Blog do José Cruz

Ministério do Esporte poderá voltar a ser apêndice da Educação. Será?

José Cruz

Segundo relatório do TCU

Os mecanismos necessários para uma boa governança de política pública de esporte de rendimento apresentam deficiências que podem prejudicar o alcance dos objetivos do país no que se refere ao almejado sucesso esportivo internacional”

“… há “risco de desvio de recursos públicos destinados ao esporte de rendimento”.

Enquanto isso…    dilmas

Entre as medidas para superar a crise econômica, a extinção de ministérios está na agenda da presidente Dilma Rousseff, que precisa reduzir R$ 30 bilhões em gastos administrativos e funcionais.

Nos cochichos entre políticos, o Ministério do Esporte poderá contribuir, voltando a ser  um agregado da pasta da Educação. A questão é: onde acomodar o PRB, partido do ministro George Hilton, cuja bancada garante 20 votos ao governo, nas votações na Câmara?

Equipe

Atualmente, o Ministério do Esporte tem 404 servidores, sendo apenas 86 efetivos (21, 3% do total), 234 comissionados (57,9%) e 103 em outras categorias (20,8%).  Os dados são do TCU (Tribunal de Contas da União).

Ou seja, 307 servidores estão no Ministério do Esporte de favor, ganhando bem mais que os 86 concursados, os legítimos “carregadores de piano”.

O furo

O furo nesse drible está nos “103 servidores de outras categorias”, a maioria contratada pela empresa Brasfort, há mjuitos anos prestadora de serviços de limpeza e segurança. O pessoal contratado pela Brasforte é lotado em gabinetes. Ou não, porque já há diretor em campanha para a eleição do ano que vem. Em breve, informações a respeito.

Com essa prática do drible nas contratações, comum em todo governo, os ministros fortalecem seus partidos, pois empregam amigos, correligionários, fiéis de oração, cabos eleitorais, moças bonitas, candidatos à próxima eleição etc.

Os gastos são maiores quando muitos desses “abnegados servidores” vêm de outras cidades, recebendo “ajuda de viagem” e até R$ 3 mil mensais para pagamento de “aluguel”.

Diagnóstico pra quê?

Como esta, o Ministério do Esporte não serve para nada. O próprio ministro se enquadra nessa inoperância.

Há três meses,  George Hilton lançava a primeira parte do “Diagnóstico do Esporte”, trabalho que custou R$ 4 milhões aos cofres públicos. E por que não divulga? Por que o ministro Hilton ainda não domina os temas para uma apresentação segura e festiva, como no lançamento da primeira parte, cujo roteiro foi bem decorado.

Doping

Atualmente, apenas um grande projeto é desenvolvido na pasta do Esporte, o comandado pela ABCD, Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, que emprega 21 servidores, sendo apenas um efetivo, segundo o TCU. Mas a ABCD poderia ir para a Saúde que não estaria fora de função.

Já as poucas atividades para os Jogos Rio 2016 poderiam funcionar em departamento enxuto, no MEC, pois o principal está em execução pelo Comitê Organizador da Olimpíada e pela Autoridade Pública Olímpica. No Ministério do Esporte apenas libera-se a grana para algumas despesas. Quando tem!

Em termos de economia para o governo, a ideia é ótima. Mas, em termos práticos,  é horrível, porque o diálogo entre essas pastas não existe. E demonstraria como, 13 anos depois de criado, os ministros do Esporte (Agnelo Queiroz, Orlando Silva, Aldo Rebelo e o atual, George Hilton) não conseguiram dar rumo ao setor, tornando a pasta imprescindível no contexto de governo.

Ao contrário, constatou-se corrupção pela fragilidade da sua estrutura, a ponto de ter um ministro demitido, o hoje deputado federal Orlando Silva, e provocado uma recente manifestação do TCU:

O ministério do Esporte demonstrou não ter capacidade operacional para o controle dos recursos por ele próprio repassados''

Na memória…

… faz 117 dias que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso, na Suíça

… faz 90 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte