade no controle de verbas liberadas e baixo nível de transparência na gestão dos recursos públicos aplicados”, afirmou o secretário Ismar Barbosa.

Recomendação

O relatório do TCU recomenda que seja implantada “uma política nacional de Estado e não de governo, a fim de se garantir a continuidade das ações sem a sujeição a mudanças pela alternância da alta administração”.

Ou seja, a cada troca de ministro, aparecem ideias que sepultam projetos anteriores, provocam novos discursos e, consequentemente, novas liberações de verbas.

O levantamento do Tribunal de Contas da União, indicou:

“Risco de desvio de recursos públicos destinados ao esporte de rendimento;”

“Risco de perpetuação de dependência dos recursos públicos para a manutenção das principais entidades do Sistema Nacional do Desporto”

“Risco  de que os resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, inclusive a meta de posicionar-se entre os dez primeiros países classificados, se alcançada, não sejam sustentáveis para o período pós-2016”.


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