O esporte precisa de uma Operação Lava-Jato
José Cruz
A Polícia Federal chegou à Eletronorte e ali iniciou mais uma investigação. A suspeita é de que a estatal esconda algo parecido com o escândalo da Petrobras. A PF chegou, também, à Caixa Econômica, onde investiga um esquema para desviar dinheiro de contratos para agência de publicidade, como ocorreu com o Mensalão.
Há algum tempo, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato fugiu para a Itália para não ser preso, acusado de irregularidades em contratos que assinou.
O ponto de partida dessa “era moderna” da corrupção no Brasil foi nos Correios, em 2005, onde um funcionário negociava propinas para driblar licitações. O resultado acabou no esquema que se conhece por “Mensalão.
E o esporte?
Expressivas fontes de financiamento do esporte estão nessas estatais: Correios, Caixa, Eletronorte, Petrobras e Banco do Brasil. E falta um eficiente sistema de fiscalização para acompanhar o uso do dinheiro liberado por essas empresas.
Foi de uma denúncia, neste blog – e não de fiscalização oficial – , que o companheiro Lúcio de Castro, da ESPN, chegou ao escândalo da Confederação de Vôlei, tão grave que o próprio Banco do Brasil ameaçou suspender a parceria.
Há documentos de sobra que demonstram a fragilidade da gestão da verba pública do nosso esporte olímpico, por desperdício, inclusive, como já se demonstrou.
Por isso, uma operação lava-jato no esporte seria importante para se ter um perfil do dinheiro liberado pelas estatais e o resultado dessa aplicação bilionária, nos últimos anos. No ciclo olímpico 2008/2012 foram destinados R$ 6 bilhões de verba pública ao esporte de alto rendimento.
O Ministério do Esporte tem o mapeamento desse universo financeiro? Há segurança na aplicação do dinheiro, diante dos esquemas de corrupção que surgem nas estatais? Quem garante? Hoje ficamos sabendo que o Pan 2007 ainda tem conta de R$ 23 milhões em aberto. E quando saberemos quem enriqueceu com o escândalo do Segundo Tempo?