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Que venha a CPI. E depois?
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José Cruz

As quebras de sigilos bancários e fiscais da CBF serão decisivas para orientar as conclusões da CPI. A questão é: e depois?

Em 2000 essas quebras de sigilos foram conseguidas na Justiça logo nas primeiras reuniões, e levou os auditores ao encontro de preciosidades, conforme o relatório final da CPI, assinado pelos deputados Aldo Rebelo e Silvio Torres.

Por exemplo

cbf

O fato de a CBF não acompanhar, de modo adequado, a legislação tributária brasileira tem feito com que a entidade deixe de recolher tributos de acordo com a lei. Além disso, irregularidades nas áreas contábil e financeira contribuíram para que a Receita Federal autuasse a CBF em mais de R$ 14 milhões, em 2000.”

Sonegação

Um caso claro de omissão de receitas, e consequente sonegação de imposto, envolve o recebimento de R$ 10 milhões, referentes ao pagamento, pela Nike, da  multa rescisória do contrato CBF/Umbro.  Essa importância passou a fazer parte do contrato da nova parceria CBF-Nike, como receita da CBF. Mas não foi declarada à Receita Federal. E o imposto de renda relativo àquela importância também não foi pago”.

Caso Volvo

Os auditores também localizaram uma operação muito esperta de Ricardo Teixeira. Em maio de 1995, a CBF adquiriu um carro Volvo, de 2.300 cilindradas, importado, completo, com todos os acessórios disponíveis, no valor de R$68 mil, equivalente a 76 mil dólares, à época.

Um ano depois, Teixeira adquiriu o carro da CBF, pagando apenas R$ 49 mil, ou 45 mil dólares, pela cotação do dia. O carro foi vendido com desconto de cerca de 40% sobre o valor pago pela CBF – diferença de 31 mil dólares, entre o valor original e o de venda.

Esses são apenas dois exemplos, memória daquela CPI.

Na prática, a CPI da CPBF Nike cumpriu o seu papel, investigou e comprovou fraudes na CBF, federações e clubes. Mas, na última reunião, o então deputado Eurico Miranda fez um discurso inflamado e rasgou o relatório oficial, para impor outro, elaborado pela Bancada da Bola. Para evitar que isso ocorresse, o presidente da CPI, Aldo Rebelo, encerrou os trabalhos.

 


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