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As dúvidas sobre o esporte para depois de 2016
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José Cruz

Em entrevista à rádio CBN, o superintendente de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Marcus Vinícius Freire (foto), fez um balanço da preparação da equipe nacional, que na próxima quarta-feira estará a um ano da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.  Marcus vinicius

A meta, há muito divulgada, é colocar o Brasil entre os 10 primeiros países medalhistas. Precisaremos evoluir 12 posições, saindo do 22º lugar nos Jogos de Londres, com 17 medalhas, quando a Austrália foi décima colocada, com 35 medalhas.

A missão não é fácil, disse Freire. Mas está eufórico a partir dos resultados no Pan-Americano de Toronto, quando o Brasil conquistou, pela primeira vez nos últimos 50 anos, mais medalhas de ouro que Cuba: 41 x 36…

Projeto

Para tentar alcançar a meta, o COB importou 44 técnicos estrangeiros e investe em atletas com potencial de pódio, na ciência do esporte, prevenção de lesões, aumento das equipes multidisciplinares, etc. O governo federal garante a conta, mas o projeto “rumo ao pódio” destoa da realidade nacional para fortalecimento do esporte.

Foram R$ 4 bilhões de verbas públicas que turbinaram a elite do alto rendimento nos últimos quatro anos. Mas são raríssimas as iniciativas de longo prazo nas confederações. E com dúvidas sobre o futuro, porque a crise na economia projeta-nos um panorama suspeito para depois que apagarem a tocha olímpica.

Nos últimos 12 anos de cofre farto não se construiu nada para tentar mudar a estrutura do esporte, que é antiquada e nas mãos de gestores viciados no poder. No Ministério do Esporte sucederam-se quatro políticos leigos no assunto, que transformaram o órgão em cabide de emprego para apadrinhados e desocupados.

Enquanto isso…

Foram esses gestores que colocaram o Estado como o responsável por um segmento da economia – o esporte – que, mundo afora, é espetáculo tratado como negócio lucrativo, business. Em geral, o sistema clube/federação/confederação está superado, e esse atraso contrasta com a modernidade aplicada no planejamento para os Jogos Rio 2016. Em ambos os casos o dinheiro público está garantido, mas, no balanço final, o Tribunal de Contas da União enfrentará, também, um trabalho olímpico…

Foto: esportesolimpicos.ig.com.br


Em plena crise da economia, governo financia caos do basquete
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José Cruz

“A entidade vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto. A administração da entidade deve planejar e/ou buscar alternativas de curto prazo para reverter esta situação”

Alerta da auditoria independente sobre a precaridade na gestão financeira da Confederação de Basquete

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB), sustentada por verbas públicas, fechou 2014 com déficit de R$ 13 milhões. Crescimento de mais de R$3,6 milhões sobre o passivo de 2013. Esta é a realidade que está no balanço financeiro da CBB, com análise dos números de Fábio Balassiano, em seu blog “Bala na Cesta”, que aconselho a leitura de toda a série deste tema.

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(I)responsabilidade

Desde 2010 a situação da Confederação de Basquete é de falência, fosse ela uma empresa privada. Não fechou porque, apesar da gestão precária do presidente Carlos Nunes, o basquete continua, inexplicavelmente, recebendo verbas e mais verbas dos cofres públicos, do Ministério do Esporte, em especial, através de convênios e da Lei de Incentivo.

No ano passado, mesmo depois de Fábio Balassiano ter divulgado o déficit de R$ 9 milhões em 2013, o Ministério do Esporte liberou R$ 12 milhões para a Confederação! Em 2011, quando a situação já era precária, lá se foram R$ 5 milhões da mesma pasta.

Receita e prejuízo

No ano passado a CBB teve receita de R$ 24,5 milhões, e aí estão os ingressos do governo federal que, por extensão, financia o prejuízo que a CBB acumula há cinco temporadas.

Quem tem interesse nesse jogo suspeito, já de longo prazo? Quem está ganhando dinheiro nessa jogatina oficial, num governo que corta verbas orçamentárias da Saúde e da Educação para economizar nos cofres públicos e aumentar o seu superávit?

Essa realidade deve para ser investigada pelo TCU ou pela Polícia Federal?

Afinal, quando a operação Lava-Jato chegará aos cofres do esporte olímpico?


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