Teliana recuperou apoio da CBT só quando evoluiu no ranking mundial
José Cruz
Teliana Pereira, que neste domingo ganhou o WTA de Bogotá, com vitória sobre a cazaque Yaroslava Shvedova, por dois sets a zero, é a tenista que, em 2012, ficou sem apoio financeiro da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), sob a alegação de que ela não tinha “compromisso” com o esporte. Naquele ano, ela não quis treinar na Academia de Larri Passos, em Camboriú (SC), para continuar na Academia Paranaense de Tênis, em Curitiba, onde conquistou seu melhor ranking internacional.
Mesmo sem apoio da CBT, Teliana continuou em quadra, fazia rifas para poder viajar e competir – como explica Fernando Meligeni, em seu blog – avançou no ranking internacional e mostrou potencial incomum para um país sem massificação na modalidade.
Só em dezembro de 2012, quando ela evoluía no ranking, a CBT voltou a apoiar a tenista, com verba dos Correios, patrocinador. Atualmente, Teliana é 130º, mas, com o resultado de Bogotá, deve voltar ao ranking das 100 melhores.
Teliana não surgiu em escolinha. Pernambucana, ela foi morar com a família no Paraná, quando tinha oito anos. Acompanhava o pai e o irmão Renato Pereira, que trabalhavam na Academia Paranaense, onde foi boleira e deu as primeiras raquetadas. A garota evoluiu, até resgatar, neste domingo, o pódio internacional feminino para o Brasil, 27 anos depois de Niege Dias, justamente no ano em que Teliana nascia.