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Jogos Mundiais Indígenas, sinais de muita fumaça…
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José Cruz

“A desorganização aqui tá geral e a Prefeitura e o Comitê Intertribal já estão em conflito. Ontem (domingo) mandaram embora um dos membros do Comitê porque ele reclamou da Prefeitura (de Palmas) abertamente, na nossa frente (voluntários)”    

Indios

O relato é de um voluntário do Norte do país, que está em Palmas para trabalhar na primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. O evento começa na sexta-feira, com 2.200 indígenas de 40 países e estimativa de gastos em torno de R$ 100 milhões, segundo o secretário extraordinário dos Jogos Indígenas da Prefeitura de Palmas, Hector Franco.

Desabafos

“… A Prefeitura, que ficou responsável pela gestão dos recursos do Ministério do Esporte, para aplicar na infraestrutura, inclusive para os voluntários, colocou a gente num camping que não dava pra dormir: muito calor, sem árvore nenhuma e em cima de asfalto… E sem água nos banheiros. Fora a alimentação que é só uma. Eles disseram que se a gente quisesse mais de uma refeição a gente tinha que trabalhar em mais de um turno. Difícil, né?”

“Tem gente que veio trabalhar sem ter como bancar as refeições. Estamos tentando que eles (a organização) disponibilizem café da manhã”, continua a mensagem do voluntário, que pediu para preservar a identidade. Em novembro de 2014 a Prefeitura de Palmas recebeu R$ 4 milhões do Ministério do Esporte

Dúvidas

Na semana passada, o senador Álvaro Dias solicitou informações ao Ministério do Esporte sobre a licitação para as obras de estrutura dos Jogos, pois as suspeitas são de que o processo tenha sido direcionado.

Desistências

Segundo a BBC Brasil, as etnias Apinajé e Krahô, do Tocantins, não aceitaram o convite para disputar os Jogos. “Não é o momento de festejar”, disseram, argumentando demoras na demarcação de terras, conflitos com fazendeiros, invasões de territórios etc. O governo quer de usar os Jogos para desviar o foco desses problemas”, afirmaram.

Custos

O secretário Hector Franco estima que do total investido nos Jogos (R$ 100 milhões) entre R$30 milhões e R$35 milhões vieram de patrocínios de empresas como Odebrecht Ambiental, Oi, EHL e Energisa. A Prrefeitura de Palmas participou com R$ 4 milhões, e o Ministério dos Esportes repassou R$ 4,3 milhões para a prefeitura e mais US$13 milhões (R$50 milhões) para o PNDUD, órgão da ONU, que participou do projeto e parte de sua execução.


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