Blog do José Cruz

Arquivo : Ministério do Esporte

Mesmo no caos financeiro, Esporte lança o programa “Luta pela Cidadania”
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José Cruz

Enquanto os Ministérios da Educação e Esporte encerram o programa “Atleta na Escola”, porque o governo não tem R$ 70 milhões anuais e frustram três milhões de estudantes, o ministro George Hilton (foto) lança hoje o Programa Luta pela Cidadania (PLC), “destinado a democratizar o acesso às práticas corporais de lutas e artes marciais, seguindo os princípios do esporte educacional”.  

hilton

Para isso, o Ministério fará convênios com órgãos públicos, prefeituras, por exemplo, e financiará a aquisição do material esportivo e pagará os instrutores. Num país de crise também na educação, as escolas têm instrutores capacitados para ensinar lutas e artes marciais a crianças e adolescentes?

Crise e festa

O lançamento do programa, cujo valor anual ainda não foi divulgado, ocorre enquanto analistas econômicos projetam rombo de R$ 100 bilhões no Orçamento de 2016.  Este ano, o governo da presidente Dilma Rousseff não conseguiu honrar o programa de ensino integral na escola, apesar de estarmos na “Pátria Educadora”…

E o que isso tem a ver com o Programa Luta pela Cidadania?

Na medida em que os meses avançam e o dinheiro começa a faltar, surgem os chamados “cortes orçamentários”, que são adiamentos de pagamentos compromissos dos ministérios. Em alguns casos, calote.

Bolsa Atleta

É por isso que a Bolsa Atleta está atrasada sete parcelas. Faltou dinheiro, adiaram o pagamento e comprometeram a programação de sete mil competidores, muitos na reta final para a obtenção de marcas aos Jogos Rio 2016. Só uma determinação da presidente Dilma Rousseff poderá resolver o problema. Há promessas para esta semana. Promessas!

Mais:

Foi por falta de dinheiro que os ministérios da Educação e do Esporte acabaram com o programa Atleta na Escola, frustrando três mil alunos.

É por isso que o governo acabou, ainda em anos passados, com o projeto Pintando a Liberdade, que evoluiu para o Pintando a Cidadania. Os dois foram para o buraco.

É por isso que o governo acabou com o Segundo Tempo, hoje reduzido a meia dúzia de convênios, principalmente porque ali estava um forte foco de corrução.

Mesmo diante dessas tragédias e previsões de caos nas contas públicas surge o Programa Luta pela Cidadania. Irresponsabilidade ou deboche?

 


Crise repercute na baixa captação da Lei de Incentivo ao Esporte
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José Cruz

O agravamento da crise na economia – alta da inflação, dos juros e do desemprego –  é um dos fatores para a retração das empresas na contribuição à LIE (Lei de Incentivo ao Esporte), indicam especialistas no assunto.  eco

Com déficit nos negócios empresariais cai o recolhimento ao imposto de renda, fonte que sustenta a Lei de Incentivo. Anualmente, o governo coloca R$ 400 milhões à disposição de projetos esportivos, através de contribuições de imposto de renda devido  por pessoas físicas e jurídicas.

“Se for devidamente analisado, somente as grandes empresas – bancos, principalmente –  têm condições de aportar um bom valor para os projetos da LIE, pois repassam somente 1% do lucro líquido”, explicou Luís Eduardo Pinheiro, ex-atleta da seleção brasileira de polo aquático e consultor para gestão esportiva.  “Já as médias e pequenas empresas temem se expor ao fisco quando patrocinam projetos incentivados. As perspectivas para o ano que vem são piores”, prevê Luís Eduardo.

Palavra oficial

O Ministério do Esporte discorda que a LIE tenha fracassado em 2015, como demonstrado em dois artigos aqui publicados. Ao contrário de encerrar em dezembro o balanço da LIE, o Ministério fechará os números em março próximo. Por que? “Porque a captação das empresas é feita na maior parte em dezembro”, afirmou um comunicado do Ministério. O mesmo comunicado tenta demonstrar o sucesso da LIE argumentando que este ano há um maior número de projetos analisados sobre o ano passado.

Réplica

Apesar de um maior número de projetos significar mais interesse na LIE, o que importa, de fato, é o valor efetivamente captado, pois é dinheiro que movimenta o esporte. Há exemplos de sobra de projetos de R$ 7 milhões, por exemplo, que captaram menos de R$ 1 milhão, registrando-se aí o fracasso que se criticou.

Problemas

Oito anos depois de ter sido criada, a LIE ainda provoca divergências na interpretação de várias normas, entre elas o Decreto nº 6.180/2007 e a Portaria nº 120/2009.

A interpretação desses documentos fica a critério de cada analista, e quando você pede uma definição de algum artigo que seja dúbio, o Ministério não atende por escrito”, criticou Luiz Eduardo Lima. “O proponente fica a mercê do analista de prestação de contas e do TCU. Assim, se houver interpretação de outro modo de determinado artigo o proponente estará sujeito a pesadas multas”.

Exemplo
Lima usa o artigo 45 da portaria 120 para exemplificar uma das dificuldades. O documento especifica que todas as ações devem ter três cotações e a licitação de serviços devem ser de acordo com a Lei.

“No entanto, para contratar empresa para elaboração de projetos e captação de recursos os analistas da LIE “dizem que não é necessário”! A partir daí, o proponente do projeto já está à mercê do analista da prestação de contas ou até de como o TCU irá interpretar essa questão. Faz-se necessário urgentemente a revisão das posturas da Lei de Incentivo ao Esporte.”

Participação

Assim como nas demais manifestações incentivadas pela Lei de Incentivo (Rendimento e Educacional), a de “Participação” teve queda na aprovação de projetos e captações em 2015.

Até agora, foram aprovados projetos totalizando R$ 55,8 milhões, mas apenas R$ 14,6 milhões foram captados. A proporção no ano passado foi de R$ 97,7 milhões aprovados e R$ 55,8 milhões captados. Os recursos são aplicados em corridas de rua, competições em clubes sociais etc.

Uma das entidades que mais têm se beneficiado da LIE no quesito “Participação” são as AABBs (Associação Atlética Banco do Brasil). Este ano há projetos em 14 estados. São eventos internos e competições, de academias, inclusive, para os próprios associados. A maioria dos contribuintes é pessoa física, que pode repassar para o projeto até 6% do imposto de renda devido.

Para saber mais sobre a Lei de Incentivo ao Esporte: 

http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2015/12/apesar-do-apelo-olimpico-captacoes-da-lei-de-incentivo-caem-36/

http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2015/12/lei-de-incentivo-ao-esporte-fracassa-no-esporte-educacional/

Crédito da ilustração: revistapegn.globo.com

Ministério do Esporte quer fiscalizar futebol, mas relaxa na Bolsa Atleta
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José Cruz

Impeachment na rua, economia em recessão, crises pela falta de valores éticos, desordem política e contas públicas fazendo água. Neste panorama, o Ministério do Esporte toma decisões na contramão da realidade institucional, como anunciam hoje os blogueiros Daniel Brito e Rodrigo Mattos  dilma e george

Brito publicou em seu blog que Leandrinho Barbosa, do Golden State Warriors, time da NBA, foi contemplado com Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte, enquanto dezenas de competidores aptos a disputarem os Jogos Rio 2016 estão à mingua.

Depois dos tenistas, que acumulam mais de 500 mil dólares, cada um, em premiação, só este ano, os jogadores do milionário basquete norte-americano são subsidiados pelos cofres públicos, que fechará o ano com rombo de R$ 120 bilhões!!!

Fiscalização

Rodrigo Mattos, por sua vez, publicou em seu blog que até o final do ano o mesmo Ministério do Esporte criará estrutura para fiscalizar se cartolas do futebol pagam em dia a dívida fiscal.

A medida ocorre como se os credores – INSS, Receita Federal etc – já não tivessem sistema eficiente para controlar os caloteiros, podendo até repassar ao Ministério as informações que precisa. Mas é preciso criar estrutura e, claro, cargos…

Enquanto isso…

As prestações de contas de quem pega dinheiro do Ministério do Esporte e da Lei de Incentivo se acumulam por mais de cinco anos, porque faltam funcionários, analistas. Lembrando o alerta do Tribunal de Contas da União, essa situação é incentivo para o desvio de verbas para a corrupção real.

Estes fatos demonstram a falta de rumos do esporte, apesar do dinheiro farto da última década. Apesar do comando de um ministro “especialista em gente”, George Hilton, transformado em ídolo da elite do esporte e dos cartolas. Que é a mesma de ontem e que faz o Brasil esportivo patinar na mesmice.

Mas, mais nove meses e seremos olímpicos, sem que se tenha, no mínimo, um projeto de educação física na escola. Pior, faltam até escolas!

O retrocesso é real.

Aleluia!


Mais R$ 10 milhões turbinam os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
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José Cruz

Até agora, R$ 38 milhões saíram do orçamento do Ministério do Esporte, que não respondeu ao questionamento sobre o assunto. Estranhamente, também não responde às indagações deste blog desde 9 de outubro, ofuscando a “transparência” que a presidente Dilma Rousseff alerdeia exercer Dilma

Reforço  

Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que começarão na sexta-feira, em Palmas, recebeu reforço de R$ 10 milhões do Ministério do Esporte, através de “termo aditivo”, totalizando R$ 34 milhões até agora liberados ao PNDUD, órgão da ONU, que participou do projeto dos Jogos e parte de sua execução. O Ministério do Esporte já havia destinado R$ 4 milhões à Prefeitura de Palmas, promotora do evento.

Os Jogos, com representantes de 22 países, vão custar em torno de R$ 100 milhões, segundo o governo de Palmas.

Na semana passada, o senador Álvaro Dias solicitou informações ao Ministério do Esporte sobre a licitação para as obras de estrutura dos Jogos, pois as suspeitas são de que o processo tenha sido direcionado para a empresa vencedora.

Em recente auditoria, o Tribunal de Contas da União alertou para a falta de estrutura no Ministério do Esporte para fiscalizar os recursos librados, o que coloca em risco a aplicação correta das verbas, que ficam sujeitas a desvios de ocasião.


Atletismo do Rio no desprezo, mas governo aplica R$ 70 milhões em pistas
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José Cruz

A recente reportagem produzida pela emissora oficial dos Jogos Rio 2016 renova sobre mazelas do esporte-base das competições, o atletismo. O desprezo relatado sugere que das autoridades políticas e esportivas venha um “lixem-se os atletas”.

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Ministério do Esporte, Comitê Olímpico do Brasil, Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro estão no rol desta irresponsabilidade de tamanho olímpico

A já histórica falta de pistas de atletismo para treinamentos, no Rio, demonstra como a “Cidade Maravilhosa” prepara-se para a festa dos Jogos, enquanto oficialmente despreza o “legado” humano e a formação de novas gerações de competidores.

Enquanto isso…

… o Ministério do Esporte inaugura 15 luxuosas pistas, Brasil afora, com investimentos de R$ 71 milhões. E quem fará a manutenção desses gigantes, já a partir do ano que vem, diante da crise na economia que bate em cortes no Orçamento da União, universidades e entidades públicas de todo país?

Confira a reportagem de Luciana Ávila.

Foto: http://www.vascainosunidos.com.br/2015/06/prefeitura-interdita-pista-do-engenhao-e-deixa-100-atletas-sem-local-de-treino/

NA MEMÓRIA

… faz 131 dias  que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.

… faz 103 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?

… faz um ano e dois meses do final da Copa 2014, que teve R$ 1 bi de isenção fiscal. E o balanço financeiro do Comitê Organizador?


Ministério do Esporte paga aluguel e condomínio de prédio que ainda não usa
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José Cruz

Recebendo adaptações, a luxuosa futura sede do Ministério do Esporte já consumiu R$ 759 mil, referentes a “despesas de locação” e “prestação de serviços com despesas condominiais, conforme contrato 14/2015”. O registro está no Portal da Transparência da CGU (Controladoria Geral da União)

Condomínio milionário  me 6

Três meses e meio depois de assinar contrato de aluguel de um prédio, ao custo de R$ 820 mil, mais R$ 690 mil de condomínio, mensais, para abrigar seus 406 funcionários – apenas 86 efetivos –, o Ministério do Esporte ainda não ocupou as salas distribuídas em cerca de cinco mil metros quadrados, nem as 300 vagas na garagem. O espaço, conratado sem licitação, recebe trabalhos de adaptações das salas e auditórios.

A assessoria do Ministério informou que a mudança ocorrerá “em outubro”, e que “o aluguel começou a ser pago em 15 de setembro, proporcionalmente, conforme descrito no contrato”. O contrato fixa que o aluguel começa a vigorar “a partir do recebimento das chaves”. (Na foto acima, o amplo salão de entrada da futura sede milionária).

A despesa com condomínio tem “valor estimado de R$ 8.280.000,00 para o período de 12 meses”, conforme o item 5.1 da cláusula quinta do contrato de aluguel, o que projeta uma despesa de R$ 690 mil a cada 30 dias, além do aluguel de R$ 820 mil, totalizando R$ 1,5 milhão mensais.

No valor estão incluídas as despesas com “salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio, consumo de água, gás e luz, limpeza e conservação do prédio” etc.

O outro lado

ME4   Situado no Setor de Indústrias Gráficas, em Brasília, o prédio, alugado em plena crise nas contas do governo da presidente Dilma Rousseff, tem o sugestivo nome de “Capital Financial Center”, e renderá ao locador, SIG 04 Empreendimentos Imobiliários Ltda, R$ 9,8 milhões anuais. A vigência do contrato de aluguel é de 60 meses.

Segundo o Ministério do Esporte, atualmente são pagos R$ 1.577.000,00 pelas despesas das três unidades ocupadas pela pasta do ministro George Hilton. “A previsão do novo prédio é de 1.466 milhões”.

Porém, contrariando a informação oficial, condomínio consumirão projetam despesa de R$ 1,5 milhão/mês, conforme dados do contrato de aluguel.

Para esta reportagem colaborou o companheiro Walter Guimarães, na pesquisa de informações junto à CGU

Na memória 

… faz 130 dias  que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.

… faz 102 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?

… faz um ano e dois meses do final da Copa 2014, que teve R$ 1 bi de isenção fiscal. E o balanço financeiro do Comitê Organizador?


Esporte escapa da degola na reforma administrativa do governo
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José Cruz

O Ministério do Esporte, enfim, livrou-se da degola de dez pastas na reforma de governo para economizar gastos públicos, anunciam fontes do Palácio do Planalto. E o ministro George Hilton (PRB), que chegou a temer pelo cargo, pode voltar a sorrir. Aleluia!

Ministro sorriso

Os Jogos Rio 2016 devem ter influenciado na decisão, mas o peso maior foram os 21 deputados do partido, votos importantes para ajudar a aprovar projetos do Executivo, na Câmara Federal.

E o que faz de importante o Ministério do Esporte, além de repassar verbas para obras no Rio de Janeiro? Faz um estudo para implantar um Sistema Nacional do Esporte. E faz isso sem que se conheça o resultado do “Diagnóstico do Esporte”, pronto há mais de um ano, e que custou R$ 3,6 milhões aos cofres públicos.

Com seus 404 servidores, segundo o TCU, apenas 86 efetivos, têm-se a dimensão da capacidade do cabide de emprego, que não deverá ser alterada com a “reforma administrativa para reduzir gastos”. Essa turma será abrigada, em breve, num novo prédio, que custará R$ 1,5 milhão mensais entre aluguel e condomínio. Em tempos de aperto orçamentário, essa é a contribuição do Esporte ao governo federal…

Devido à fragilidade funcional o Ministério do Esporte não tem fiscais para acompanhar a execução dos projetos que usam verbas públicas, como constatou o TCU. Por isso, torna-se suspeito de corrupção, como já ocorreu há alguns anos, quando um ministro, Orlando Silva, foi  demitido por Dilma Rousseff.

O que mais?

O Ministério do Esporte administra a  distribuição de bolsas para 6.600 atletas. Muitos sem condições de receberem verbas de até R$ 15 mil mensais, enquanto outros, capacitados por seus resultados, estão fora do benefício. E centraliza a burocracia da Lei de Incentivo ao Esporte.

O ministério também abriga o programa de combate ao doping, que estaria melhor no Ministério da Saúde, com braço na Polícia Federal, pois o assunto envolve importações ilegais, contrabandos de drogas etc.

E qual o fórum que discute sobre os rumos do esporte, em toda sua abrangência, principalmente depois de 2016? Temos isso?

Na Memória

… faz 127 dias  que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.

… faz 99 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?

… faz um ano e dois meses do final da Copa 2014, que teve R$ 1 bi de isenção fiscal. E o balanço financeiro do Comitê Organizador?

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

 

 


Em plena crise, Esporte contrata prestadora de serviços por R$ 29 milhões
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José Cruz

O Ministério do Esporte pagará R$ 29,2 milhões pelo contrato de um ano com a Brasfort Administração Ltda, prestadora de serviços terceirizados. Média de R$ 2,45 milhões mensais.

O contrato está no Diário Oficial de ontem. Imediatamente, começaram as demissões de funcionários de gestões anteriores, para dar espaço a especialistas administrativos, preferencialmente da Igreja Universal.  george_hilton

A Igreja do bispo Edir Macedo tem no PRB (Partido Republicano Brasileiro) o seu braço político que, com 21 deputados, oferece apoio ao governo federal. Por votar com o governo, foi compensado com o Ministério do Esporte, reduto do ministro George Hilton (foto), um deputado especialista em gente e em transporte de valores.

Estes gastos são revelados, enquanto o governo briga para economizar R$ 30 bilhões, o tal rombo nas contas públicas. O Ministério do Esporte tem projetos em desenvolvimento para absorver mais de 200 servidores terceirizados?

Finalmente

Tanto os contratos com a Brasfort quanto as compensações políticas-ministeriais repetem-se em toda a Esplanada dos Ministérios. Não é exclusividade do Esporte, mas regra do jogo político, praticada no melhor estilo franciscano: “É dando que se recebe”…

Aleluia!

Na memória 

faz 118 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso, na Suíça

… faz 91 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras!


Ministério do Esporte poderá voltar a ser apêndice da Educação. Será?
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José Cruz

Segundo relatório do TCU

Os mecanismos necessários para uma boa governança de política pública de esporte de rendimento apresentam deficiências que podem prejudicar o alcance dos objetivos do país no que se refere ao almejado sucesso esportivo internacional”

“… há “risco de desvio de recursos públicos destinados ao esporte de rendimento”.

Enquanto isso…    dilmas

Entre as medidas para superar a crise econômica, a extinção de ministérios está na agenda da presidente Dilma Rousseff, que precisa reduzir R$ 30 bilhões em gastos administrativos e funcionais.

Nos cochichos entre políticos, o Ministério do Esporte poderá contribuir, voltando a ser  um agregado da pasta da Educação. A questão é: onde acomodar o PRB, partido do ministro George Hilton, cuja bancada garante 20 votos ao governo, nas votações na Câmara?

Equipe

Atualmente, o Ministério do Esporte tem 404 servidores, sendo apenas 86 efetivos (21, 3% do total), 234 comissionados (57,9%) e 103 em outras categorias (20,8%).  Os dados são do TCU (Tribunal de Contas da União).

Ou seja, 307 servidores estão no Ministério do Esporte de favor, ganhando bem mais que os 86 concursados, os legítimos “carregadores de piano”.

O furo

O furo nesse drible está nos “103 servidores de outras categorias”, a maioria contratada pela empresa Brasfort, há mjuitos anos prestadora de serviços de limpeza e segurança. O pessoal contratado pela Brasforte é lotado em gabinetes. Ou não, porque já há diretor em campanha para a eleição do ano que vem. Em breve, informações a respeito.

Com essa prática do drible nas contratações, comum em todo governo, os ministros fortalecem seus partidos, pois empregam amigos, correligionários, fiéis de oração, cabos eleitorais, moças bonitas, candidatos à próxima eleição etc.

Os gastos são maiores quando muitos desses “abnegados servidores” vêm de outras cidades, recebendo “ajuda de viagem” e até R$ 3 mil mensais para pagamento de “aluguel”.

Diagnóstico pra quê?

Como esta, o Ministério do Esporte não serve para nada. O próprio ministro se enquadra nessa inoperância.

Há três meses,  George Hilton lançava a primeira parte do “Diagnóstico do Esporte”, trabalho que custou R$ 4 milhões aos cofres públicos. E por que não divulga? Por que o ministro Hilton ainda não domina os temas para uma apresentação segura e festiva, como no lançamento da primeira parte, cujo roteiro foi bem decorado.

Doping

Atualmente, apenas um grande projeto é desenvolvido na pasta do Esporte, o comandado pela ABCD, Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, que emprega 21 servidores, sendo apenas um efetivo, segundo o TCU. Mas a ABCD poderia ir para a Saúde que não estaria fora de função.

Já as poucas atividades para os Jogos Rio 2016 poderiam funcionar em departamento enxuto, no MEC, pois o principal está em execução pelo Comitê Organizador da Olimpíada e pela Autoridade Pública Olímpica. No Ministério do Esporte apenas libera-se a grana para algumas despesas. Quando tem!

Em termos de economia para o governo, a ideia é ótima. Mas, em termos práticos,  é horrível, porque o diálogo entre essas pastas não existe. E demonstraria como, 13 anos depois de criado, os ministros do Esporte (Agnelo Queiroz, Orlando Silva, Aldo Rebelo e o atual, George Hilton) não conseguiram dar rumo ao setor, tornando a pasta imprescindível no contexto de governo.

Ao contrário, constatou-se corrupção pela fragilidade da sua estrutura, a ponto de ter um ministro demitido, o hoje deputado federal Orlando Silva, e provocado uma recente manifestação do TCU:

O ministério do Esporte demonstrou não ter capacidade operacional para o controle dos recursos por ele próprio repassados”

Na memória…

… faz 117 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso, na Suíça

… faz 90 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte


Com R$ 130 milhões, atletismo patina. Atraso passa pelo Governo
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José Cruz

O grande salto do atletismo – 2003

Em 2003, o então presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo, promoveu  um seminário com especialistas, que decretaram “O grande salto do atletismo brasileiro”. Ao acertarem o foco para o Pan-Americano de 2007, não decidiram quem faria a massificação para a descoberta de talentos.  Até hoje, Esporte e Educação batem cabeça com programinhas, que terminam logo no mês seguinte por falta de verba. Se falta verba para o livro escolar…

A grande mentira – 2004  

Talento  “O que ocorrerá nas escolas do Brasil, já fazendo os testes (de aptidão física), em crianças entre 7 e 15 anos de idade, servirá para a descoberta de talentos e a partir daí serão encaminhados para treinamento. Haverá recursos para a formação, então todos os talentos serão acompanhados e financiados”  (Agnelo Queiroz, ex-ministro do Esporte, em dezembro de 2004)

O estágio atual

A CBAt recebeu investimentos públicos de R$ 130 milhões, nos últimos quatro anos, e quase a totalidade da verba foi aplicada no alto rendimento. Mesmo assim, terminou o Mundial de Pequim em 25º lugar. E o Ministério do Esporte está concluindo este ano a instalação de centros de treinamentos, inaugurando uns e fechando outros, como o de Uberlândia (MG).

Já a carência de renovações pode ser explicada assim: nos últimos oito Campeonatos Mundiais de Atletismo, o Brasil ganhou quatro medalhas, duas só com Fabiana Murer. Jadel Gregório, no salto em distância, e o revezamento 4×100 fecharam os pódios nacionais. Em 16 anos – oito mundiais e “todos” esses atletas no pódio. A ênfase é porque o foco é o pódio, segundo o governo federal e o COB, como se só isso formasse o perfil de um país esportivamente forte.

O DINHEIRO DO ATLETISMO

       F  O  N  T  E  S             R$
Caixa/Patrocínios (2012/2015)

93.704.850,00

Lei Piva (2012/2015)

13.000.000,00

Convênio Min. Esporte 2011

10.473.600,00

Bolsa Atleta (844 atletas) 

10.153.105,00

Bolsa Pódio (27 atletas) 

3.300.000,00

     T  O  T  A  L

130.631.555,00

Ironicamente…

Quando não havia dinheiro farto, o Brasil ganhou três medalhas (duas prata e um bronze) em um só Mundial, de Sevilha, 1999, Lei Piva, Bolsa Atleta, Lei de Incentivo, patrocínio da Caixa, Bolsa Pódio etc vieram na década seguinte …

Portanto, o resultado no Mundial de Pequim não foi um “fracasso inesperado”, mas a repetição do que ocorre desde 2001, e construído, também, na falta de estruturas e definições de competências das instituições do esporte.

O primeiro grande responsável por essa situação é o governo federal, via Ministério do Esporte, que liberou verbas sem que se tivesse estrutura para desenvolver a modalidade: as federações estão falidas e a carência de clubes e técnicos é real! Socorreram o emergencial, o grande evento seguinte, e não prepararam o longo e médio prazos.

A partir de 2003, Agnelo Queiroz, Orlando Silva, Aldo Rebelo e o atual, Hilton, foram omissos em planejamento sustentável. Fizeram e fazem o mesmo com outras modalidades, que já demonstraram incapacidade para gerir verba pública, como as de Basquete, Tênis, Taekwondo etc.

Talentos

Onde estão os talentos? A quem compete identificá-los? Carlos Nuzman já afirmou que isso não é com o COB. Mas, estranhamente, por que o COB cuida dos Jogos Escolares?

Descobrir talentos compete à CBAt? Ao Ministério? Às federações sem estrutura? ao clube da equina? Roberto Gesta de Melo ficou 27 anos no comando do atletismo e não conseguiu definir isso com ninguém. Os resultados daquela gestão repercutem na diretoria de agora, há dois anos no comando.

Enquanto isso…

agnelo    Quando assumiu o ministério do Esporte, em 2003, o ministro Agnelo Queiroz decretou o “dia da descoberta de talentos”.

E lá foi ele para a rua, com meia dúzia de assessores, fita métrica na mão, medir a barriga e altura de tudo que é garoto que passava na frente dele, num domingo de sol em Brasília.

Cena mais ridícula impossível, e os resultados do atletismo, hoje, passam, também, por essas ideias maravilhosas.