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Futebol & política
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José Cruz

Nunca ninguém bateu pênalti tão mal com tamanha perfeição. Executaram tão bem as péssimas cobranças que só podem ter ensaiado tudo muito bem

Sérgio Siqueira

Jornalista

O futebol imita a política… Ou, a CBF imita o governo… Ou, assim como no social, o esporte pisa na bola… Ou, lá se vai o Brasil descendo a ladeira.

Nunca antes na história desse país o futebol da Copa América foi para os brasileiros tão Copa das Copas.

O que é de ruim e o que não deve fazer, o brasileiro aprende logo. Ninguém faz tão bem o que faz mal quanto esse Brasil da Silva.

bola murcha

BRASIL DA SILVA 1 x 1 PARAGUAI
Nem há o que contar. Em todo caso, sempre há o que maldizer…

Aos 15 minutos do primeiro tempo, gol de Robinho. Golzinho, de chapinha, devagarinho, golzinho do Robinho, penúltimozinho romanticãozinho do nosso futebolzinho. Que bonitinho.

E pronto, acabou o nosso joguinho.

Pero no mucho. Havia o Paraguai. O brutal e mastodôntico Paraguai.

Aos 26 minutos do segundo período, golaço. Verdadeira obra de arte guarani; uma coisa nunca vista: gol de pênalti. Acho até que o paraguaio bateu de bicanca. Era dia de índio.

A decisão foi para as penas máximas. Ah, se essas penas máximas fossem no Paraná… Pena que as penas eram embaixo das traves lá do Chile, não eram sob a Vara de Curitiba. Pena.

E a tragédia da Alemanha quase se repetiu na cobrança alternada de penalidades máximas. Quase levamos 5 a 1, de tão mal que os órfãos de Neymar executaram sua tarefa.

O time de Dunga fez de tudo para ser eliminado. Pareciam até ministros da Dilma quando se metem a fazer alguma coisa.

Pelo jeito, foi isso mesmo que o Dunga mais ensaiou no treino secreto de sexta-feira: primeiro, como um zagueiro abobado deve meter a mão na bola na cara do juiz; segundo, como desperdiçar penalidades máximas.

Nunca ninguém bateu pênalti tão mal com tamanha perfeição. Executaram tão bem as péssimas cobranças que só podem ter ensaiado tudo muito bem.

Mas, assim como na política brasileira, o Dunga não é o único culpado… Afinal, como Dilma foi ungida para dirigir o país, ele foi o escolhido para dirigir o futebol do Brasil.

Dilma, a escolhida, escolheu os seus ministros e eles não ministram nem administram nada. Dunga, o escolhido, escolheu os seus jogadores e eles não jogam nada.

Como se vê, assim como Dilma, Dunga como os brasileiros, aprendeu logo. E assim como Dilma, o Dunga vai ficando.

Na política, como no futebol, ninguém faz tão bem o que faz mal quanto esse Brasil da Silva.

Sérgio Siqueira assina o blog “Sanatório da Notícia


Doping na natação: disputa acirrada entre Brasil e China
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José Cruz

O Ministério do Esporte usou apenas 14,8% dos R$ 12 milhões disponíveis em 2014 para “implementação e desenvolvimento da política nacional de controle de dopagem”.

Outros R$ 6,5 milhões foram “empenhados”, em 31 de dezembro. Mas faltam garantias de pagamentos desse valor em 2015, pois não foi feita a reserva em “restos a pagar”. Portanto, há dúvidas se essa parcela foi efetivamente gasta.

O principal motivo para não usar toda a grana é o “contingenciamento”:  o governo segura os gastos para aumentar o saldo em caixa, o tal “superávit” … Será que essa omissão do Estado nas questões do doping justifica os elevados casos registrados na natação, por exemplo.

Realidade

Reportagem de Paulo Roberto Conde, na Folha de S. Paulo de ontem, mostrou que apenas 20% das confederações esportivas brasileiras fazem exame antidoping. “80% não fazem”, revelou Sandra Soldan, coordenadora da área na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

Ainda segundo a reportagem, a elite da natação brasileira só fica atrás da China em número de atletas dopados. De 2001 até hoje são 30 casos positivos, enquanto os chineses têm 33 deslizes confirmados.

O ranking de doping na natação, nos últimos 14 anos (2001 a 2014), é o seguinte:

PAÍSTOTAL
China33
Brasil30
Rússia28
Rússia14
EUA12
Austrália4

 

Os “melhores”

Esses números sugerem questionar sobre a lisura dos resultados do esporte de alto rendimento, em todas as modalidades. O mais recente caso envolve o capixaba João Luiz Gomes Júnior, flagrado pelo uso de um diurético, no Mundial de Piscina Curta, em dezembro, no Catar, onde ganhou

Memória

“Os testes são fáceis de burlar”, disse Tyler Hamilton, medalhista olímpico no ciclismo, em depoimento a Daniel Coyle, para o livro “A Corrida Secreta de Lance Armstrong”.

“Estamos muito à frente dos testes. Eles têm os médicos deles e nós temos os nossos, e os nossos são melhores. Mais bem pagos, com certeza”, concluiu.

No Brasil, uma das desculpas usadas pelos atletas flagrados em doping é o da “contaminação” de medicamento. Durante a elaboração de uma determinada droga ela absorve no ambiente do laboratório os restos de outra, preparada anteriormente, casualmente um produto proibido, mais tarde identificado no exame antidoping. Inadvertidamente o atleta acaba se dopando “por tabela”. É a tese, claro.


Patrocinadores estão assustados com a falta de transparência no esporte
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José Cruz

A Atletas pelo Brasil, o Lide Esporte, o Instituto Ethos e empresas que investem no esporte de alto rendimento querem “ética e transparência” na gestão dos recursos que investidos.

dinheiro  Um comunicado assinado por poderosos patrocinadores (Banco do Brasil, Nestlé, Voks, Natura etc) demonstra preocupação “na associação de suas marcas com uma melhor gestão e transparência, na utilização dos recursos de patrocínio e têm grande responsabilidade com os rumos e os resultados do país no esporte de alto rendimento.”

Rumos

Então, se essa preocupação parte de quem financia o esporte é porque a situação é grave. E não é de hoje. E isso acontece, também, pela falta de rumos, apesar de termos um ministério específico, mas, igualmente, suspeito de corrupção, falta de definições e prioridades para o dinheiro que administra.

Porque, enquanto o Ministério do Esporte não analisar com rigor as prestações de contas do dinheiro que libera, passa a ser cúmplice das falcatruas, descobertas ao acaso, como ocorreu com a Confederação Brasileira de Tênis, a de Hipismo etc.

Quem é quem?

A união de forças como essa surgida em São Paulo é oportuna. Mas estamos atrasadíssimos em todas as frentes. Faltam definir competências a todos os entes do esporte. Nos últimos anos, há uma evidente concorrência do Ministério do Esporte com o Comitê Olímpico. Isso está claro na farta liberação dos recursos em Brasília, enquanto o COB tem um projeto com objetivos e visão integrada.

Na prática, são dois órgãos – um técnico-privado e outro público-político – disputando os mesmos cliente$, já turbinado$ por outras fontes, públicas, principalmente. Quem discute sobre essa desordem, que leva ao desperdício e, por isso, incentiva a corrupção e injustiças que, agora, os patrocinadores agem para estancar?

Quem discute, também, sobre a ineficiência das federações, muitas falidas, desacreditadas e que servem apenas para dar sustentação aos poderosos das confederações, onde se concentram os valorizado recursos públicos?

Todas as ações para melhorar são bem-vindas, mas o ponto de partida é discutir sobre a estrutura que aí está, falida e suspeita. E, por isso, ameaçando expor na bagunça esportiva marcas poderosas de já assustados patrocinadores.


O esporte das ilusões e o Brasil como potência olímpica
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José Cruz

Fora do futebol, depois da Copa das Copas, a vela internacional testou a Baía da Guanabara em evento com velejadores de 35 países. E as raias olímpicas foram aprovadas. Ninguém esbarrou em sofás, garrafas, telefones, nada! Está aí o primeiro “legado antecipado” dos Jogos Olímpicos: a bela Baía da Guanabara não precisa ser despoluída! Os esgotos continuam sendo despejados na marina, mas isso é bobagem, claro…

129_551-regata internacional                                             Foto de Alexandre Cassiano / O Globo

E o GP de Atletismo, em Belém, também foi um sucesso, mesmo com estádio vazio. Já o vôlei feminino venceu seus três jogos locais pelo Grand Prix Mundial, com belas atuações sobre as poderosas Rússia e Estados Unidos.

É o Brasil esportivo a dois anos dos Jogos Olímpicos. Tomaremos um indispensável banho de eventos-testes, e acreditaremos que somos uma potência esportiva. Não somos. O governo, pronto para injetar mais R$ 240 milhões no treinamento de atletas, trabalha no emergencial, para evitar outro 7 x 1… enquanto uns treinam outros fazem contas para projetar medalhas. Segurança é por aí.

Enquanto isso…

… nossa legislação esportiva é um fracasso. A Lei Pelé, retalhada, costurada e emendada anualmente, é exclusiva para o futebol. E vem aí mais um remendo, com a “responsabilidade fiscal dos clubes”.

… continua escondido o resultado da auditoria na Confederação de Vôlei. Conhecemos os desmandos na gestão de Ary Graça pela atuação do repórter Lúcio de Castro, que nos revelou, recentemente, negócios do vôlei em família, avançando para a Confederação de Desportos Aquáticos. Com verbas públicas, claro.

Estamos diante de um escândalo que envolve recursos do Banco do Brasil, patrocinador! E a tal auditoria ficará escondida? Não irá ao Ministério Público? À Polícia Federal? Nada? Quem toma essa decisão entre a transparência e a ocultação de desmandos de gestão?

Pior!

Esse não é caso isolado. Há desmandos no tênis, no basquete, no taekwondo… Por conta da euforia olímpica vivemos uma era de derrame de dinheiro público para o esporte como nunca se viu. Mas sem que o governo federal fiscalize a farra, que se perpetua. O dinheiro público financia o privado e, agora, com negócios em família.  Mas o que é isso, diante de compras de refinarias superfaturadas ou construções de aeroportos privados?

Para saber mais:

http://blogdojuca.uol.com.br/2014/08/de-alberto-murray-neto-para-dilma-rousseff/

 


O que significa isso?
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José Cruz

“Espero que o David Luiz não caia no anti-doping. Com certeza deram uma injeção de sossega-leão nele!!!”

Ricardo L. Gonçalves@RicardoLeyser 2 h

No twitter, depoimento de Ricardo Leyser Gonçalves, Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, do Ministério do Esporte.

Não foi uma conversa de arquibancada, mas de uma autoridade do governo federal, temendo que um jogador vá ao exame antidoping, pois deverá ser flagrado por uso de substância ilegal. Não é estranha essa manifestação?

O que mais sabe Leyser Gonçalves sobre uso de drogas no futebol?

Isso pode, Arnaldo?

 O apagão foi bem maior

Então, fomos ótimos onde se esperava o caos, e acabamos realizando a Copa das Copas. Mas há controvérsias.

E fomos péssimos onde se apostava ter um time campeão, porque não se combinou com o adversário, elementar ironia que Mané Garrincha, já há 50 anos…

Com dez gols em dois jogos, Felipão sepultou, de vez, a lembrança da “tragédia do Maracanã”.

O quarto lugar no Mundial realizado no Brasil ficará na ordem do dia do debate sobre futebol por mais 50 anos…

Pior …

a falta de “fair play” da Seleção Brasileira, que foi para o vestiário e deixou o campo na hora da premiação. Ficou feio e mostra como ainda somos amadores …

Entrevista final de Felipão

Esta equipe foi muito legal, muito boa. Brigou, teve chances….”

“Esta geração venceu a Copa das Confederações. Vai ficar marcada agora, só porque ficou em quarto lugar”?

“Os objetivos foram atingidos na medida em que passávamos de fase. Tivemos momentos muito bons. Os seis minutos de apagão aconteceram. No jogo de hoje (contra Holanda), não vejo como criticar a Seleção, que jogou bem”.

 


É hoje o dia! agora vai…
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José Cruz

A Seleção que hoje enfrenta a Alemanha é tão misteriosa quanto às dúvidas do torcedor, um mês atrás: Teremos Copa?

Nao é que tivemos? Mais calma nas ruas do que no campo da disputa. Neymar que o diga.

Realizamos “a Copa das Copas”, como profetizou a presidente Dilma, apesar de o Tribunal de Contas da União ter alertado em várias auditorias: “Falta planejamento”.  Mas a improvisação brasileira deu um chute no traseiro da “organizada” Fifa, pois alguns estádios ficaram prontos em cima da hora e nem teste realizaram. Nada!

Planejamento pra quê? Acaba até com esse ministério da Mirian Belchior, Presidente! Ou desloca Aldo Rebelo pra lá. Ele sabe das coisas! Acaba com o TCU, que ficou exigindo “planejamento” sem necessidade!

Quanta bobagem!

Lembram do Pan 2007? Também não tivemos planejamento. E os jogos foram realizados!

Está certo que …

… o principal estádio do Pan, o Engenhão, está fechado há dois anos, porque a cobertura estava caindo

… destruíram o Velódromo de R$ 15 milhões, porque a cobertura também ameaçava vir abaixo;

… tornaram inútil o estádio Célio de Barros, do Atletismo, mas ali temos estacionamento padrão Fifa para os patrocinadores da Copa.

… terceirizaram o Estádio do Remo, na Lagoa, agora um centro de consumo, sem espaço para atletas. Atletas?

,,, pagaram faturas do Pan em dobro porque esqueceram que a primeira já tinha sido paga…

… pagaram faturas por serviços que não foram realizados, mas isso é coisa pouca…

… também pagaram por material que não foi entregue, está no relatório do Tribunal de Contas!

… os espaços públicos para o esporte não foram ocupados…

Agora, estamos sem laboratório antidoping credenciado junto à Agência Mundial, porque, porque… pois é, pra que um laboratório antidoping? Só porque vamos receber a Olimpíada? Outra exigência boba! Manda o material ser analisado na Europa, como agora, na Copa!

Então, no improviso e na demolição e no gasto da grana pública somos capazes de fazer um megaevento esportivo, sim!

E é nesse espírito que a Seleção de hoje também é improvisada. Vai jogar junta pela primeira vez. E até o artilheiro, Frederico Chaves Guedes, o Fred, poderá desencalhar. Quem duvida?

Sinceramente, eu não duvido de mais nada!

Brasil rumo ao hexa!

Agora vai.


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