Com bom dinheiro e pistas, para onde vai o atletismo?
José Cruz
Correu na rede que técnicos estariam se mobilizando para que Roberto Gesta de Melo voltasse à presidência da CBAt, Confederação Brasileira de Atletismo. Brincadeira, claro, que logo trataram de desmentir.
O motivo desse retorno ao passado seria o fraco desempenho da modalidade em eventos internacionais.
José Antônio Martins Fernandes, o Toninho, assumiu a presidência da CBAt há dois anos. O time que está aí foi herdado de Gesta. Que ficou 27 anos no poder! Sete ciclos olímpicos! Os dois na foto.
Houve época que faltava dinheiro para o atletismo. Hoje, faltam atletas e técnicos. Nos últimos quatro anos, a CBAt recebeu R$ 83 milhões, só da Caixa, patrocinadora oficial.
E também não faltam pistas, pois o Ministério do Esporte está colocando R$ 70 milhões em instalações, Brasil afora.
Está provado, dinheiro não é tudo. Jamaica e arredores que o digam…
E as 1.500 faculdades nacionais de educação física não estão formando técnicos, muito menos de atletismo. As carências de atletas e técnicos são reais!
Enfim, de quem é a responsabilidade para iniciar, identificar e formar atletas, no Brasil?
Do Ministério do Esporte não é. O ministro de lá entende de gente, não de atleta. No MEC, as portas estão fechadas até para o diálogo sobre esporte na escola.
Compete às confederações, formar atletas? E as federações e clubes? Há diálogo entre essas entidades para tentar suprir nossa principal carência?
Em resumo: o Ministério do Esporte liberou o financeiro e o material e esqueceu o “detalhe” humano… O resultado bate à porta a um ano dos Jogos Rio 2016.
Mas há uma esperança, porque 12 anos depois desse modelo financeiro, já se discute sobre o “Sistema Nacional do Esporte”.
Agora vai.