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Escândalo na Fifa: ações entre amigos
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José Cruz

“O trabalho mostra como o futebol vem sendo usado para a promoção de grandes negócios. São milhões de dólares que rolam em contratos obscuros e desaparecem. Quanto maior o contrato, mais endividados ficam a CBF, as federações e os clubes, enquanto fortunas privadas formam-se rapidamente, administradas em paraísos fiscais de ondem brotam mansões, iates, e se alimenta o poder de cooptação e de corrupção”. (do relatório da CPI da CBF Nike/2001)

Entre amigos

 A  prisão de cartolas internacionais do futebol não é um ato isolado no mundo do futebol. Está intimamente vinculado a fatos ainda recentes, envolvendo outros brasileiros, João Havelange e Ricardo Teixeira. Ambos abandonaram seus cargos e saíram pela porta dos fundos, para escaparem da ação que hoje expõe a imundice dos negócios ocultos do esporte.

CBF

O atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero (à esquerda), era vice-presidente e assessor direto do então presidente, José Maria Marin (à direita). Portanto, se a investigação prosperar, poderemos acordar, dia desses, com a notícia: “Del Nero também está preso!”

CPI

Desde 2001 sabíamos, a partir de documentos oficiais – bancários e fiscais –, obtidos pela CPI da CBF Nike, que o futebol escondia grandes negociatas, evasão de divisas, sonegação fiscal, tráfico de menores, corrupção internacional envolvendo fortunas suspeitas. No Brasil, a “embaixada” desses trambiques tinha endereço conhecido: sede da CBF, no Rio de Janeiro, então dirigida por Ricardo Teixeira, com uma sucursal em Brasília, numa mansão alugada em área nobre.

O relatório da CPI, assinado pelo presidente, então deputado federal Aldo Rebelo, e o relator, deputado Silvio Torres, resumi os crimes identificados, há 14 anos… Contra a ordem tributária, contra o sistema financeiro nacional, falsificação de documentos públicos; falsificação de passaportes, falsidade ideológica e envio de crianças e adolescentes ao exterior de forma irregular (disfarçados de jogadores).

Para saber mais:

http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2015/05/a-desmoralizacao-mundial-da-cartolagem-no-jogo-sujo-do-futebol/


Fraudes no vôlei e o bombástico relatório da CGU
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José Cruz

A Confederação Brasileira de Vôlei continua contribuindo para a onda de corrupção nacional com dinheiro público. Agora, de forma oficial, as revelações são estarrecedoras e mostram como foi a suspeita gestão do ex-presidente Ary Graça (foto)

ary  O recente relatório da CGU (Controladoria Geral da União), revelado pelo repórter Lúcio de Casto, aqui, mostra como as emoções do esporte olímpico e a conquista de valorizados títulos que orgulham o esporte escondem transações criminosas, há anos.

Não se trata de “suspeita”, de “ouvir dizer” ou “me contaram”. São constatações dos auditores da CGU, com base em documentos oficiais da própria Confederação Brasileira de Vôlei, que nos últimos 40 anos teve apenas dois três presidentes, Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça e o atual, Walter Pitombo Larangeiras.

O relatório da CGU está neste link: http://sistemas.cgu.gov.br/relats/uploads/6670_%20Relatorio%20201407543%20BB.pdf

 Tênis

Esse bombástico relatório da CGU se junta a outros aqui revelados, como da Confederação Brasileira de Tênis, cujo presidente, Jorge Rosa, apresentou nota fria em prestação de contas ao Ministério do Esporte. As investigações daí decorrentes apontam para outras fraudes que em breve serão conhecidas, tão logo o processo saia do “segredo de justiça”.

Está evidente que os balanços publicados anualmente pelas entidades do esporte não são suficiente para demonstrar transparência no uso de verbas públicas que sustenta o esporte brasileiro – R$ 6 bilhões no último ciclo olímpico. No caso da CBV é balanço suspeito, diante das constatações de fraudes e operações ilícitas constatadas pela CGU.

CPI, JÁ!

Por isso, é inadiável a criação de uma “CPI do Dinheiro Público”, que faça uma varredura das verbas repassadas pelos cofres públicos ao Comitê Olímpico, ao Comitê Paraolímpico e às confederações desde o início do governo PT, em 2003 .Quem sabe em 2015, já como senador da República, o hoje deputado Romário lidere esse movimento.

Uma CPI com quebra de sigilo fiscal e bancário de todos os que assinam pelas entidades do esporte, diante da falta de confiança que há muito se tem dos cartolas em geral, pela falta de transparência nas operações com verbas do governo. E poderemos ter a surpresa de constatar que Ricardo Teixeira, no futebol, é um amador diante do alto rendimento olímpico.


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