Diagnóstico do Esporte está capenga
José Cruz
O Diagnóstico do Esporte, lançado esta semana pelo ministro George Hilton, está incompleto. Além dos números sobre a prática esportiva e atividades físicas, faltam as informações dos demais temas, todos já concluídos e entregues ao Ministério do Esporte:
“Financiamento público para o setor”;
“Legislação esportiva, anterior e atual, em níveis federal, estadual e municipal”;
“Infraestrutura esportiva existente; e
“Gestão”
Esses temas foram divulgados pelo professor Ailton Oliveira, coordenador executivo do diagnóstico, em entrevista de 26 de abril do ano passado. Mas, no Ministério, “não há data para divulgar”, me informaram.
Financiamento
Na quarta-feira, o grupo que trabalha na proposta de um novo “sistema nacional de esporte”, debateu em Brasília sobre “financiamento para o esporte” (foto do Ministério do Esporte). Foram apresentadas informações valiosas de estudiosos do setor. Estranhamente, faltaram os mais atualizados dados do Diagnóstico do Esporte.
E por que esses resultados, atrasados um ano na divulgação, ficam escondidos, se já foram entregues ao Ministério do Esporte, como informou a coordenadora geral do Diagnóstico, professora Celi Taffarel?
Dois motivos
O ministro George Hilton quer fazer um badalado evento a cada divulgação dos dados do Diagnóstico do Esporte, como nos apresentados nesta semana. Ainda faltam quatro temas, e a visibilidade da excelência, que ensaia a apresentação – porque é leigo no setor – será proporcional.
Além disso, o resultado do diagnóstico sobre “dinheiro do esporte” não é favorável ao governo, confidenciou uma fonte do setor. E não fica bem abrir o jogo num momento político nada bom para o Palácio do Planalto.
Enquanto isso…
George Hilton repete um Agnelo Queiroz, um Orlando Silva ou mesmo um Carlos Meles ou Rafael Grega, nos tempos magros de grana pública para o esporte, de FHC e outros. Foram ministros de indicações políticas, exclusivamente. Estão no cargo, são passageiros, sem qualquer compromisso com o setor. Nenhum! Meles era produtor de café!!! Greca, um apaixonado por artes, exposições de quadros, em especial. E por aí vai…
De comum, todos usaram e usam o discurso entusiasmado e eufórico para superar a ignorância sobre o assunto, dando a impressão de que estão atualizados e sabem o que estão fazendo.
Dá pra acreditar?