Blog do José Cruz

Arquivo : setembro 2015

Por que é tão difícil formar um tenista?
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José Cruz

Por Nilton Vale Cavalcante Filho

Tenista amador

A ITF (International Tennis Federation) indica que o Brasil tem juvenis entre os 20 melhores do mundo. Atualmente, são Orlando Luz, em nono lugar, e Luísa Stefani, em 14º. Mas, em geral, os juvenis não evoluem! E qual o motivo denão despontarem como profissionais? A CBT já se interessou saber e enfrentar esta questão?

 

A propósito da derrota do Brasil na Copa Davis, sugiro ler o blog do Fernando Meligeni. Ele sempre mostra como os tenistas brasileiros enfrentam problemas para se desenvolver. Problemas desde o financiamento da carreira, até locais de treinos e falta de treinadores.

Só para se ter ideia, a ITF aponta que mais de 80% dos tenistas pagam para jogar, como informou Alexandre Cossenza, em seu blog. “No circuito masculino, que tem 2.168 tenistas ranqueados, apenas os 336 primeiros não perdem dinheiro”. equipe-brasileira-posa-para-foto-antes-de-duelo-com-a-croacia-1442423314996_615x300

Ou seja, até o tenista chegar aos melhores rankings, eles simplesmente pagam! Em todo o mundo! Com riscos de a carreira não vingar. O que não é o caso de Bellucci, Melo e Soares, pontos já fora da curva indicada pela ITF.

Problemas

No Brasil, o sonho de um Centro de Treinamento de Tênis nunca saiu do papel. O Pan 2007 não gerou legado, e o dinheiro que a CBT recebe é mal utilizado. Além disso, poucos tenistas aposentados brasileiros se aventuram, seja como técnico, dirigente, pois não compensa.

Na prática, não há condições, estrutura e organização, para massificar o tênis, aumentar o número de jogadores e desenvolver atletas. O custo para isso é elevado.

Por exemplo, em São Paulo a média do aluguel de uma quadra de tênis é R$ 100,00, somando isso ao preço de R$ 150,00 da hora/aula do professor. o treino acaba saindo por RS 250,00 hora/aula. Apesar das possibilidades de planos para fornecer descontos, de treinando em dupla ou sendo sócio de um clube, o preço para a prática do esporte é inegavelmente caro.

Bolsa

A Bolsa Atleta não deveria ser para tenistas que estão entre os melhores do ranking mundial. Mas para os abaixo do Top 300 essa grana é bem-vinda.

Diante disso, é de admirar termos tenistas como Bellucci, Melo e Soares, porque, o tanto que o tênis é mal gerido pela CBT (Confederação Brasileira de Tênis) …

Para a Copa Davis, o nosso país não teria a menor chance se não houvesse o Bellucci. Nos últimos anos apenas Bellucci conquistou títulos de nível ATP em jogos de simples. E são títulos de nível ATP 250!

Estrutura

Acredito que para o tênis se desenvolver, a CBT deveria usar essa grana dos Correios (R$ 52 milhões, entre 2008 e 2016) na estrutura do tênis. Como? Investindo na criação de mais e mais quadras públicas, e reduzir o custo de treinamento para a iniciação e jovens tenistas, fugindo dos preços exorbitantes de alugueis, nos clubes.

Investir em escolinhas públicas de tênis, atendendo crianças de projetos sociais e disponibilizando professores em preços módicos, seria o ideal. Dinheiro para isso, na minha opinião, não falta. E a Bolsa Atleta deveria ir pra molecada de 15 a 18 anos, ainda em começo de carreira.

Na memória…

… faz 116 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF está preso, na Suíça


Tênis fracassa na Davis, apesar dos milionários investimentos públicos
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José Cruz

Em Florianópolis, torcida e piso a favor, e contra um adversário desfalcado de seu melhor tenista, Marin Cilic, 15º do mundo, o primeiro time do tênis brasileiro fracassou diante da Croácia, três jogos a um, na repescagem da Copa Davis.

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Com dores nas costas, Thomaz Bellucci (foto) desistiu do quarto jogo, quando era derrotado por Borna Coric por 2 a 1 , parcial de 4/0, no quarto set.

Em 30º lugar no mundo, Bellucci refletiu o que é o nosso tênis (seis jogadores entre os 300 melhores do ranking mundial), apesar dos R$ 33 milhões investidos pelos Correios, nos últimos três anos… R$ 52 milhões, de 2008 a 2016.

Onde estão as academias de massificação? Qual o grande projeto de desenvolvimento do tênis, que viu a “era Guga” sucumbir? E os R$ 2 milhões investidos em 2011 pelo Ministério do Esporte, “para preparar a equipe brasileira”? Quem está ganhando nessas operações de financiamento oficial?

Os resultados refletem em quadra as desconfianças na gestão da Confederação de Tênis, há três anos investigada pelo Ministério Público Federal, por suspeitas de corrupção. Algumas já confirmadas e publicadas neste blog.

Rombo no orçamento

Está aí uma modalidade que o governo pode cortar os investimentos, para ajudar a conter o rombo do orçamento federal, porque o retorno do tênis aos investimentos públicos é nulo. Sem prejuízo dos atletas, profissionais, que já estão bem supridos por bolsas, patrocínios e ricas premiações em torneios internacionais.

Na memória…

… faz 115 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF está preso, na Suíça.


A Olimpíada Rio 2016 e a farsa do legado esportivo à população
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José Cruz

“Dossiê dos Equipamentos Esportivos” será lançado na próxima terça-feira, no Rio, pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíada

Há uma realidade oposta ao discurso do “legado olímpico”, na preparação do Rio de Janeiro aos Jogos 2016, que  repercute em prejuízo da população, apesar dos bilionários investimentos públicos. Os temas já foram aqui colocados. Agora, é a vez de especialistas apresentarem o balanço.

O dossiê, que será lançado na terça-feira, abrange instalações polêmicas que, com financiamentos públicos, mudaram a utilização de espaços, até então dos atletas:Celio 2

Campo de Golfe e Parque Olímpico, na Barra da Tijuca; o Estádio de Atletismo Célio de Barros, transformado em estacionamento de luxo para a Copa do Mundo (foto); o Parque Aquático Júlio Delamare, a Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, o Maracanã e o Estádio de Remo, na Lagoa, privatizado, com redução de espaço para os atletas.

Debatedores

Gilmar Mascarenhas – Pesquisador dos megaeventos esportivos e professor da UERJ

Demian Castro – Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro

Fabiana Beltrame – Remadora, campeã mundial na Eslovênia em 2011

Solange Chagas do Valle – Presidente da Associação de Atletas e Amigos do Célio de Barros

Edneida Freire – Treinadora do Estádio de Atletisto Célio de Barros

Local: Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro
Rua Evaristo da Veiga, 16, 17º andar
Às 18h30


Tênis: um olho na Davis e outro na Justiça
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José Cruz

Brasil x Croácia abrem hoje, em Florianópolis, a série de jogos, até domingo, pela repescagem da Copa Davis.  equipe-brasileira-posa-para-foto-antes-de-duelo-com-a-croacia-1442423314996_615x300

A equipe nacional, do capitão João Zwetsch (foto, terá Thomaz Bellucci, João Souza, o Feijão, e os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo. A SporTV anuncia transmissão, a partir das 10h.

Para refrescar a memória:

Há três anos o Ministério Público Federal, em São Paulo, investiga, via Polícia Federal, denúncias de “suspeitas de corrupção” com ver pública na CBT (Confederação Brasileira de Tênis), dirigida por Jorge Rosa Lacerda, há 11 anos no poder.

As primeiras denúncias foram do então vice-presidente da CBT, Arnaldo Gomes, que comprovou as irregularidades, como o desvio de R$ 430 mil, da Lei de Incentivo. O Ministério do Esporte promoveu auditoria especial, comprovou a fraude e determinou a devolução do dinheiro, corrigido. Mas, o  dirigente não foi punido e continua gestor de verbas públicas, já que a CBT é patrocinada pelos Correios. Os valores repassados à CBT pela patrocinadora são os seguintes:

   A N O   VALOR R$
2008 / 2009  3.800.000,00
2009 / 2010  4.200.000,00
2010 / 2011  4.500.000,00
2011 / 2012  5.700.000,00
2012 / 201415.900.000,00
2014 / 201617.900.000,00
 T O T A L 52.000.000,00

Contas fantasmas

Uma das investigações do MPF é sobre o uso pela CBT de contas correntes de outra instituição, também comprovada. Com isso,  Jorge Rosa driblou a Justiça, que havia determinado bloqueio de recursos recebidos pela CBT, a fim de honrar compromissos financeiros.

O processo do MPF também recebeu informações e documentos oficiais da contabilidade da Confederação, que atestam o uso de recursos da entidade para o pagamento de contas particulares e de familiares do presidente da CBT. A demora para expedir a setença sobre denúncias de corrupção no esporte é incentivo para que gestores se convençam de que a impunidade é possível.

Taekwondo

Outra confederação investigada pela Polícia Federal é a de Taekwondo, no Rio de Janeiro, com processo no Ministério Público Federal. Este assunto será tratado em novo artigo,

 


Megaeventos esportivos consomem R$ 28 bilhões, e a CPMF vem aí
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José Cruz

A economia grega faliu oficialmente logo depois da Olimpíada de Atenas, em 2004. O Brasil decreta falência um ano antes dos Jogos Rio 2016. 

Os megaeventos esportivos não são responsáveis diretos pelas quebradeiras, mas, no Brasil, contribuíram com R$ 28 bilhões nos gastos públicos dos governos que, agora,  passam o rombo para o eleitor-pagador, via CPMF

Olimpicos

A explosão de alegria de autoridades do governo e do esporte, quando o Rio conquistou a sede dos Jogos, em 2009,  repercutia, também, um bom momento da economia brasileira. Por exemplo, registrava-se  694 mil novos empregos com carteiras assinadas. Agora, a um ano dos Jogos Rio 2016, prevê-se é a extinção de 1 milhão de vagas, até dezembro. Assim, Brasil e Grécia estão olimpicamente unidos pela mesma tragédia, inclusive na corrupção

Na Grécia

“Os Jogos foram determinantes para inflar os números na época”, disse a economista Marika Frangakis, do EuroMemo (Economistas Europeus por uma Política Econômica Alternativa), em declaração à BBC Brasil, em Londres, referindo-se à crise grega. Disse, também, que o país já acumulava gastos públicos extraordinários, que teriam se agravado “com as oportunidades de corrupção abertas na distribuição de contratos a grandes corporações”.

No Brasil

Os Jogos do Rio vão custar R$ 38,2 bilhões. Até agora, porque os reajustes do orçamento são periódicos. Desse total, 57% vêm da iniciativa privada e projetos PPP (Parcerias Público Privadas), e 43% dos governos federal, do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura carioca.

Este ano, o Ministério do Esporte já liberou 22% (R$ 715 milhões) de seu orçamento, para a preparação da Olimpíada no Rio de Janeiro e treinamento de atletas. Mais R$ 1 bilhão está reservado até o final do ano. Boa parte dessa grana serviu para honrar contas de anos anteriores, chamadas de “restos a pagar”. A conta vai longe…

Mas o governo federal participará com mais R$ 3 bilhões concedendo isenções fiscais ao Comitê Olímpico Internacional e subsidiárias. Essa isenção fiscal, aprovada pelo Congresso Nacional, via medida provisória, corresponde a 10% do rombo no Orçamento da União para 2016 (R$ 30 bi).  O mesmo ocorreu na Copa do Mundo, quando a Fifa ficou isenta de arrecadar R$ 1 bilhão, aproximadamente.

Os principais recursos públicos para os megaeventos esportivos 

     FONTE/DESTINO  R$ bilhão
Pan-Americano 2007       3,0
BNDES Estádios da Copa       3,0
Isenções fiscais – Copa       1,0
Isenções fiscais Rio 2016       3,0
ME Orçamento 2015       1,7
Orçamento –  Rio 2016    16,3
        T O T A L    28,0

E tem mais! Por exemplo, os R$ 400 milhões anuais que a Receita Federal abre mão anualmente, desde 2007, para a Lei de Incentivo ao Esporte. com boa parte de suspeitas aplicações, as tais “oportunidades de corrupção”, como dise a economista do EuroMemo. Imagine nos demais ministérios e autarquias!

Por tudo isso, a CPMF vem aí…

Na memória…

… faz 112 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF está preso, na Suíça.


Velódromo do Pan, um crime financeiro vai para a conta da CPMF
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José Cruz

Destruído no Rio e transportado para Pinhais, nos arredores de Curitiba, a remontagem do que sobrou do Velódromo dos Jogos Pan-Americanos de 2007 está orçada em R$ 22 milhões, quase o dobro da obra original (R$ 14 milhões, à época).

Confira a excelente – e triste –  reportagem  de Roberto Salim, da ESPN, que resume sobre um crime financeiro contra o patrimônio público

velodromo

Em 2013, o Velódromo (foto) foi destruído. E o piso, com madeira importada da Sibéria (R$ 2,5 milhões), não pode ser reaproveitado!  Só o transporte da estrutura, Rio/Pinhais, custou R$ 1,5 milhão. O aluguel do depósito que abriga os ferros velhos, enferrujados, custa R$ 10 mil por mês.

Enquanto isso…

O governo constrói novo velódromo para os Jogos Olímpicos de 2016. Custo da festa, R$ 150 milhões! É assim que se constrói, também, o déficit nas contas públicas, como o de agora, que enlouquece o governo e principalmente o contribuinte.

No momento em que o governo cria novos impostos, como a CPMF (Contribuição Provisória de Movimentação Financeira), tentando fechar um espetacular rombo, para o qual contribuíram os bilhões de gastos com os megaeventos esportivos, é oportuno recontar a história desse crime contra o patrimônio público.

E ninguém foi punido…

Na memória…

… faz 110 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.

 


CBF interfere na agenda Legislativa e trava a CPI do Futebol
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José Cruz

No mesmo dia em que a Justiça norte-americana anuncia que novas prisões de cartolas internacionais serão realizadas, o deputado federal Marcus Vicente (PP/ES) indagou à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara se poderá substituir o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, em caso de impedimento do distinto dirigente, como informou o jornalista Sérgio Rangel, da Folha de S.Paulo.

Espertamente, Marcus Vicente não quer largar o cargo para o qual foi eleito. O futuro presidente da CBF poderá acumular o mandato de deputado federal? Que isenção terá para se manifestar em casos que tramitem no Parlamento sobre a suspeita casa do futebol brasileiro?

Isso sem falar no diretor de “Ética e Transparência” da CBF, Marcelo Aro (PHS/MG), também deputado federal. O Congresso está infiltrado de cartolas e, agora, de agentes da CBF.

CPI do Futebol

Para encerrar o dia de coincidências, a CPI do Futebol, no Senado, suspendeu a reunião de amanhã, porque o relator, Romero Jucá, não apresentou a lista de depoentes.

Até agora, nove depoimentos foram prestados na CPI. Mas, o relator, senador Jucá, não interpelou um só depoente. Uma só pergunta foi realizada por quem tem a responsabilidade de investigar para bem relatar sobre a matéria. Pior: Romero Jucá desapareceu de algumas audiências. Em outras, assinou a presença e deixou o plenário.

Enquanto isso…

As últimas sessões da CPI do Futebol mostraram que, enquanto a assessoria da CPI manda seus assessores buscar senadores para garantir quórum deliberativo, o lobista da CBF, Vandemberg Machado, desdobra-se em telefonemas para senadores-amigos, afastando-os do plenário.

Por tudo isso, torna-se cada vez mais evidente que o futebol precisa, mesmo, de uma investigação policial, porque, na área parlamentar, está tudo dominado…  Além disso, as discussões sobre as crises política e econômica dominam o agenda legislativa, dando um chega pra lá nas questões do futebol, por mais evidentes que sejam as suspeitas de corrupção.

Na memória…

… faz 109 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.


Crise na economia: “combate ao doping” usou apenas 8,3% da verba de 2015
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José Cruz

Em oito eventos-testes pré-olímpicos  – vôlei, vôlei de praia, remo, canoagem, triatlo para-triatlo, vela e maratona aquática –  a equipe da ABCD (Agência Brasileira de Controle de Dopagem) colheu sangue ou urina de atletas. O material está em análise no LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), no Rio de Janeiro (foto). Os resultados desses exames são mantidos em sigilo, obediência a um rigoroso protocolo internacional de proteção ao atleta. A expectativa é que os laudos sejam divulgados até dezembro, antes da abertura do ano Olímpico.

LBCDopagem

Enquanto isso…

… se a crise econômica permitir, a ABCD  intensificará os exames antidoping nesta reta final da preparação dos atletas aos Jogos Rio 2016, e chegará, inclusive, às corridas de rua.

A previsão é realizar dois mil testes, segundo o diretor da ABCD, Marco Aurélio Klein. Desse total, 45% do material – sangue ou urina – são colhidos fora de competições, de surpresa. Combate ao doping é assunto de Estado.

Arrocho no orçamento

Porém, o aperto no controle dos gastos públicos imposto pela equipe econômica do governo, poderá frustrar a programação da ABCD, apesar da estrutura técnica e de apoio que montou, principalmente em função dos Jogos Olímpicos.

Para este ano, a ABCD dispõe de R$ 13 milhões no orçamento do Ministério do Esporte, para aplicar no projeto “Implementação e Desenvolvimento da Política Nacional de Controle de Dopagem”.

Porém, até 30 de agosto passado, apenas R$ 1,08 milhão havia sido gasto, efetivamente. Ou seja, nos primeiros oito meses do ano, não foram aplicados nem 10% do disponível.

Em abril, o goverrno fez cortes no orçamento da União, e o Ministério do Esporte perdeu R$ 900 milhões dos R$3,3 milhões disponíveis. Não se sabe quando dessa tesourada impactou sobre o projeto de combate ao doping. Um exame de urina no LBCD pode custar até R$ 1.000,00, dependendo da análise solicitada.

Na memória…

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Faz 109 dias que o ex-presidente da CBF está preso na Suíça, investigado por suspeita de corrupção. Mesmo assim, meia dúzia de excelências trabalha para melar a CPI do Futebol, no Senado Federal.


Boicote de atletas da canoagem não terá punição
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José Cruz

Ficou no passado o boicote de quatro atletas da equipe olímpica de canoagem  – Isaquias Queiroz, Erlon de Souza, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira -,  em evento teste, no Rio de Janeiro, sob alegação de atraso no repasse de bolsas.

Mesmo tendo sido chamado de “mentiroso” por Isaquias de Queiroz, o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini (foto), amenizou a crítica, afirmando que não houve atraso, mas um “mal-entendido”, e justificou, numa entrevista ao blog:

Joao tomasini“Estamos procurando resolver o problema de uma forma que possamos manter a evolução da equipe rumo aos Jogos Olímpicos. Cremos que houve um mal-entendido pelos atletas e buscamos o diálogo e união para o bem da modalidade”

disse o presidente da Confederação de Canoagemm. O Blog tentou contato com os atletas, mas não obteve retorno.

Tomasini contestou a crítica de que está há 27 anos no comando da Confederação. Disse que sua recondução por longo tempo se dá “pelo voto de um colégio eleitoral com representantes de federações e de clubes.”

Quais são os ganhos dos atletas de ponta, isto é, as fontes de financiamento públicas (salários, bolsas, patrocínios), e quantos atletas são beneficiados por essas fontes?

– O ganho dos atletas da ponta da Canoagem Brasileira tem como base os resultados atingidos pelos próprios, seguindo orientação de categorização do apoio financeiro (bolsa-auxílio) aos atletas, tendo como referência as regras do bolsa-atleta do Ministério do Esporte. Mais informações dos valores desse apoio e a categorização na bolsa pode ser verificado na tabela em anexo.

Atualmente a Canoagem Brasileira assiste, por meio de bolsa dos projetos via patrocínio do BNDES o seguinte número de atletas: 31 no CT Canoagem Velocidade em Curitiba, seis no CT Paracanoagem em São Paulo, 23 no CT Canoagem Slalom em Foz do Iguaçu, e os quatro canoístas do CT Canoa Masculina em Lagoa Santa (de junho/2013 a dezembro/2014) e a partir de agora com o novo projeto.

No boicote do Rio de Janeiro, os atletas alegaram que não receberam “salários”. Essa questão está regularizada?

– Os atletas nunca deixaram de receber os recursos. Enquanto o projeto do CT de Lagoa Santa ainda passava por todos os trâmites administrativos e burocráticos, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) acordou com o COB para que o Comitê assumisse o pagamento enquanto o projeto não era liberado e assim garantisse a tranquilidade da equipe no Campeonato Mundial e na preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os atletas já dispunham das minutas de seus respectivos contratos desde a véspera do Aquece Rio de Canoagem Velocidade que lhes foi entregue na sede do COB, no Rio de Janeiro, em reunião entre CBCa, COB, BNDES e os quatro atletas. Na ocasião, também lhes foi informado que os recursos já se encontravam disponíveis e que o pagamento das bolsas se daria em dez dias a partir da assinatura dos contratos.

O balanço de 2013 da Confederação apresenta débito fiscal de R$ 3,9 milhões. Quem são os credores e como está esta situação da dívida fiscal? 

– É com a Receita Federal e a dívida é originária dos bingos, contudo o montante foi parcelado pelo REFIS. Certidões negativas da CBCa em anexo.

A Academia Brasileira de Canoagem é parceira da Confederação para operar os recursos oficiais?

– A ABraCan (Academia Brasileira de Canoagem) é pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, com o objetivo promover, apoiar, favorecer e divulgar atividades de práticas e intelectuais de canoagem nas manifestações do desporto educacional, desporto de participação e desporto de rendimento, visando o crescimento qualitativo e quantitativo da Canoagem Brasileira, e têm as federações estaduais entre suas filiadas. Atualmente, com o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem – CBCa e do Ministério do Esporte e o patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, a Academia Brasileira de Canoagem mantém projetos esportivos como os Centros de Treinamentos da Canoagem Brasileira (CT Paracanoagem em São Paulo, CT Canoagem Velocidade Curitiba e, a partir de setembro o CT Canoa Masculina Lagoa Santa), além dos projetos para a participações e realizações dos eventos nacionais e internacionais.

Quais são as receitas públicas da Confederação no atual ciclo olímpico?

– As receitas públicas da Canoagem Brasileira são oriundas da Lei Agnelo Piva, no caso da Confederação Brasileira de Canoagem, e do BNDES e Ministério do Esporte no caso da ABraCan e da Federação Paranaense de Canoagem (FEPACAN).

LEI PIVA

2013R$ 2.952.018,91
2014R$ 2.902.273.59
2015R$ 3.078.000,00

 

BNDES e MINISTÉRIO DO ESPORTE

Através da Academia Brasileira de Canoagem (AbraCan) e Federação Paranaense de Canoagem (FepaCan)

FONTE201320142015A ReceberTOTAL
AbraCan  3,13  8,45   10,29   5,62   27,49
FepaCan  1,98  3,85     5,82   2,46   14,11
TOTAL 5,01 12,3  16,11  8,08  41,60


CPI do Futebol: o medo da CBF de revelar os contratos da Seleção
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José Cruz

A gravíssima situação da economia, a prolongada crise política entre os poderes da República e os avanços da operação Lava-Jato são decisivos para colocar em plano menor os debates da CPI do Futebol, por mais sérias que sejam as denúncias de corrupção na CBF. O  “7×1”,  síntese do flagelo do esporte, já ficou no esquecimento das excelências.

CPI VaziaTambém o evidente desinteresse do relator, senador Romero Jucá, jogando para “melar” as investigações, em vez de se empenhar para esclarecer as denúncias, freia o ritmo de trabalho idealizado pelo presidente da CPI, o senador Romário. Na maioria das vezes, as reuniões são vazias, como no depoimento de Andrew Jennings (foto), o jornalista que detonou o esquema de corrupção na Fifa.

Justiça

Já a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de vetar a abertura dos contratos de patrocínio da CBF na CPI é indício de que a Justiça não está convencida de que o patrimônio “futebol” foi usado para enriquecimentos ilícitos, evasões de divisas, sonegações fiscais etc – realidades identificadas nas CPIs de 2001!

Afinal, por quê esconder esses contratos que envolvem jogos da Seleção, direitos televisivos, acordos com patrocinadores etc? Por quê não escancarar a transparência e demonstrar que os negócios foram legais, lícitos? Por quê o medo?

O medo é que esses contratos revelem, por exemplo, sobre comissões, quem recebia quanto e, quem sabe, se as operações financeiras ocorreram em paraísos fiscais. Nesse caso, interesse maior da Receita Federal, claro.

Mas, escondendo os contratos, crescem as suspeitas de falcatruas. E o principal indício de que há ilegalidade resume-se na prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, já por quatro meses, na Suíça.

Enquanto isso…

…o atual cartola maior do futebol, Marco Polo del Nero, esconde-se no Brasil, onde circula com tranquilidade, como um exilado seguro na própria pátria. Mas, se sair o bicho pega…