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Arquivo : indicação presidente

Presidente Dilma desmoraliza o comando público do projeto olímpico
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José Cruz

Se Dilma Rousseff não consegue nomear um ministro para o Supremo Tribunal Federal, capenga há oito meses de seu plenário total, depois da aposentadoria de Joaquim Barbosa, como podem os idealistas do esporte pedir eficiência para a Autoridade Pública Olímpica, que está há “apenas” dois meses sem o seu titular?

Desde fevereiro, a presidência burocrática da APO (Autoridade Pública Olímpica) está nas mãos do interino Marcelo Pedroso. Apesar do perfil técnico e seriedade que deu à autarquia, o general Fernando Azevedo e Silva, fritado pelo Palácio do Planalto, foi embora.

Esse desprezo na nomeação do titular ocorre a menos de 500 dias da abertura dos Jogos Rio 2016, e reforça o eterno desinteresse dos governos pelo setor esportivo, com evidente atraso para o país sob o enfoque de política de Estado.

Depois de envergonhar a comunidade esportiva, com a indicação de um ministro de inexpressivo conhecimento para o cargo – como se não tivéssemos mais ninguém capaz -, Dilma desmoraliza a APO, criada pelo próprio governo federal para dar rumos ao complexo projeto dos Jogos. Mercadantee E concentrou as decisões da autarquia na mesa de seu ministro mais próximo, Aloizio Mercadante (foto),  o capitão da equipe financeira olímpica.

Com essa inversão presidencial nos valores da instituição, se fortalece a proposta do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que já se declarou favorável à extinção da APO. Sem comando e autoridade nas relações intergovernamentais, as fraudes podem ocorrer com facilidade, através da contratação de serviços sem licitação, por exemplo, como em 2007.

Independentemente da escolha,  Dilma torna menor e inexpressiva a indicação do terceiro presidente da autarquia, para espanto dos parceiros internacionais, nessa gigantesca operação que receberá atletas de 206 países.


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