Sugestão para Brasília recuperar a sede da Universíade 2019
José Cruz
Por Lamartine da Costa
Membro da Academia Olímpica Internacional
Em megaeventos como em grandes negócios qualquer desistência tem impacto negativo. Assim, em princípio, a recusa do novo governo de Brasília em organizar as Universíades 2019 apresenta-se como equivocada; certamente o retorno para a cidade será muito maior do que os 75 milhões de euros do compromisso inicial, somadas às futuras despesas da preparação da cidade para o evento.
Entretanto, há uma crise financeira na capital federal que não pode ser simplesmente desconhecida. Então, a solução mais sensata para o caso seria um referendum popular a ser organizado pelo governo que assumirá em 1º de Janeiro, num procedimento que já se tornou comum na Europa com as candidaturas de cidades-sede para Jogos Olímpicos e outros megaeventos.
Como o novo governo politizou a desistência, cabe politizar um possível retorno das Universíades a Brasília, com impacto positivo para os que chegam.
Se houver dúvidas dos governantes que assumirão a cidade, quanto à validade da proposta, sugiro que façam contato com a Prefeitura de Madrid, que manteve sua candidatura aos Jogos Olímpicos de 2020 (perdeu para Tóquio), mesmo com o país e a cidade mergulhados numa crise aguda. Neste caso, a justificativa de Madrid para sediar o megaevento olímpico foi que este seria uma das formas para a cidade – e o país – recuperar suas finanças.
Lembro que a Agenda 2020 do COI (Comitê Olímpico Internacional), aprovada na semana passada, solicita o uso de instalações antigas nas cidades-sedes para evitar excesso de custos.
Assim, Brasília poderia fazer o mesmo, mantendo o custo apenas nos 75 milhões de euros iniciais, pois tem várias instalações usadas, que poderiam dar apoio às Universíades 2019.
Será que o começo da recuperação das finanças de Brasília passa pelas Universiades?