Blog do José Cruz

A ousadia de Adriana no país olímpico

José Cruz

As autoridades do Ministério do Esporte continuam com atrasos e desculpas sobre a Bolsa Atleta. A burocracia, a frágil estrutura do setor e a política econômica do governo, que segura o orçamento para aumentar o superávit primário, são os responsáveis por atrasos que prejudicam 5.500 atletas.

No final ano passado, Adriana Sereia Azevedo, escreveu ao ministro Aldo Rebelo. A carta foi publicada neste espaço. Houve promessas, não cumpridas. Atleta paraolímpica dos 100m livre, 100m costas, 100mpeito, 50 livre e 50 borboleta, Adriana não silenciou diante da omissão oficial e começou 2014 com o mesmo fôlego e determinação.

Esta semana, ela publicou em seu blog  uma foto amordaçada, segurando um cartaz de protesto, o que provocou nova reação do Ministério do Esporte e, pasmem, do Tesouro Nacional, com novas promessas, claro. Então está muito claro que o problema do atraso não era o tal “contrato com a Caixa Econômica”, mas o cofre fechado do Tesouro da União.

Assim como os olímpicos, omissos, também os paraolímpicos silenciaram diante de seus direitos não atendidos. Temem que suas manifestações provoquem represálias. Esquecem que estão amparados por lei federal, e que a bolsa que recebem é conquista merecida, sem favor algum do governo. Ignoram o principal: sem atleta não há esporte, competição, Ministério, nada!

O mais importante nesse episódio que se estende por meses é que a manifestação de Adriana não foi um ato em causa própria, mas pelo coletivo. Vejam o que ela escreveu em seu blog:

“Quando fiz a foto amordaçada e lancei um protesto em rede social e em meu blog pensei em cada um de meus amigos atletas e principalmente nos paratletas nordestinos que dependem exclusivamente da Bolsa Atleta para custear seus treinamentos e ter uma vida mais digna. Em menos de 24 horas, esse protesto foi divulgado pela mídia e alcançou milhares de pessoas. Finalmente, O Tesouro Nacional liberou a verba e nos próximos dias teremos a Bolsa quitada!”

E agora, vai?

Vamos ver. A resposta do Ministério está aqui