Brincando de ser ministro
José Cruz
A entrevista do ministro do Esporte, George Hilton, ao repórter Daniel Brito, do UOL Esporte, é peça histórica na Esplanada dos Ministérios. Escancara o despreparo da excelência e como estamos perdidos no setor.
Pelas repostas, George Hilton (foto) lembra “invenções” passadas, que contribuíram para o atraso que temos hoje.
Rafael Greca, por exemplo, nos tempos do PFL; era especialista em turismo, mas atirava nos assuntos do esporte como se fosse grande entendido. E saía dando risadas pelo corredor, com cartolas atrás, aplaudindo suas bobagens …
Ou o deputado Carlos Meles, também ex-PFL, um plantador e exportador de café, que aceitou o “desafio” de ser ministro do Esporte.
Tivemos Agnelo Queiroz e Orlando Silva. Agnelo não conseguia fechar o raciocínio de uma frase. Orlando, que tinha discurso, foi um especialista em enrolação. Mas, como os demais, ignorou a corrupção com as verbas liberadas. Deu no que deu.
Com esta brincadeira de fazer ministro para agradar partidos e ter apoios políticos perderemos mais oito anos: quatro de paralisia, porque agora é tudo em nome dos Jogos Rio 2016; e outros quatro que deixaremos de avançar nas questões elementares, como o esporte escolar, na base, na iniciação, na estrutura do setor, completamente falida. Como ocorreu com Aldo Rebelo, que foi o ministro da Copa do Mundo, continuaremos em ritmo de festa…
E o que dizem os desportistas, cartolas, atletas, ex-atletas, dirigentes em geral que se submetem a essa estupidez política sem qualquer reação?