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Arquivo : potência olímpica

O esporte das ilusões e o Brasil como potência olímpica
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José Cruz

Fora do futebol, depois da Copa das Copas, a vela internacional testou a Baía da Guanabara em evento com velejadores de 35 países. E as raias olímpicas foram aprovadas. Ninguém esbarrou em sofás, garrafas, telefones, nada! Está aí o primeiro “legado antecipado” dos Jogos Olímpicos: a bela Baía da Guanabara não precisa ser despoluída! Os esgotos continuam sendo despejados na marina, mas isso é bobagem, claro…

129_551-regata internacional                                             Foto de Alexandre Cassiano / O Globo

E o GP de Atletismo, em Belém, também foi um sucesso, mesmo com estádio vazio. Já o vôlei feminino venceu seus três jogos locais pelo Grand Prix Mundial, com belas atuações sobre as poderosas Rússia e Estados Unidos.

É o Brasil esportivo a dois anos dos Jogos Olímpicos. Tomaremos um indispensável banho de eventos-testes, e acreditaremos que somos uma potência esportiva. Não somos. O governo, pronto para injetar mais R$ 240 milhões no treinamento de atletas, trabalha no emergencial, para evitar outro 7 x 1… enquanto uns treinam outros fazem contas para projetar medalhas. Segurança é por aí.

Enquanto isso…

… nossa legislação esportiva é um fracasso. A Lei Pelé, retalhada, costurada e emendada anualmente, é exclusiva para o futebol. E vem aí mais um remendo, com a “responsabilidade fiscal dos clubes”.

… continua escondido o resultado da auditoria na Confederação de Vôlei. Conhecemos os desmandos na gestão de Ary Graça pela atuação do repórter Lúcio de Castro, que nos revelou, recentemente, negócios do vôlei em família, avançando para a Confederação de Desportos Aquáticos. Com verbas públicas, claro.

Estamos diante de um escândalo que envolve recursos do Banco do Brasil, patrocinador! E a tal auditoria ficará escondida? Não irá ao Ministério Público? À Polícia Federal? Nada? Quem toma essa decisão entre a transparência e a ocultação de desmandos de gestão?

Pior!

Esse não é caso isolado. Há desmandos no tênis, no basquete, no taekwondo… Por conta da euforia olímpica vivemos uma era de derrame de dinheiro público para o esporte como nunca se viu. Mas sem que o governo federal fiscalize a farra, que se perpetua. O dinheiro público financia o privado e, agora, com negócios em família.  Mas o que é isso, diante de compras de refinarias superfaturadas ou construções de aeroportos privados?

Para saber mais:

http://blogdojuca.uol.com.br/2014/08/de-alberto-murray-neto-para-dilma-rousseff/

 


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