Blog do José Cruz

Arquivo : dezembro 2015

CBF tem no Congresso um aliado político até para reposição de cartola
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José Cruz

2001 – Relatório da CPI da CBF Nike – Câmara dos Deputados

“O trabalho mostra como o futebol vem sendo usado para a promoção de grandes negócios. São milhões de dólares que rolam em contratos obscuros e desaparecem. Quanto maior o contrato, mais endividadas ficam a CBF, as federações e os clubes, enquanto fortunas  privadas formam-se rapidamente, administradas em paraísos fiscais de onde brotam mansões, iates, e se alimenta o poder de cooptação e de corrupção”

Desmoralização

Uma década e meia depois dessa constatação da CPI a Justiça dos Estados Unidos desmoraliza as instituições brasileiras ao escancarar as falcatruas de cartolas da CBF, que já sabíamos. Nesse tempo de omissões, fortaleceram-se as relações de poderosos cartolas com deputados e senadores, através da conhecida Bancada da Bola, enquanto sangravam os cofres do futebol em nome do patrimônio “Seleção Brasileira”.

João Havelange renunciou ao cargo de presidente de Honra da Fifa, Ricardo Teixeira demitiu-se da CBF às vésperas da Copa 2014, José Maria Marin está com prisão domiciliar sob o comando da Justiça dos Estados Unidos, e Marco Polo Del Nero fez “demissão branca”, ontem

Havelange

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epa04707828 Brazilian lawyer Marco Polo Del Nero talks during a press conference at the headquarters of the CBF (Brazilian Soccer Confederation) in Rio de Janeiro, Brazil, 16 April 2015. Del Nero has been appointed the new president of the CBF with a four year term. EPA/MARCELO SAYAO

Entrosamento político

Tão íntimo é o entrosamento do futebol com políticos que o novo presidente da CBF é um deputado federal, Marcus Antônio Vicente. Trata-se de um saltitante politico, que já esteve na Arena – partido de sustentação à ditadura militar – PFL, PSDB, PPB e o atual PTB.

As relações do futebol com o Legislativo estendem-se através de outros dois deputados-cartolas – ou vice-versa, que dá no mesmo… –, como Vicente Cândido (PT/SP), que é diretor Internacional da CBF, e Marcelo Aro (PHS/MG), diretor de Ética e Transparência…

O entrosamento continua. Fernando Sarney é vice-presidente da CBF, sob o prestígio de seu pai, o ex-senador José Sarney, que também apoiou a ditadura. Fernando é filho dessa cultura.

Nos corredores, gabinetes e bastidores do Congresso circula como lobista o assessor legislativo da CBF, Vandembergue Machado.  Vandembergue é funcionário aposentado do Senado, amigo íntimo do presidente da Casa, Renan Calheiros, o que facilita o seu trânsito entre as excelências para fazer valer os interesses da CBF. Por exemplo, atrasar a pauta da CPI do Futebol.

Para isso, Vandembergue convence senadores, “amigos” do futebol, a se ausentarem das sessões para reduzir o quórum e inviabilizar decisões, nem sempre possíveis, pois sigilos já foram quebrados e o resultado mostra os caminhos da falcatrua. Daí o desespero de que a CPI avance.

É este conjunto de omissões propositais (?) e tráfico de influências do futebol com políticos que a Justiça dos Estados Unidos está desmoralizando de uma só vez, punindo lá fora o que o Estado Brasileiro deixou de cumprir há mais de dez anos.

 


Ministério do Esporte quer fiscalizar futebol, mas relaxa na Bolsa Atleta
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José Cruz

Impeachment na rua, economia em recessão, crises pela falta de valores éticos, desordem política e contas públicas fazendo água. Neste panorama, o Ministério do Esporte toma decisões na contramão da realidade institucional, como anunciam hoje os blogueiros Daniel Brito e Rodrigo Mattos  dilma e george

Brito publicou em seu blog que Leandrinho Barbosa, do Golden State Warriors, time da NBA, foi contemplado com Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte, enquanto dezenas de competidores aptos a disputarem os Jogos Rio 2016 estão à mingua.

Depois dos tenistas, que acumulam mais de 500 mil dólares, cada um, em premiação, só este ano, os jogadores do milionário basquete norte-americano são subsidiados pelos cofres públicos, que fechará o ano com rombo de R$ 120 bilhões!!!

Fiscalização

Rodrigo Mattos, por sua vez, publicou em seu blog que até o final do ano o mesmo Ministério do Esporte criará estrutura para fiscalizar se cartolas do futebol pagam em dia a dívida fiscal.

A medida ocorre como se os credores – INSS, Receita Federal etc – já não tivessem sistema eficiente para controlar os caloteiros, podendo até repassar ao Ministério as informações que precisa. Mas é preciso criar estrutura e, claro, cargos…

Enquanto isso…

As prestações de contas de quem pega dinheiro do Ministério do Esporte e da Lei de Incentivo se acumulam por mais de cinco anos, porque faltam funcionários, analistas. Lembrando o alerta do Tribunal de Contas da União, essa situação é incentivo para o desvio de verbas para a corrupção real.

Estes fatos demonstram a falta de rumos do esporte, apesar do dinheiro farto da última década. Apesar do comando de um ministro “especialista em gente”, George Hilton, transformado em ídolo da elite do esporte e dos cartolas. Que é a mesma de ontem e que faz o Brasil esportivo patinar na mesmice.

Mas, mais nove meses e seremos olímpicos, sem que se tenha, no mínimo, um projeto de educação física na escola. Pior, faltam até escolas!

O retrocesso é real.

Aleluia!


Paulo, filho de Joaquim Cruz, ingressa no basquete universitário dos EUA
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José Cruz

                                        PAULO JOAQUIM CRUZ                                                                           Paulo Joaquim Cruz                

                        Nascimento: San Diego, Califórnia (EUA)                     

Idade: 18

Altura: 1,93m

Peso: 95kg

Posição: Armador

              Curso: Pré-Business (Administração de Empresa), Universidade do Arizona

 “Sempre gostei mais de jogar com a bola do que correr”

Filho do brasiliense Joaquim Cruz, ouro olímpico nos 800 metros nos Jogos de Los Angeles, 1984, Paulo Cruz está longe das pistas de atletismo. É pela equipe do Arizona que ele começa a realizar o sonho da maioria dos jovens norte-americanos: jogar basquete na universidade e, quem sabe, chegar à disputadíssima elite da NBA. Indiretamente, Paulo homenageia o pai, pois foi pelo basquete que Joaquim ingressou no esporte, até mudar para o atletismo, onde se consagrou mundialmente.

Blog – Com o DNA de um campeão no atletismo, como foi esta tua guinada para o basquete?

Paulo Cruz – Iniciei no basquete bem cedo, e sempre gostei mais jogar com a bola do que correr.

A experiência de atleta do teu pai influenciou na orientação para te tornares competidor de alto rendimento?

Sim, o esporte sempre foi parte da minha educação em casa. O meu pai foi treinador do meu irmão, Kevin, e o meu irmão foi o meu treinador no basquete da Liga para crianças, na comunidade (de San Diego, onde mora Joaquim).

E como chegastes ao time universitário do Arizona?

Eu estava matriculado na escola no Arizona. Telefonei para o treinador assistente e perguntei se havia uma vaga no time. Inicialmente, ele disse “não”, porque o time já estava formado. Mas surgiu uma oportunidade ao precisarem de mais um jogador. Um amigo, que já jogava na equipe, indicou nome. Eles me convidaram após me verem jogar algumas partidas no ginásio de recreação.

Qual a tradição do Arizona no campeonato colegial?

O Arizona tem uma tradição escolar de basquete muito forte. Já chegaram quatro vezes nas quartas-de-final e venceram uma vez o Torneio Nacional Universitário. Atualmente está em 11º lugar no ranking nacional.

E a expectativa para crescer profissionalmente e alcançar um time da NBA?  

O sonho de qualquer jogador de basquete é jogar na NBA, mas no momento eu estou treinando com afinco para melhorar e para ajudar minha equipe.

Há cinco anos você esteve no Rio e treinou no Batafogo. Houve algum interesse do clube, naquela ocasião?

Eu tinha 13 anos quando eu joguei algumas partidas pelo Botafogo. Eles foram muito atenciosos e chegaram a me convidar para jogar no Botafogo, caso mudasse com minha família para o Brasil. Infelizmente a mudança não aconteceu.

Que imagem tens do Brasil e do Rio, em particular?
Eu gostei muito do Brasil e me vejo morando e jogando Basquete de lá, algum dia.

Apesar de distante do Brasil, acompanhas o desenvolvimento do basquete no nosso país?  

Muito pouco, mas o Brasil tem melhorado muito nos últimos anos e pode um dia ter um programa muito forte no basquete. Acompanho os jogadores brasileiros que jogam na NBA.

Depoimento do campeão 

220px-JoaquimCruz2007    Por Joaquim Cruz

 “O time do Arizona esteve em Los Angeles neste final de semana para um torneio, onde eu estava. Foi muito bom ver o Paulo atuar no time.

 Tive a oportunidade de conhecer o treinador da equipe, Sean Miller, e o Diretor de Esporte da Universidade do Arizona, Greg Byrne. O pai do Diretor, Bill Byrne, foi Diretor de Esporte na Universidade de Oregon, quando estudei lá, em 1984. O mundo é bem pequeno!

Eu não sei se Paulo tem noção do tamanho da oportunidade que está tendo, mas estou super-orgulhoso dele, pois ele criou a situação que se encontra neste momento. Desde criança, o Paulo tem sido independente nas decisões referente ao esporte. 

Ele disse, dois anos atrás, que algum dia ainda vai jogar pelo Brasil. Parece está no caminho certo.” 

 

Joaquim Cruz mora em San Diego, Califórnia, onde é técnico de atletismo olímpico e paralímpico