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Arquivo : Mundial da China

O desabafo de Sasaki
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José Cruz

O Ministério do Esporte entregou equipamentos de ginástica para clubes de Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Na capital paulista, o contemplado foi o Pinheiros, coincidentemente onde treina Sérgio Sasaki, quinto lugar no salto sobre a mesa, no Mundial encerrado ontem à noite, na China. Sasaki utiliza a estrutura paulista por estar sem clube desde o começo de 2013, quando o Flamengo dispensou o time de alto rendimento da ginástica.

091015sasaki03 “É muito difícil chegar aqui. Estou me mantendo porque eu amo esse esporte. Mas eu preciso de um lugar bom para treinar. Chega a ser injusto eu ganhar de atletas com estrutura melhor do que eu,” afirmou à SporTV.

Afinal, qual a importância dos clubes na estrutura do nosso esporte? Pouquíssimos têm condições de manter instalações e técnicos para acolher talentos e profissionais. O Pinheiros é um desses clubes, privilegiado por verbas da Lei de Incentivo ao Esporte, por exemplo, assim como Sogipa e União de Porto Alegre e o Minas Tênis, de Belo Horizonte, os mais expressivos.

Mas a cada final de Mundial ou Olimpíada muitos atletas expõem as mazelas, escondidas na fase de preparação. E isso demonstra como é preciso repensar o modelo do nosso sistema esportivo. A maioria dos clubes está sem orientação mínima até para buscar os recursos públicos disponíveis. O COB não conversa com essas instituições, muito menos os dirigentes das confederações. E com as federações falidas, é cada um por si.

Essa realidade acaba valorizando mais os resultados brasileiros, ainda entre os 10 primeiros da ginástica, no mundo, com a prata de Arthur Zanetti, nas argolas, e bronze com Diego Hypolito, no solo.

Está claro que o desenvolvimento do esporte extrapola a doação de equipamentos e doações de bolsas – muitas suspeitas –  e exige urgente reformulação do sistema. Há fartura de instituições, de recursos financeiros, de intromissão do Estado nas questões do esporte, mas falta definir quem manda e quem faz o quê nessa desordem que aos poucos se perpetua.

Mas quem toma a iniciativa de conversar para tentar valorizar a instituição clubística? O Ministério do Esporte? O Conselho Nacional do Esporte, o Comitê Olímpico, a Confederação Brasileira de Clubes, a presidente Dilma?


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