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Mané Garrincha: o melhor espaço do estádio de Brasília está do lado de fora
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José Cruz

Nem a famosa banda Kiss, que completa 40 anos com um tour mundial, desfrutará do conforto interno do Estádio Nacional de Brasília. Em 24 de abril, os roqueiros norte-americanos farão show numa espetacular estrutura a ser montada no lado externo do monumental Mané Garrincha. Estimativa de público entre 20 e 25 mil pessoas. 

Kisssss   Encerrado o ano da Copa, o melhor espaço do estádio Mané Garrincha passou a ser o lado de fora. A gigantesca obra de 72 mil lugares não atrai para o seu interior jogos de futebol nem shows culturais ou religiosos, devido o alto custo do aluguel, que pode chegar a  R$ 400 mil.

Essa real ociosidade do valioso espaço esportivo-cultural contrasta com o discurso eufórico do então “governador-construtor” do estádio, Agnelo Queiroz, que ali aplicou suspeitos R$ 1,6 bilhão.

“A arena será um grande centro de lazer cultural para a capital federal, turistas e moradores. Contará com dois grandes restaurantes, 14 lanchonetes, 40 bares, centros comerciais e atividades culturais. (Nota oficial de Agnelo, em 24/2/2013).

 Estacionamento 

Assim como o grupo do Kiss, a quarta edição do Festival VillaMix Brasília, em 9 de maio, também vai para o lado de fora do Estádio Nacional de Brasília, apesar do grande apelo popular dos artistas que se apresentarão: Jorge Mateus, Wesley Safadão, Cristiano Araújo, Bruno e Marrone, Matheus e Kauan, Humberto e Ronaldo, Luan Santana …

E, na ausência de bandas, o espaço externo serve de estacionamento para as frotas de ônibus urbanos, como revelou o repórter Daniel Brito.  0nibus

Ao contrário do que ocorre mundo afora, onde arenas esportivas são espaços multiusos e, principalmente, centros comerciais de consumo, o Estádio de Brasília está se tornando um reduto burocrático. Para enfrentar rombo de R$ 4 bilhões no caixa e reduzir gastos com aluguel, o novo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, destinou várias salas do estádio para abrigar secretarias de seu governo.

Enquanto isso…

Garrincha     A falta de conservação do Estádio Mané Garrincha é evidente. Há infiltrações, grades derrubadas, cadeiras soltas, piso sem manutenção e por aí vai.  Especialistas em engenharia civil estimaram que a manutenção do Estádio seja em torno de R$ 600 mil mensais.


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