Blog do José Cruz

Arquivo : comissão de esporte

Esgrimistas silenciam no escândalo que prejudicou a própria modalidade
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José Cruz

Uma coisa são as explicações da diretoria da Confederação de Esgrima (CBE) ao desabafo da atleta Élora Ugo, que saiu equipe pré-olímpica. Outra é o intrigante silêncio na comunidade do esporte, como se nada de anormal tivesse ocorrido em desastrosa gestão de verbas públicas, exercida em nome dos atletas.

Inicialmente, que não se espere nada do COB. O silêncio olímpico é estratégico. Foi assim em outros escândalos, do vôlei, basquete, tênis…
Mas a comunidade da esgrima, o que diz da colega que “cansou de engolir mentiras” de dirigentes que deveriam zelar pela carreira dos atletas? Nada? Nada!

Até 2003, “faltava apoio, faltava verba”. E agora, o que dizer dos que devolvem dinheiro, porque não foram capazes de executar um projeto em dois anos, prejudicando os que estão em preparação aos Jogos do Rio de Janeiro?

A nota da Confederação de Esgrima, que comentarei na próxima semana, é frágil na maioria dos pontos. E confirma a tese de que sua direção opera nas horas de folga ou no fim de seus expedientes profissionais. Incentivados, claro, pela possibilidade de contratar especialistas, como ocorreu, e, mesmo assim, de forma fracassada, pois a perda foi de quase R$ 1 milhão!

Assim como as confederações de Vôlei, de Basquete, de Tênis, etc a de esgrima será apenas mais uma a ilustrar a história da nossa ainda amadora administração esportiva.

Até o dia em que os atletas se convençam de que sem eles não se faz esporte. Sem atleta a estrutura desmorona! Portanto, a solução para essa desordem em meio à fartura financeira está na voz exclusiva dos competidores. Élora deu o primeiro grito e escancarou a porta…


Além do Ministério deputados-pastores querem Comissão de Esporte na Câmara
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José Cruz

Depois de conquistar o Ministério, com George Hilton, e quatro secretarias estaduais do Esporte (São Paulo, Minas, Ceará e Distrito Federal), o PRB (Partido Republicano Brasileiro) tenta comandar a Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

Isso será decidido na próxima semana, quando os líderes definirão o rateio das comissões temáticas (Agricultura, Turismo, Educação, Esporte etc) entre os 26 siglas partidárias.

Com essa estratégia, o PRB tenta desvincular sua imagem do comando do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, e fortalecer o seu perfil político nos holofotes do esporte.

Candidato

Caso ganhe a Comissão de Esporte, o PRB já tem um candidato à presidência, o pastor-radialista-deputado Márcio Marinho (foto),44 anos, que chegou à Câmara como suplente, em 2007, e está na segunda legislatura.  Marinho

Os indicados para as comissões temáticas, por acordo de liderança, acabam consagrados no cargo, pois pela regra entre os partidos não há oposição e a eleição é apenas para garantir o “processo democrático”. O PRB, de Márcio Marinho saltou de 10 deputados na legislatura passada para 21, na atual, e integra o bloco de apoio ao Governo Federal com o PMDB, PP, PTB, DEM etc.

Marinho é natural de Cabo Frio (RJ), mas foi eleito pela Bahia. O interessante é que o deputado não tem vínculo com o esporte, pois como radialista era apresentador de “programas seculares”.  Seu currículo demonstra que, a exemplo do ministro George Hilton, “não entende de esporte”, mas…

Bancada poderosa

Prevê-se a formação da mais forte e representativa Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados de todos os tempos. Assim, se eleito, Márcio Marinho poderá estar na liderança de deputados com significativa vivência no setor, como o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (PT), o ex-judoca campeão mundial, João Derly (PCdoB), Orlando Silva, que foi ministro do Esporte, Marcus Antônio Vicente (PP), presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, o ex-árbitro de futebol, Evandro Roman (PSD), o ex-goleiro do Grêmio, Danrlei (PDD) e o ex-jogador do Fluminense, Deley (PTB).


As novas e boas “brigas” do senador Romário
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José Cruz

O ex-deputado Romário (PSB) e o jornalista gaúcho Lasier Martins (PDT) são os dois senadores com perfil de desportistas que assumiram o Senado Federal, ontem, sob o comando do reeleito Renan Calheiros (PMDB/AL).

Renan, que já se declarou “fã do Baixinho”, é amigo do ex-todo-poderoso Ricardo Teixeira, de quem Romário é inimigo e, por extensão, da própria CBF. rromrio

Teixeira não influencia mais, e o poder do atual presidente, José Maria Marin, está no final. Em abril, assumirá Marco Polo Del Nero, por quem Romário também não é “apaixonado”. Mas os poderes políticos da República e do futebol um dia se encontram e, então, é preciso conversar.

Não é só sobre os rumos dessa relação política-esportiva que se criam expectativas sobre o desempenho do senador Romário. Ele também atuará na Medida Provisória sobre a dívida fiscal dos clubes, atualmente em discussão por especialistas do governo e da sociedade.

Boa briga

Antes, a primeira “boa briga” de Romário – e do PSB – é tentar a presidência de uma das prestigiadas Comissões temáticas do Senado Federal.

As comissões mais importantes, como a de Educação, Cultura e Desporto, são destinadas aos partidos com maior bancada. O PSB tem sete senadores, estará na quinta ou sexta ordem de preferência. Além disso, o governo atua para que essa Comissão não seja entregue a parlamentares críticos, como Romário se mostrou, na Câmara dos Deputados. Principalmente agora, quando a educação está na prioridade da presidente Dilma Rousseff.

Mas, toda essa disputa dependerá, também, do prestígio e do jogo de cintura do “Baixinho”, principalmente junto ao amigo Renan, para tentar um lugar na privilegiada “janela”, mesmo tendo chegado agora ao Senado.


O esporte em berço esplêndido. Aplausos para o ministro
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José Cruz

Entre colegas parlamentares e num ambiente fraterno, com trocas de elogios e gentilezas, o ministro Aldo Rebelo exibiu o panorama do esporte nacional, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, algo na base da “ordem e progresso”. Em audiência pública na Comissão de Esporte, o ministro voltou a exaltar a festa do futebol, a segurança e alegria populares na Copa do Mundo. AldoRabelo1

Aldo Rebelo também anunciou o “legado antecipado” dos Jogos Olímpicos Rio 2016, graças à construção da rede de centros de treinamento de alto rendimento e cobertura de dez mil quadras esportivas. O esporte em berço esplêndido, como nunca!

Enquanto isso…

Três meses depois da Copa, está claro que o Brasil “funcionou” apenas para os 30 dias de jogos. Agora, os desmandos são evidentes, na economia e nos serviços públicos, principalmente. O Brasil da Copa foi peça montada para turista ver.

Legado antecipado

Sobre “legados” olímpicos anunciados pelo ministro Aldo: são reais as obras, mas estão inseridas em que plano de longo prazo? Que garantias se tem de continuidade desses espaços, depois de 2016? De onde sairão os recursos para manutenção dos centros de treinamentos?  Sem os Jogos Olímpicos, não teríamos esses investimentos?

A propósito…

Em 1997 o governo federal criou a “Rede Cenesp”, centros de ciência e pesquisa do esporte, vinculados às universidades. Em 2003, esses ricos espaços acabaram. A rede rompeu, coincidentemente com a chegada do PCdoB ao Ministério do Esporte. O abandono dos centros e equipamentos é retrato negativo do legado do desperdício.

Está claro que o governo trabalha em cima de projetos emergenciais. Precisamos ficar no top 10 dos países olímpicos e tudo se volta para isso, o dinheiro, inclusive.

Mas não há um projeto de esporte de longo prazo, com garantias orçamentárias. Sem exageros, vivemos a mesmice do século passado e, por isso, o discurso do ministro Aldo Rebelo é sem novidade, porque ele, também como deputado, é ator desse cenário repetitivo de longo prazo.

Finalmente

No discurso oficial de quarta-feira, não se observou em Aldo Rebelo o tom melancólico de despedida, dos que estão deixando a Esplanada dos Ministérios, neste fim de governo.

De repente, a exemplo de Dilma, consagrada pelo voto, Aldo continuará ministro, prestigiado pelo dom de controlar a nau do esporte nas águas agitadas dos megaeventos.


As excelências e o jogo do faz de conta
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José Cruz

A Câmara dos Deputados anuncia que o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, estará na audiência pública da Comissão do Esporte, desta quarta-feira, para falar sobre os “investimentos e organização” dos Jogos 2016.

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Nuzman é o presidente do Comitê Organizador do Jogos. Na última vez que foi convidado pela Comissão de Esporte não apareceu, viajava ao exterior. Quem veio foi Marcus Vinícius Freire, superintendente de Esportes do COB, que falou sobre a preparação da equipe brasileira.

Audiências na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados estão vulgarizadas. É um setor inexpressivo no ranking das decisões políticas-esportivas.  As audiências na Comissão do Esporte acabam em recepções simpáticas aos convidados e justificativas disfarçadas de “diálogo”.

Deputados e senadores viajaram a todas as capitais-sedes da Copa do Mundo. Encontraram desmandos, a maioria divulgada pelo Tribunal de Contas da União. Em que resultaram essas viagens?

Que conhecimento têm esses senhores sobre esporte e olimpismo para visitar as obras no Rio de Janeiro e provocarem alguma mudança de rumo, se for o caso?

Qual a reação das excelências para um estádio “olímpico” fechado há dois anos? Uma pista de atletismo, a Célio de Barros, transformada em estacionamento de luxo? Para a construção de um campo de golfe em área em litígio judicial?

Qual a preocupação de deputados e senadores para o fato de o Brasil ter perdido o credenciamento da Agência Mundial Antidoping e, até hoje, a ano e meio dos Jogos, não ter um laboratório em condições de receber o evento olímpico?

Que ação deputados e senadores tomaram para evitar os problemas pós-Pan 2007?  E que providências adotaram para que o “legado” das instalações esportivas seja para atletas e população?

Em janeiro teremos outra Câmara dos Deputados, renovada em 43,5%. Por isso, as audiências públicas de fim de ano são apenas para encher o calendário do faz de conta e fingir que estão trabalhando. Não servem para nada!

A foto acima, do Parque Olímpico, no Rio, é de

http://www.cidadeolimpica.com.br/galeria/parque-olimpico-2/

 


A nova bancada do esporte no Congresso Nacional
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José Cruz

Ex-jogadores, judoca, árbitro de futebol, comentarista esportivo, ex-ministro e cartolas garantiram vaga no Congresso Nacional. Essa variedade de “especialistas” em todas as posições ajudará a dar os rumos que o esporte precisa?

 

Com 106 mil votos, o vereador gaúcho João Derly é a mais nova representação dos atletas na Câmara dos Deputados. Eleito pelo PCdoB, ele foi o primeiro brasileiro campeão mundial de judô, em 2005, repetindo o feito em 2007. Depois, ganhou  ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro. Judo Action Photographs from the World Championships in Cairo

Derly deverá integrar a Comissão de Esporte, com outros nomes importantes, a partir do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), com 90 mil votos, e Andres Sanchez (PT), que presidiu o Corinthians, com 160 mil. Expectativa: será que a dupla se alinhará à Bancada da Bola, liderada por Vicente Cândido, PT/SP, também reeleito? Nesse time poderá atuar o presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, Marcus Antonio Vicente (PP), também eleito.

Do futebol gaúcho retorna Danrlei de Deus (PSD), ex-goleiro do Grêmio. Outro ex-goleiro, Afonso Hamm (PP), também se reelegeu. Ainda na bancada dos jogadores de futebol, Deley, ídolo do Fluminense nos anos 1980, garantiu vaga pelo PTB/RJ.

Um excelente nome para a Comissão de Esporte é o do paulista Silvio Torres (PSDB), relator da CPI da CBF Nike, em 2001. Combativo e atuante, sempre teve circulação respeitada entre os parlamentares.

Também a arbitragem terá representação na Câmara dos Deputados. O ex-juiz de futebol, Evandro Roman, foi eleito pelo PSD do Paraná. Assim, a tradicional pelada semanal dos parlamentares estará garantida até com juiz de primeira linha. No esquecimento dos eleitores ficou o deputado baiano Popó. De inexpressiva passagem pelo Legislativo, não conseguiu reeleição. Não fará falta alguma.

Com essa variedade de “especialistas”, pode-se esperar novos rumos para a desordem do nosso esporte? Assunto para o próximo comentário, assim como os desafios da Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados.

Senado

O Senado será reforçado pela presença de Romário, eleito pelo PSB com 4,6 milhões de votos e deverá atuar nas comissões de Saúde e na de Educação, Cultura e Esporte. Lá, encontrará o radialista e apresentador de TV, Lasier Martins, agora senador pelo PDT/RS.

Lançamento

Hlivro!23oje é dia de prestigiar o lançamento do livro Direito Desportivo, do advogado brasiliense Luiz César Cunha Lima. É uma publicação importante para atletas, dirigentes, advogados jornalistas, pois trata dos principais temas desse segmento com análises e comentários.

A partir das 19h no restaurante Carpe Diem, 104 Sul, Brasília.


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