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Esporte também quer “porteira fechada”, para ministro nomear apadrinhados
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José Cruz

Dez meses depois de dividir diretorias e cargos funcionais com o PCdoB, o Partido Republicano Brasileiro, do ministro George Hilton, quer “porteira fechada” no Ministério do Esporte.

Em política, “porteira fechada” é o preenchimento de todos os cargos com nomes do partido do titular da pasta, como ocorre com o PMDB na Saúde, Agricultura, nas Minas e Energia etc.

E daí?

No Esporte, isso significaria o afastamento de servidores ligados a outros partidos, como o atual secretário-geral, Ricardo Leyser (foto), remanescentes do PCdoB, do tempo dos ministros Aldo Rebelo, Orlando Silva e Agnelo Queiroz, o primeiro e trágico. O cargo de secretário-geral tem status, pois é o substituto imediato do ministro. Como explicar aos fiéis e correligionários que, na ausência do ministro, da Igreja Universal, responde um comunista do histórico PCdoB? Pois o esporte está metido, também, nessa disputa!Ricardo_Leyser

Leyser já foi o Secretário Nacional de Alto Rendimento. Ganhou a Secretaria Executiva por imposição do Palácio do Planalto, no início do segundo governo de Dilma Rousseff, quando o deputado George Hilton foi nomeado ministro. Sem conhecer nada sobre esporte e sem quadros para o cargo, Hilton precisava de alguém com experiência para concluir o projeto Jogos Rio 2016. Leyser cumpre esta missão há anos e, agora, está na iminência de ser detonado da poltrona.

Exigência

Segundo um político, com trânsito no Palácio do Planalto, a exigência de “porteira fechada” foi encaminhada ao secretário-geral e articulador político da Presidência da República, Ricardo Berzoini, com o seguinte argumento: o PCdoB é fraco, numericamente. Tem apenas onze deputados federais, depois da saída do gaúcho João Derly, que foi para a Rede. Já o PRB tem 20 parlamentares. Esta diferença é significativa na hora do voto em plenário. E como o governo precisa de apoios …

Mas, quem iria para o lugar de Ricardo Leyser, que domina a liberação de convênios milionários e tem boas relações com as autoridades dos Jogos Olímpicos? Um leigo amigo do partido ou fiel da Igreja Universal, braço forte do PRB?

Risco

A prática tem demonstrado que o estilo “porteira fechada” facilita os partidos a tratarem os ministérios como propriedades particulares. Lembram do Pan 2007, com dezenas de obras sem licitações?

O interesse dos apadrinhados, de olho nos cargos, são os projetos milionários, os pedidos de amigos, as licitações suspeitas, as execuções orçamentárias fraudadas, as relações com empresas de fachada e por aí vai. E como todos os partidos rezam na mesma bíblia, todas as falcatruas ficam em casa, até a chegada da Polícia Federal, já rotineira em ações junto a órgãos do governo.

Sem exageros, “porteira fechada” é o ponto de partida para escândalos, principalmente quando o Esporte está sob o comando maior de leigos no setor e oportunistas políticos.

O que diz o Conselho Nacional do Esporte sobre isso?


Apesar da crise financeira, DF tem verba para reformar estádio de futebol
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José Cruz

O Ministério do Esporte vai liberar R$ 6,1 milhões para obras de “revitalização e reforma do Estádio do CAVE”, no Guará, arredores de Brasília. A Secretaria de Esportes do Distrito Federal entrará com 2,6 milhões, totalizando R$ 8,7 milhões. O estádio do CAVE é reduto do Clube de Regatas Guará, time de futebol fundado em 1957. O espaço é usado apenas três meses no ano, com jogos oficiais do Campeonato Candango.

Aplicar R$ 8 milhões (Concorrência 15/2015) para reformar estádios, neste momento de crise, é uma espetacular agressão à comunidade, pois contrasta com o discurso oficial sobre as dificuldades financeiras de todos os governos.  hospital2

Brasília tem greves por todos os lados. O metrô, sem manutenção, está parando. Pacientes morrem em hospitais por falta de médicos, de remédios e de exames. Outros são atendidos no chão, e dividem espaço com o pessoal da limpeza, como mostra a foto de um leitor, feita em 22 de julho. No final do governo de Agnelo Queiroz, em dezembro, não havia nem tinta na impressora para entregar os exames aos pacientes…

Integração política

O dinheiro que vem do Ministério do Esporte foi liberado pelo ministro George Hilton, do PRB, e vai para a Secretaria de Esporte do Distrito Federal, da secretária Leila Barros, também PRB.

Enquanto isso….

O ex-secretário de Esporte, Júlio César Ribeiro continua em campanha. Eufórico com os 29 mil votos que o elegeram deputado distrital, quer ser candidato ao Senado, no ano que vem.

Há poucos dias, Júlio Ribeiro publicou foto em sua página:  “Hoje me despedi dos atletas beneficiados pelo Compete Brasília, da Secretaria de Esporte que viajaram para Recife (PE) para participar a Copa Das Federações de Taekwondo”, escreveu.

Se a verba que pagou a viagem é pública, porque o distinto pastor-deputado estava lá discursando, como se fosse ele o doador do dinheiro? Intromissão ou já detonou a campanha da próxima eleição?

Foi assim que Júlio Ribeiro se elegeu deputado distrital, mesmo sendo um desconhecido em Brasília, onde estava há apenas dois anos.  Enquanto secretário de Esporte, ele distribuía passagens para atletas pagas com o dinheiro público.

Júlio é do PRB, mesmo partido do ministro George Hilton. Tudo em casa…

Na memória 

faz 119 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso, na Suíça

… faz 92 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?


No Ministério do Esporte, PRB estreará na farra dos cargos públicos
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José Cruz

Cargos públicos enchem o olho dos partidos e dos políticos. Porque  é nos gabinetes,  espalhados pelos ministérios e ocupadas por correligionários e amigos, que se realizam negócios,  contratos e convênios …

Quando o deputado George Hilton (foto) assumir o Ministério do Esporte, no dia 1º de janeiro, terá uma experiente escola para orientá-lo na montagem da equipe: a secretaria de Esportes do Distrito Federal.

Hilton GeorgeNos últimos quatros anos, o PRB,  partido de George Hilton, ocupou a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, com o pastor paulista Júlio César Ribeiro no comando.

Júlio César, da Igreja Universal, está em Brasília há dois anos, e já conseguiu se eleger deputado distrital. Ele estará a um quilômetro de distância do Ministério do Esporte, onde poderá orientar o correligionário e “irmão” George Hilton. Porque, na prática, “cargo público” é o que interessa a todos os políticos e partidos, para ali colocarem seus amigos e afilhados partidários.

Como secretário de Esporte, Júlio César distribui passagens aéreas e de ônibus para atletas disputarem competições. Foi ato de caráter eleitoreiro, porque as doações, com verba do orçamento, não estavam vinculadas a um projeto maior para o desenvolvimento do esporte na capital da República. A cidade continua sem um plano básico para o setor, e nem uma política de esporte é discutida pelos órgãos afins, e nem o secretário não liderou tal debate.

 Reforço

Porém, o principal reforço para a campanha de Júlio César veio do apoio de dezenas de funcionários das nove Vilas Olímpicas. São fiéis que ocuparam vagas que deveriam ser destinadas a concursados. Mas a Secretaria de Esporte nunca realizou concurso. Essa prática deverá ser aplicada no Ministério do Esporte, onde já se comenta que o PRB “ganhou o ministério com porteira fechada”, isto é, não terá interferência de outro partido para ocupar os mais de 500 cargos disponíveis.

No Ministério

No Ministério do Esporte são centenas de cargos à espera dos novos dirigentes. Só na Secretaria Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social há 393 cargos na gestão der Aldo Rebelo. Desses, apenas seis são concursados. Os demais foram preenchidos por livre escolha do titular da pasta, com os correligionários tendo preferência.

Atualmente, só a Secretaria de Esporte, Lazer e Inclusão Social, dirigida por Ricardo Cappeli, tem 61 cargos ocupados por terceirizados; 72 bolsistas, 54 DAS  e 200 professores-bolsistas, que atuam na ponta do projeto Segundo Tempo. Outro tanto de vagas está disponível na Secretaria de Alto Rendimento, no gabinete do ministro e secretarias internas.

É isso que enche o olho dos partidos e políticos, porque é nessas secretarias,  que se espalham pelos ministérios, ocupadas por correligionários e amigos, onde se realizam negócios, contratos, convênios … E é este o motivo de a presidente Dilma ter dificuldades para fechar o seu grupo ministerial, pois os partidos mais poderosos brigam, claro, pelas pastas com maior orçamento.

Com essa fartura de vagas a serem preenchidas, o Diário Oficial da União, que publica as nomeações em todos os ministérios, será, com certeza, o jornal mais lido em Brasília a partir de 2 de janeiro.


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