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Arquivo : Copa Davis

Por que é tão difícil formar um tenista?
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José Cruz

Por Nilton Vale Cavalcante Filho

Tenista amador

A ITF (International Tennis Federation) indica que o Brasil tem juvenis entre os 20 melhores do mundo. Atualmente, são Orlando Luz, em nono lugar, e Luísa Stefani, em 14º. Mas, em geral, os juvenis não evoluem! E qual o motivo denão despontarem como profissionais? A CBT já se interessou saber e enfrentar esta questão?

 

A propósito da derrota do Brasil na Copa Davis, sugiro ler o blog do Fernando Meligeni. Ele sempre mostra como os tenistas brasileiros enfrentam problemas para se desenvolver. Problemas desde o financiamento da carreira, até locais de treinos e falta de treinadores.

Só para se ter ideia, a ITF aponta que mais de 80% dos tenistas pagam para jogar, como informou Alexandre Cossenza, em seu blog. “No circuito masculino, que tem 2.168 tenistas ranqueados, apenas os 336 primeiros não perdem dinheiro”. equipe-brasileira-posa-para-foto-antes-de-duelo-com-a-croacia-1442423314996_615x300

Ou seja, até o tenista chegar aos melhores rankings, eles simplesmente pagam! Em todo o mundo! Com riscos de a carreira não vingar. O que não é o caso de Bellucci, Melo e Soares, pontos já fora da curva indicada pela ITF.

Problemas

No Brasil, o sonho de um Centro de Treinamento de Tênis nunca saiu do papel. O Pan 2007 não gerou legado, e o dinheiro que a CBT recebe é mal utilizado. Além disso, poucos tenistas aposentados brasileiros se aventuram, seja como técnico, dirigente, pois não compensa.

Na prática, não há condições, estrutura e organização, para massificar o tênis, aumentar o número de jogadores e desenvolver atletas. O custo para isso é elevado.

Por exemplo, em São Paulo a média do aluguel de uma quadra de tênis é R$ 100,00, somando isso ao preço de R$ 150,00 da hora/aula do professor. o treino acaba saindo por RS 250,00 hora/aula. Apesar das possibilidades de planos para fornecer descontos, de treinando em dupla ou sendo sócio de um clube, o preço para a prática do esporte é inegavelmente caro.

Bolsa

A Bolsa Atleta não deveria ser para tenistas que estão entre os melhores do ranking mundial. Mas para os abaixo do Top 300 essa grana é bem-vinda.

Diante disso, é de admirar termos tenistas como Bellucci, Melo e Soares, porque, o tanto que o tênis é mal gerido pela CBT (Confederação Brasileira de Tênis) …

Para a Copa Davis, o nosso país não teria a menor chance se não houvesse o Bellucci. Nos últimos anos apenas Bellucci conquistou títulos de nível ATP em jogos de simples. E são títulos de nível ATP 250!

Estrutura

Acredito que para o tênis se desenvolver, a CBT deveria usar essa grana dos Correios (R$ 52 milhões, entre 2008 e 2016) na estrutura do tênis. Como? Investindo na criação de mais e mais quadras públicas, e reduzir o custo de treinamento para a iniciação e jovens tenistas, fugindo dos preços exorbitantes de alugueis, nos clubes.

Investir em escolinhas públicas de tênis, atendendo crianças de projetos sociais e disponibilizando professores em preços módicos, seria o ideal. Dinheiro para isso, na minha opinião, não falta. E a Bolsa Atleta deveria ir pra molecada de 15 a 18 anos, ainda em começo de carreira.

Na memória…

… faz 116 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF está preso, na Suíça


Tênis fracassa na Davis, apesar dos milionários investimentos públicos
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José Cruz

Em Florianópolis, torcida e piso a favor, e contra um adversário desfalcado de seu melhor tenista, Marin Cilic, 15º do mundo, o primeiro time do tênis brasileiro fracassou diante da Croácia, três jogos a um, na repescagem da Copa Davis.

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Com dores nas costas, Thomaz Bellucci (foto) desistiu do quarto jogo, quando era derrotado por Borna Coric por 2 a 1 , parcial de 4/0, no quarto set.

Em 30º lugar no mundo, Bellucci refletiu o que é o nosso tênis (seis jogadores entre os 300 melhores do ranking mundial), apesar dos R$ 33 milhões investidos pelos Correios, nos últimos três anos… R$ 52 milhões, de 2008 a 2016.

Onde estão as academias de massificação? Qual o grande projeto de desenvolvimento do tênis, que viu a “era Guga” sucumbir? E os R$ 2 milhões investidos em 2011 pelo Ministério do Esporte, “para preparar a equipe brasileira”? Quem está ganhando nessas operações de financiamento oficial?

Os resultados refletem em quadra as desconfianças na gestão da Confederação de Tênis, há três anos investigada pelo Ministério Público Federal, por suspeitas de corrupção. Algumas já confirmadas e publicadas neste blog.

Rombo no orçamento

Está aí uma modalidade que o governo pode cortar os investimentos, para ajudar a conter o rombo do orçamento federal, porque o retorno do tênis aos investimentos públicos é nulo. Sem prejuízo dos atletas, profissionais, que já estão bem supridos por bolsas, patrocínios e ricas premiações em torneios internacionais.

Na memória…

… faz 115 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF está preso, na Suíça.


Tênis: um olho na Davis e outro na Justiça
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José Cruz

Brasil x Croácia abrem hoje, em Florianópolis, a série de jogos, até domingo, pela repescagem da Copa Davis.  equipe-brasileira-posa-para-foto-antes-de-duelo-com-a-croacia-1442423314996_615x300

A equipe nacional, do capitão João Zwetsch (foto, terá Thomaz Bellucci, João Souza, o Feijão, e os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo. A SporTV anuncia transmissão, a partir das 10h.

Para refrescar a memória:

Há três anos o Ministério Público Federal, em São Paulo, investiga, via Polícia Federal, denúncias de “suspeitas de corrupção” com ver pública na CBT (Confederação Brasileira de Tênis), dirigida por Jorge Rosa Lacerda, há 11 anos no poder.

As primeiras denúncias foram do então vice-presidente da CBT, Arnaldo Gomes, que comprovou as irregularidades, como o desvio de R$ 430 mil, da Lei de Incentivo. O Ministério do Esporte promoveu auditoria especial, comprovou a fraude e determinou a devolução do dinheiro, corrigido. Mas, o  dirigente não foi punido e continua gestor de verbas públicas, já que a CBT é patrocinada pelos Correios. Os valores repassados à CBT pela patrocinadora são os seguintes:

   A N O   VALOR R$
2008 / 2009  3.800.000,00
2009 / 2010  4.200.000,00
2010 / 2011  4.500.000,00
2011 / 2012  5.700.000,00
2012 / 201415.900.000,00
2014 / 201617.900.000,00
 T O T A L 52.000.000,00

Contas fantasmas

Uma das investigações do MPF é sobre o uso pela CBT de contas correntes de outra instituição, também comprovada. Com isso,  Jorge Rosa driblou a Justiça, que havia determinado bloqueio de recursos recebidos pela CBT, a fim de honrar compromissos financeiros.

O processo do MPF também recebeu informações e documentos oficiais da contabilidade da Confederação, que atestam o uso de recursos da entidade para o pagamento de contas particulares e de familiares do presidente da CBT. A demora para expedir a setença sobre denúncias de corrupção no esporte é incentivo para que gestores se convençam de que a impunidade é possível.

Taekwondo

Outra confederação investigada pela Polícia Federal é a de Taekwondo, no Rio de Janeiro, com processo no Ministério Público Federal. Este assunto será tratado em novo artigo,

 


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