Blog do José Cruz

Arquivo : julho 2015

Com apoio milionário, tênis retrocede 32 anos e fica sem medalha no Pan
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José Cruz

Ao contrário de outras modalidades, que revelaram suas promessas, o tênis brasileiro patinou no Pan-Americano de Toronto. Sem um único pódio, retrocedeu 32 anos na competição, quando a delegação voltou dos Jogos de Caracas, 1983, sem medalha. Das 13 partidas disputadas pelos brasileiros, foram apenas cinco vitórias

Com certeza, não se pode avaliar a evolução do esporte apenas pelo número e peso das medalhas conquistadas internacionalmente. Mas elas são parâmetros para, aliados a outros fatores, demonstrarem o estágio da modalidade.

Paula

Em Toronto, Bia Haddad e Paula Gonçalves (foto), na chave de duplas, estavam com o bronze praticamente garantido. Elas eram cabeças-de-chave nº 1, e entraram na competição já na semifinal.Depois de perderem na estreia, Bia sentiu uma lesão no ombro, desistindo da disputa e saindo, também, da chave de simples. Paula chegou à segunda rodada, mas foi eliminada pela paraguaia Veronica Royg. Já Gabriela Cé, perdeu na estreia para a canadense Gabriela Dabrowski.

Enquanto isso…

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT), acumula R$ 52 milhões de patrocínio dos Correios nos dois últimos ciclos olímpicos (2008/2016). Nos valores abaixo, os de 2012/2014 e 2014/2016 estão os investimentos do Plano Brasil Medalhas, do governo federal.

   A N O S VALOR R$
2008 / 20093.800.000,00
2009 / 2010          4.200.000,00
2010 / 2011          4.500.000,00
2011 / 2012          5.700.000,00
2012 / 2014        15.900.000,00
2014 / 2016        17.900.000,00
 T O T A L   52.000.000,00

 

E daí?

Quem são os “talentos”, surgidos com esses investimentos públicos?

Qual o grande projeto nacional de massificação do tênis, em execução?

Quem fará a avaliação do desempenho da modalidade no Pan-2015, para as correções de rumo? O COB? Os Correios, principal investidor de verbas públicas? A própria CBT?

Quando o Ministério Público de São Paulo apresentará as conclusões sobre as denúncias de corrupção na gestão do presidente Jorge Rosa, amplamente divulgadas neste espaço, há quatro anos?  A atual diretoria está no cargo desde 2004 – 10 anos! Dois ciclos olímpicos e meio!

Foto: revistatenis.uol.com.br


Primeira dama do esporte ganhou credencial de escalão ministerial, no Pan
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José Cruz

Gorete Cecílio, esposa do ministro do Esporte, George Hilton (foto), desfilou com credencial de escalão ministerial nos vários centros dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Gorete acompanhou o marido, que estava em missão de governo, nos cinco primeiros dias do evento esportivo, que termina no dia 25.  casal

O credenciamento da primeira dama do esporte, no mesmo nível do ministro, foi a “única gentileza” do Comitê Olímpico, segundo um assessor de George Hilton, ao ser indagado se o COB havia pago das despesas do casal.

Quem pagou?

As despesas de viagem de Gorete foram pagas pelo marido, George Hilton. O ministro, por sua vez, recebeu passagens e diárias do Ministério que dirige, o que é de lei, segundo a mesma fonte oficial.

Com isso, George Hilton evitou repetir o escândalo de 2003, quando o então ministro, Agnelo Queiroz, e sua mulher, Ilza, tiveram as diárias, despesas extras do hotel e carro com motorista pagas pelo COB, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.

A denúncia foi da então secretária nacional do Esporte, Paula Gonçalves, que se demitiu do cargo pouco tempo depois. Agnelo garantiu que devolveu aos cofres do Ministério as diárias recebidas.

Cortesia 

Ser gentil com autoridades públicas é rotina do Comitê Olímpico do Brasil. Mas há casos de cortesias constrangedoras, pois o Ministério do Esporte é, também, órgão fiscalizador das verbas públicas que libera, para o COB,  dirigido por Carlos Nuzman.

Nos eventos olímpicos essas cortesias são praxe, inclusive entre os cartolas, que viajam com seus familiares, para privarem da convivência com astros famosos do esporte.

Foto: Edy Fernandes – jornal O Tempo/BH


Dilma, Lula, Temer e os Jogos da ilusão
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José Cruz

No almoço com Lula, ontem, para discutir sobre os rumos políticos do governo e tentar melhorar as relações com o Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff deixou de fora o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), informa a repórter Denise Rothenburg em sua coluna Brasília-DF. Michel é o coordenador político do governo. É quem está segurando a corda, para que não arrebente mais cedo no lado do Palácio do Planalto…

Lula-Dima-Temer-Foto-Valter-Campanato-ABr

Esta é mais uma evidência de como as coligações partidárias (PT e PMDB, no caso)  são de ocasião, na hora do voto. E se tornam de brincadeirinha, quando o governo se instala, cada um buscando seus interesses, conforme o momento.

Enquanto isso…

Guardadas as proporções, assim são as relações do esporte com as forças armadas, desde 2011. São 700 atletas de alto rendimento vinculados ao Exército, Marinha e Aeronáutica, com salários e direito para bater continência. A estratégia surgiu para reforçar o time brasileiro nos Jogos Mundiais Militares, no Rio. Com resultados, claro, porque a disputa foi entre os profissionais daqui e os amadores de fora. Não é um jogo de ilusões, como nas relações políticas-partidárias?

Desde 2003, o Brasil esportivo avançou em vários programas, turbinados por muito dinheiro, mas sem um projeto central, a tal “política”. Agora, tenta construir uma, a partir do Sistema Nacional, mas sob o enfoque exclusivo do Ministério do Esporte. E isso acontece porque o comando maior não é técnico. Num primeiro momento foi político (o PCdoB), A partir deste ano é religioso, a Igreja Universal…

É assim mesmo, com estratégias de ocasião, para iludir e reforçar o discurso, como na política.

As fontes

Temos centenas de atletas com até cinco fontes de financiamentos públicos, num espetacular enriquecimento individual nunca visto no esporte, que ofende os que vivem na miséria, os que estão em início de carreira, a tal “base do esporte”.

Lei Piva, Lei de Incentivo, Orçamento do Ministério, Bolsa Atleta, patrocínio estatal e salário militar são as principais fontes do esporte. Há atletas que ganham até R$ 30 mil só de patrocínio de uma estatal, mais R$ 15 mil de Bolsa Atleta, salário do clube que representa e o soldo de terceiro sargento….

O recordista de medalhas no Pan, Thiago Pereira,0 ganhava R$ 40 mil mensais para nadar pelo Corinthians, informou o ex-presidente Andrés Sanches. No tênis, atletas faturam até 500 mil dólares por ano. Ótimo, são profissionais e é a regra do jogo! Mas com esses ganhos (cerca de R$ 16,5 milhões anuais) merecem a Bolsa Atleta, num país de educação pelas tabelas?

O desporto escolar e o universitário estão nesse contexto, agora reforçado pelos militares: qual a contribuição dessas instituições para o fortalecimento do esporte na escola e em nível superior?

Como na política, criam-se desvios conforme as necessidades, de acordo com o evento do dia e satisfazendo o que sai da cabeça do ministro-político de plantão.

Porque, entre as instituições oficiais do esporte o diálogo é de fachada. O discurso é apenas para que todos fiquem muito bem na foto. Depois, é cada um por si. Como Dilma e Temer.

Foto: revista Época


CPI da CBF está instalada. Romário é o presidente
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José Cruz

O senador Romário (PSB/RJ) foi eleito por aclamação para presidir a CPI da CBF, instalada hoje à tarde no Senado Federal. O relator será Romero Jucá (PMDB/RR). A primeira reunião de trabalho está marcada para 4 de agosto, na reabertura do Congresso Nacional, depois do recesso parlamentar.

A escolha de Romário e a indicação de Romero Jucá, realizada numa sessão relâmpago de 12 minutos,  ocorreu por acordo de lideranças, depois de conversas realizadas pela manhã.

Depois que o senador Omar Aziz, o mais velho dentre os parlamentares da CPI presentes, que presidiu a abertura dos trabalhos, anunciou o motivo da reunião, o senador mineiro Zezé Perrella (PDT)  indicou Romário para presidir a Comissão. “Romário trabalhou, colheu assinaturas para esta CPI, tem história no futebol”, afirmou Perrella.

“Quero fazer com o senador Jucá uma parceria para abrir esta caixa preta que se transformou o nosso futebol. Não merecemos o que está acontecendo, e os resultados demonstram a incapacidade e falta de profissionalismo na gestão do nosso futebol”, disse Romário.

A CPI está constituída pelos seguintes senadores

Humberto Costa (PT/PE), Zezé Perrella (PDT/MG) Donizeti Nogueira (PT/MG), Eunício Oliveira (PMDB/CE), Romero Jucá (PMDB/RR), Omar Aziz (PSD/AM), Álvaro Dias (PSDB/PR),  David Alcolumbre (DEM/AP), Romário (PSB/RJ), Fernando Collor (PTB/AL) e Ciro Nogueira (PP/PI).


Desabafo de ex-atleta campeão Pan-Americano junto ao Ministério do Esporte
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José Cruz

“Prezados Senhores do Ministério do Esporte

Até quando nós, esportistas, vamos ver a “mesmice” que ocorre antes de todos os Jogos Olímpicos?

A falta de gestão do esporte brasileiro começa no Ministério do Esporte, onde não temos sequer uma pessoa apta para o cargo que ocupa, a começar pelo próprio Ministro do Esporte, e indo ao Comitê Olímpico, Confederações e Federações.

Infelizmente os Jogos Pan-americanos que, outrora, classificava os atletas das Américas a obter classificação para os Jogos Olímpicos, hoje, na maioria das modalidades, isto já não acontece e, assim, perdeu-se a qualidade quanto aos atletas competidores.

Na presente versão dos Jogos Pan-americanos o ganho de medalhas é relativo, pois o índice técnico na maioria das modalidades é muito baixo, pois americanos, canadenses, cubanos e mesmo brasileiros, não levam suas melhores equipes.

Portanto, como diz o José Cruz, vamos conter o ufanismo pelas medalhas conseguidas e vamos ver o que acontece nos Jogos Olímpicos, em que o Brasil para melhorar sua performance, “importou” diversos atletas estrangeiros “naturalizados”.

Isto demonstra a “falência” da formação desportiva no Brasil, pois os clubes que eram o celeiro de atletas, estão desmotivados, pois arcam com a maior parte do custo desta formação e quem recebe ajuda financeira são as confederações e o Comitê Olímpico, e nada repassando para as entidades formadoras de atletas.

Já vivi 60 anos desta falta de gestão no esporte nacional, vendo políticos e aproveitadores tomarem postos de gestão nas entidades desportivas nacionais e não deixando pessoas de gabarito, formadas e doutoradas em educação física e gestão esportiva, ocuparem cargos de comando do desporto nacional.

Há muitos exemplos de sucesso de gestão esportiva e dos quais tenho o prazer de participar, como o “O D P – Olympic Developmment Program”, desenvolvido nos Estados Unidos, onde desde os 8 anos de idade os jovens atletas americanos de diversas modalidades, são acompanhados tecnicamente por profissionais habilitados e ranqueados para obter facilidades no desenvolvimento de seus treinamentos.

Como este, existem programas na Alemanha, Espanha e outros países, que obtém resultados expressivos nas competições internacionais.

Enfim, envio este email para o Ministério do Esporte com o objetivo de que alguém que ainda se interesse por esporte nesse órgão leia e verifique o descontentamento de nós atletas brasileiros.

Luis Eduardo Pinheiro Lima

Campeão pan-americano de Polo Aquático em 1963 e vice campeão em 1967

Gestor esportivo do Esporte Clube Pinheiros”

 

 


Tiro quadruplica gastos com pessoal, mas campeão do Pan treina em casa
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José Cruz

Entre 2012 e 2015, a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) fechou convênios de R$ 7,1 milhões, com o Ministério do Esporte. Desse total, recebeu R$ 3,7 milhões, cerca de 50% dos contratos. O dinheiro destina-se à preparação da equipe de tiro rumo aos Jogos Rio 2016, com passagem pelos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em andamento.

Estranhamente, os balanços da CBTE não registram sobre os recebimentos das verbas da Lei Piva, via Comitê Olímpico do Brasil, cujo valor daria uma projeção de quanto a entidade recebe de verbas públicas.

Porém, o mesmo balanço revela que, entre 2012 e 2014, as despesas com pessoal da Confederação quadruplicaram, saltando de R$ 46 mil para R$ 171 mil.  wu

Enquanto isso…

… o paulista Felipe Almeida Wu, que conquistou em Toronto a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, na prova do tiro de 10 m com pistola de ar, treinou no quintal e na garagem de sua casa, por falta de local adequado. A notícia foi amplamente divulgada pela imprensa, na última semana.

No estande de tiro improvisado, o alvo fica sete metros do atirador, três a menos da distância oficial da prova que o campeão pratica.

Consultei a CBTE sobre a execução dos convênios com o Ministério do Esporte, já que as verbas destinavam-se, principalmente, à preparação da equipe Rio 2016.

Foto: UOL


Pan de Toronto: sem ufanismos, se vierem medalhas no tênis
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José Cruz

As chaves do tênis feminino e masculino no Pan de Toronto são quase um torneio para juvenis e amadores, deixando de fora aqueles que irão participar dos jogos Rio-2016. Mas se medalhas forem conquistadas, certamente serão utilizadas com glória pelos desastrosos gestores da modalidade no Brasil

Por Walter Guimarães – Jornalista 

O UOL informou que, mesmo perdendo o jogo de estréia na chave de duplas do tênis feminino, o Brasil ainda disputará o bronze, por terem sido inscritas apenas sete duplas na competição.

Esse é um ótimo exemplo para a mostrar que a avaliação do número de medalhas conquistadas em Toronto deve ser feita com muito cuidado e sem ufanismos convenientes. A imprensa e nós, cidadãos, temos que fazer a própria avaliação, porque nossos gestores do esporte irão se vangloriar a cada bronze conquistado.

Beatriz-Haddad-Maia

A chave feminina de simples conta com 30 tenistas, de 15 países, sendo que, em seis deles, a única representante é justamente a única tenista ranqueada do país na WTA. Por exemplo, a guatemalteca Andrea Weedon é a 1.172ª; e a equatoriana Charlotte Romer é a 1.007ª do mundo.

O Brasil está representado pelas tenistas: Beatriz Haddad (foto), 149ª do mundo, Gabriela Cé (241ª) e Paula Araújo Gonçalves (266ª). Na primeira rodada de simples, elas enfrentarão jogadoras ranqueadas em 331ª, 186ª e 619ª, respectivamente.

Ou seja, com as tenistas que estão por lá, há boas chances de as brasileiras irem atrás de uma medalha também na chave de simples, à exceção de Gabriela Cé, que perdeu ontem à tarde para a Canadense Baby Dabrowsky, por dois sets a 1 e está eliminada do Pan. Já Paula Gonçalves venceu a chilena Daniela Seguel por 2/6, 6/3 e 7/6. A melhor classificada no evento é a norte-americana Lauren Davis, 75ª do mundo.

Se trouxerem qualquer medalha, lógico que devemos comemorar. Mas, comemorar apenas o fato delas conseguirem romper barreiras que foram colocadas pelos nada “sapientes” cartolas da Confederação Brasileira de Tênis. Incrível como não conseguiram aproveitar a onda que “um tal” Gustavo Kuerten trouxe para o Brasil. Pensar que o “manezinho” foi tricampeão em Roland Garros, ganhou cinco Masters Series (como eram conhecidos os Masters 1000), além de terminar como Nº 1 no, cada vez mais longínquo ano de 2000.

Critérios

Afinal, qual foi o critério dos gestores para a escolha dos representantes da chave masculina no Pan de Toronto – Orlando Luz (570º do mundo e 18º no “ranking brasileiro”), João Menezes (658º e 23º) e Marcelo Zormann (817º e 31º do Brasil)? Desses, apenas o mineiro João Menezes ganhou seus dois primeiros jogos, e na terceira rodada enfrentará o equatoriano Gonzalo Escobar, 284º do mundo.

Por que Teliana Pereira, Thomaz Bellucci e João Souza, o Feijão, não estão por lá? Seria por causa do calendário deles? Mas eles não recebem patrocínio de uma estatal e fazem parte do milionário Plano Brasil Medalhas, nascido no Palácio do Planalto, também para representar o país em eventos desse nível?

Por que não usar o Pan como treinamento para os Jogos Rio-2016? Por que tratar o evento de Toronto como um “torneio Future”, normalmente disputado por juvenis? Talvez porque o nível do torneio seja mesmo de um “Future”, mas, daí, não vale vangloriar se o João Menezes trouxer uma medalha. Como já disse, sem ufanismo.

Foto: blog Jurerê Internacional


Mané Garrincha: o legado do abandono
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José Cruz

BURACOMANE

 

   Um ano depois da Copa das Copas,

o estádio ManéGarrincha,

construído por R$ 1,8 bilhão,

é um triste cartão postal da

Capital da República, símbolo 

do relaxamento

e do abandono do poder público.

O interesse da

iniciativa privada para explorar

o estádio nunca existiu.

Carreta

O projeto para  tornar o espaço em um amplo parque esportivo, aberto à comunidade, foi esquecido.

A área externa abriga estrutura para shows, circos, auto-escola e um improvisado

estacionamento de ônibus, carretas e reboques OCIRCO

Depois da Copa, foram realizados 22 jogos do Mané Garrincha, média de 12.600 torcedores por jogo, cerca de 18% da capacidade do estádio – 72 mil lugares .

O custo do aluguel, que pode chegar a R$ 300 mil, é o principal motivo do desinteresse dos clubes virem jogar aqui  


O jeitinho brasileiro adapta-se ao novo modelo olímpico para ganhar pódios
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José Cruz

Para tentar chegar ao top 10 dos países olímpicos, nos Jogos Rio 2016,  o Comitê Olímpico do Brasil (COB) adotou duas medidas discutíveis: mudaram o critério de contagem das medalhas e passaram a naturalizar  atletas estrangeiros, reforçando o time nacional 

O COB sempre seguiu a norma internacional de dar mais peso às medalhas de ouro no quadro das conquistas. Porém, para 2016, passou a valorizar o total das medalhas. Com a nova estratégia matemática, o Brasil terá mais garantia para se colocar entre os dez mais do mundo.

Ratko polo aquático  Já a naturalização de estrangeiros ganhou destaque com quatro jogadores da equipe de polo aquático, num investimento de R$ 2,5 milhões, da Confederação de Desportos Aquáticos, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Agora, somos “potência” na modalidade, mas com a importação de sérvios, croatas, cubanos, espanhois… além do técnico Ratko Rudic (foto), dono de quatro medalhas de ouro olímpicas.

A prática não é novidade. Nos Jogos de Londres, cerca de dez por cento da equipe do Reino Unido eram estrangeiros. O Brasil copiou a receita e deveremos ter competidores importados no hóquei sobre grama, no rúgbi e outras modalidades com menos tradição por aqui.

Desculpas

Para cada “importação” há uma desculpa, como ser casado com uma brasileira, por exemplo. Mas, é um jogo de ilusões. O resultado positivo que se conquistar onde não se tem força nacional será pelo desempenho do “enxerto”, de quem ficará calado na hora do Hino Nacional. Não teremos, de fato, a dimensão do nosso potencial esportivo, pois os pódios estarão maquiados.

Esse drible, comum em outros países – como o doping – mostra como os Jogos Olímpicos tornaram-se, antes, atrativo negócio financeiro, perdendo o charme histórico de disputas entre países e continentes.

Por aqui, evidencia-se o fracasso de política esportiva – ou a falta dela -, mesmo com bilhões de verbas públicas investidos pelo governo federal. Falhamos na formação de técnicos, apesar de termos 1.500 escolas de educação física. E precisamos importar mais de 40 técnicos para atender nossas equipes olímpicas. Agora, está claro que fracassamos na formação de atletas, na formação da base, na definição de prioridades, de metas. Mas queremos estar entre os 10 mais olímpicos do mundo… O dinheiro é capaz desses milagres.

Memória

Nos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio, saímos de um 31º lugar nos Jogos de 2007, na Índia, com apenas três medalhas, nenhuma de ouro, para o primeiro lugar no mundo, com 114 pódios.

O resultado foi possível graças à contratação de 200 atletas olímpicos para vestirem a farda militar e se apresentarem como competidores de peso. Foi o “jogo do faz de conta”. Tudo financiado com verba pública…

Foto: Portal Brasil


Gol contra: MP do futebol colocará mais dinheiro nas mãos dos mesmos – 8×1
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José Cruz

Coincidindo com um ano do “Jogo dos Sete”, os deputados aprovaram ontem uma proposta para beneficiar caloteiros do futebol

Com decisiva participação da CBF  – sabe-se lá com que recursos -,  a Câmara dos Deputados aprovou um emendão à Medida Provisória 671, que trata do pagamento da dívida fiscal ao INSS, FGTS e Receita Federal.

Absurdo I

No texto, criaram duas loterias, além de manterem a Timemania. Parte dos recursos das apostas irá para clubes de futebol feminino, inclusive. ralo

Além da Caixa, os clubes, de outros esportes poderão atuar como agentes lotéricos.  Ressuscita-se, assim, o flagelo dos “bingos”, que levaram clubes, federações e gestores à falência, justamente porque não recolhiam ao fisco o faturamento das apostas.

É mais um convite à fraude, à sonegação, incentivo ao crime fiscal.

Absurdo II

As excelências também criaram a “Autoridade Pública de Governança do Futebol”, no âmbito do Ministério do Esporte.

O governo será o órgão fiscalizador do futebol, como se isso fosse da sua competência! Como se não existissem leis para punir quem não paga contas em dia. E, principalmente, como se o próprio governo – atolado em grossa corrupção –   fosse exemplo de gestão e honestidade. Mas será fiscalizador dos atos dos cartolas! Combinação explosiva é isso aí.

Enquanto isso…

… o Ministério do Esporte, que será o “fiscalizador” do futebol, é aquele de corrupção intensa na gestão dos ex-ministros Agnelo Queiroz e Orlando Silva, esse último demitido por fechar os olhos à corrupção em sua volta.

Hoje, o Ministério Fiscalizador do Futebol é o mais novo templo de cabides de empregos da Igreja Universal, sugerindo que os fiéis serão os fiscais. Combinação explosiva II…

Senado

O texto aprovado ontem vai à apreciação do Senado Federal, e terá que ser votado até 17 de julho, quando a MP 671 deixará de vigorar.

Para saber mais:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ESPORTES/491871-CAMARA-APROVA-MP-SOBRE-RENEGOCIACAO-DE-DIVIDAS-DOS-CLUBES-DE-FUTEBOL.html