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Além do Ministério deputados-pastores querem Comissão de Esporte na Câmara
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José Cruz

Depois de conquistar o Ministério, com George Hilton, e quatro secretarias estaduais do Esporte (São Paulo, Minas, Ceará e Distrito Federal), o PRB (Partido Republicano Brasileiro) tenta comandar a Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

Isso será decidido na próxima semana, quando os líderes definirão o rateio das comissões temáticas (Agricultura, Turismo, Educação, Esporte etc) entre os 26 siglas partidárias.

Com essa estratégia, o PRB tenta desvincular sua imagem do comando do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, e fortalecer o seu perfil político nos holofotes do esporte.

Candidato

Caso ganhe a Comissão de Esporte, o PRB já tem um candidato à presidência, o pastor-radialista-deputado Márcio Marinho (foto),44 anos, que chegou à Câmara como suplente, em 2007, e está na segunda legislatura.  Marinho

Os indicados para as comissões temáticas, por acordo de liderança, acabam consagrados no cargo, pois pela regra entre os partidos não há oposição e a eleição é apenas para garantir o “processo democrático”. O PRB, de Márcio Marinho saltou de 10 deputados na legislatura passada para 21, na atual, e integra o bloco de apoio ao Governo Federal com o PMDB, PP, PTB, DEM etc.

Marinho é natural de Cabo Frio (RJ), mas foi eleito pela Bahia. O interessante é que o deputado não tem vínculo com o esporte, pois como radialista era apresentador de “programas seculares”.  Seu currículo demonstra que, a exemplo do ministro George Hilton, “não entende de esporte”, mas…

Bancada poderosa

Prevê-se a formação da mais forte e representativa Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados de todos os tempos. Assim, se eleito, Márcio Marinho poderá estar na liderança de deputados com significativa vivência no setor, como o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (PT), o ex-judoca campeão mundial, João Derly (PCdoB), Orlando Silva, que foi ministro do Esporte, Marcus Antônio Vicente (PP), presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, o ex-árbitro de futebol, Evandro Roman (PSD), o ex-goleiro do Grêmio, Danrlei (PDD) e o ex-jogador do Fluminense, Deley (PTB).


Como o esporte constroi um deputado
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José Cruz

Nos últimos dois anos, a Secretaria de Esporte do Distrito Federal turbinou – no bom sentido, claro – a campanha eleitoral do secretário Júlio César Ribeiro (PRB) à Câmara Legislativa. Com 29 mil votos, ele foi consagrado nas urnas em primeiro lugar para deputado distrital.

julioVindo de São Paulo, o advogado Júlio César (foto) está há apenas dois anos em Brasília. Chegou indicado pela Igreja Universal para ser secretário de Esporte e garantir apoio dos fieis e da bancada evangélica ao governador Agnelo Queiroz, que não se reelegeu.

Promessa

“Vim para tornar o esporte de Brasília referência nacional”, afirmou o secretário. E disse isso como se na cidade não tivesse gente capaz para tanto. Porém, seu desempenho na Secretaria mostrou como cargos públicos se transformam em trampolim para desconhecidos chegarem à política e ali se perpetuarem.

Além do apoio evangélico, boa parte dos votos de Júlio César veio do programa “Compete Brasília”, que doa passagens para atletas da cidade. As 300 passagens liberadas em 2011 saltaram para 2.500 em 2013. Na prática, o programa “Compete Brasília” é uma forma de usar o dinheiro público para conquistar o atleta desprotegido, fora de um contexto maior de política de esporte de longo prazo. O que fazem não é “incentivo”, mas garantia de voto disfarçado de esmola. Está clara a pobreza do nosso esporte, propícia para a ação de oportunistas e “criativos” gestores. Aleluia!

Júlio César também contou com o apoio de quem trabalha nas “Vilas Olímpicas”, centros desportivos comunitários, 11 em toda capital da República. Mas o governo local nunca realizou concurso público para profissionais de vários segmentos, como a educação física, manutenção, técnicos desportivos, por exemplo. Quem está ganhando com contratos para prestações de serviços? É outra história.

O que se sabe é que as Vilas Olímpicas se tornaram cabides de empregos para eleitores em potencial. E assim é Brasil afora, onde  governos e prefeituras usam o bem público para ancorar seus objetivos políticos. Suspeitos objetivos políticos.


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