Governo paga R$ 98 mil para empresa executar só 25% de projetos da esgrima
José Cruz
A empresa SB Promoções recebeu R$ 98.400,00 da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) para executar projeto, que teve apenas 25% de suas metas concluídas. A verba total liberada – R$ 1,1 milhão –, em 2013 é do Plano Brasil Medalhas, do Ministério do Esporte.
Conforme divulgado neste blog, a CBE devolverá ao governo os R$ 825 mil não aplicados, por não cumprir, em dois anos, o projeto de treinamento de atletas, entre outras metas da esgrima para os Jogos Rio 2016.
A SB Promoções, com sede no Rio de Janeiro, recebeu oito parcelas de R$ 12.300, totalizando R$ 98.400,00.
Segundo a Confederação de Esgrima, “Os pagamentos a essa empresa estão previstos no Convênio firmado com o Ministério do Esporte, bem como previstos na legislação que trata das Chamadas Públicas.”
Justificativa
Da direção da CBE recebi a seguinte justificativa:
“A SB é uma das tantas credenciadas pelo Ministério do Esporte, e possui contratos com outras entidades (clubes esportivos, federações, confederações, etc) com o mesmo ou similar objeto, qual seja, “…recebimento de documentos para o projeto, classificação contábil dos documentos, monitoramento do andamento do projeto, prestação de contas, logística de embarque de toda a comissão, assessorar na aquisição de passagens e reservas de hotéis e analisar as propostas de fornecedores e sua idoneidade…”.
Avaliação
A CBE tem apenas três federações filiadas (divulguei quatro, mas a de São Paulo não está legalizada). A direção exerce suas atribuições nas horas de folga, está claro. Por isso, precisa de assessoria externa para executar seus projetos.
Mesmo assim, a Confederação de Esgrima e a SB, no caso, não conseguiram enviar a equipe olímpica de esgrimistas para treinamentos na Europa. E não é por falta de experiência, porque a Confederação de Vôlei também é cliente da SB Promoções.
Como ocorreu com a Confederação Brasileira de Tênis, que há três anos fraudou R$ 440 mil numa prestação de contas ao Ministério do Esporte, a Confederação de Esgrima falha na gestão do dinheiro público, a ponto de devolver a 75% do R$ 1,1 milhão recebido, em evidente prejuízo para os atletas, principalmente.
Está cada vez mais claro que não falta dinheiro ao esporte, mas gestores eficientes e comprometidos com as metas dos atletas, razão de ser de todo o sistema.Boa pedida para os auditores do Tribunal de Contas da União, que estão em campo investigando como os gestores particulares gastam o dinheiro público do esporte.