Para que serve o estádio Mané Garrincha?
José Cruz
Estádio vetado para jogos: reprovado em duas vistorias
Ironicamente, para que serve um estádio de futebol? Depende, porque o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, serve para alojar movimentos sociais e rurais, inclusive.
Serve mais: para estacionamento de ônibus, para show de rock, para receber circos, no lado externo, para abrigar secretarias do governo no seu interior. Serve para peladas em campo “padrão Fifa”, enfim.
Mas o estádio, construído ao custo de R$ 1,8 bilhão e que recebeu jogos pela Copa do Mundo, não serve para jogar futebol. Foi vetado pela CBF para o jogo da primeira partida oficial de um clube da cidade em torneio internacional.
O jogo de terça-feira, pela Copa Sul-Americana – Brasília x Goiás – foi transferido para o Bezerrão, 30km do centro da capital. Dos quatro laudos exigidos pela Conmebol, dois foram reprovados: o dos Bombeiros e o da Vigilância Sanitária.
Assim como as demais praças de esporte de Brasília – o Autódromo, demolido, entre elas –, o estádio de futebol continua com gestão amadora, quando poderia estar gerando ganhos aos cofres do Distrito Federal.
Mais: até hoje, o custo da obra está sob suspeitas. O governador que bancou essa aberração, Agnelo Queiroz, nunca explicou em detalhes o destino dos R$ 1,8 bilhão.
Por isso, permanecem as suspeitas de que boa parte dessa fortuna foi desviada para caixa de campanha eleitoral, inclusive. Corrupção, como se costuma dizer. Também para isso teria servido a construção do Mané Garrincha.