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Arquivo : CPI

CBF interfere na agenda Legislativa e trava a CPI do Futebol
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José Cruz

No mesmo dia em que a Justiça norte-americana anuncia que novas prisões de cartolas internacionais serão realizadas, o deputado federal Marcus Vicente (PP/ES) indagou à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara se poderá substituir o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, em caso de impedimento do distinto dirigente, como informou o jornalista Sérgio Rangel, da Folha de S.Paulo.

Espertamente, Marcus Vicente não quer largar o cargo para o qual foi eleito. O futuro presidente da CBF poderá acumular o mandato de deputado federal? Que isenção terá para se manifestar em casos que tramitem no Parlamento sobre a suspeita casa do futebol brasileiro?

Isso sem falar no diretor de “Ética e Transparência” da CBF, Marcelo Aro (PHS/MG), também deputado federal. O Congresso está infiltrado de cartolas e, agora, de agentes da CBF.

CPI do Futebol

Para encerrar o dia de coincidências, a CPI do Futebol, no Senado, suspendeu a reunião de amanhã, porque o relator, Romero Jucá, não apresentou a lista de depoentes.

Até agora, nove depoimentos foram prestados na CPI. Mas, o relator, senador Jucá, não interpelou um só depoente. Uma só pergunta foi realizada por quem tem a responsabilidade de investigar para bem relatar sobre a matéria. Pior: Romero Jucá desapareceu de algumas audiências. Em outras, assinou a presença e deixou o plenário.

Enquanto isso…

As últimas sessões da CPI do Futebol mostraram que, enquanto a assessoria da CPI manda seus assessores buscar senadores para garantir quórum deliberativo, o lobista da CBF, Vandemberg Machado, desdobra-se em telefonemas para senadores-amigos, afastando-os do plenário.

Por tudo isso, torna-se cada vez mais evidente que o futebol precisa, mesmo, de uma investigação policial, porque, na área parlamentar, está tudo dominado…  Além disso, as discussões sobre as crises política e econômica dominam o agenda legislativa, dando um chega pra lá nas questões do futebol, por mais evidentes que sejam as suspeitas de corrupção.

Na memória…

… faz 109 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.


Que venha a CPI. E depois?
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José Cruz

As quebras de sigilos bancários e fiscais da CBF serão decisivas para orientar as conclusões da CPI. A questão é: e depois?

Em 2000 essas quebras de sigilos foram conseguidas na Justiça logo nas primeiras reuniões, e levou os auditores ao encontro de preciosidades, conforme o relatório final da CPI, assinado pelos deputados Aldo Rebelo e Silvio Torres.

Por exemplo

cbf

O fato de a CBF não acompanhar, de modo adequado, a legislação tributária brasileira tem feito com que a entidade deixe de recolher tributos de acordo com a lei. Além disso, irregularidades nas áreas contábil e financeira contribuíram para que a Receita Federal autuasse a CBF em mais de R$ 14 milhões, em 2000.”

Sonegação

Um caso claro de omissão de receitas, e consequente sonegação de imposto, envolve o recebimento de R$ 10 milhões, referentes ao pagamento, pela Nike, da  multa rescisória do contrato CBF/Umbro.  Essa importância passou a fazer parte do contrato da nova parceria CBF-Nike, como receita da CBF. Mas não foi declarada à Receita Federal. E o imposto de renda relativo àquela importância também não foi pago”.

Caso Volvo

Os auditores também localizaram uma operação muito esperta de Ricardo Teixeira. Em maio de 1995, a CBF adquiriu um carro Volvo, de 2.300 cilindradas, importado, completo, com todos os acessórios disponíveis, no valor de R$68 mil, equivalente a 76 mil dólares, à época.

Um ano depois, Teixeira adquiriu o carro da CBF, pagando apenas R$ 49 mil, ou 45 mil dólares, pela cotação do dia. O carro foi vendido com desconto de cerca de 40% sobre o valor pago pela CBF – diferença de 31 mil dólares, entre o valor original e o de venda.

Esses são apenas dois exemplos, memória daquela CPI.

Na prática, a CPI da CPBF Nike cumpriu o seu papel, investigou e comprovou fraudes na CBF, federações e clubes. Mas, na última reunião, o então deputado Eurico Miranda fez um discurso inflamado e rasgou o relatório oficial, para impor outro, elaborado pela Bancada da Bola. Para evitar que isso ocorresse, o presidente da CPI, Aldo Rebelo, encerrou os trabalhos.

 


Fraudes no vôlei e o bombástico relatório da CGU
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José Cruz

A Confederação Brasileira de Vôlei continua contribuindo para a onda de corrupção nacional com dinheiro público. Agora, de forma oficial, as revelações são estarrecedoras e mostram como foi a suspeita gestão do ex-presidente Ary Graça (foto)

ary  O recente relatório da CGU (Controladoria Geral da União), revelado pelo repórter Lúcio de Casto, aqui, mostra como as emoções do esporte olímpico e a conquista de valorizados títulos que orgulham o esporte escondem transações criminosas, há anos.

Não se trata de “suspeita”, de “ouvir dizer” ou “me contaram”. São constatações dos auditores da CGU, com base em documentos oficiais da própria Confederação Brasileira de Vôlei, que nos últimos 40 anos teve apenas dois três presidentes, Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça e o atual, Walter Pitombo Larangeiras.

O relatório da CGU está neste link: http://sistemas.cgu.gov.br/relats/uploads/6670_%20Relatorio%20201407543%20BB.pdf

 Tênis

Esse bombástico relatório da CGU se junta a outros aqui revelados, como da Confederação Brasileira de Tênis, cujo presidente, Jorge Rosa, apresentou nota fria em prestação de contas ao Ministério do Esporte. As investigações daí decorrentes apontam para outras fraudes que em breve serão conhecidas, tão logo o processo saia do “segredo de justiça”.

Está evidente que os balanços publicados anualmente pelas entidades do esporte não são suficiente para demonstrar transparência no uso de verbas públicas que sustenta o esporte brasileiro – R$ 6 bilhões no último ciclo olímpico. No caso da CBV é balanço suspeito, diante das constatações de fraudes e operações ilícitas constatadas pela CGU.

CPI, JÁ!

Por isso, é inadiável a criação de uma “CPI do Dinheiro Público”, que faça uma varredura das verbas repassadas pelos cofres públicos ao Comitê Olímpico, ao Comitê Paraolímpico e às confederações desde o início do governo PT, em 2003 .Quem sabe em 2015, já como senador da República, o hoje deputado Romário lidere esse movimento.

Uma CPI com quebra de sigilo fiscal e bancário de todos os que assinam pelas entidades do esporte, diante da falta de confiança que há muito se tem dos cartolas em geral, pela falta de transparência nas operações com verbas do governo. E poderemos ter a surpresa de constatar que Ricardo Teixeira, no futebol, é um amador diante do alto rendimento olímpico.


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