Tiro quadruplica gastos com pessoal, mas campeão do Pan treina em casa
José Cruz
Entre 2012 e 2015, a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) fechou convênios de R$ 7,1 milhões, com o Ministério do Esporte. Desse total, recebeu R$ 3,7 milhões, cerca de 50% dos contratos. O dinheiro destina-se à preparação da equipe de tiro rumo aos Jogos Rio 2016, com passagem pelos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em andamento.
Estranhamente, os balanços da CBTE não registram sobre os recebimentos das verbas da Lei Piva, via Comitê Olímpico do Brasil, cujo valor daria uma projeção de quanto a entidade recebe de verbas públicas.
Porém, o mesmo balanço revela que, entre 2012 e 2014, as despesas com pessoal da Confederação quadruplicaram, saltando de R$ 46 mil para R$ 171 mil.
Enquanto isso…
… o paulista Felipe Almeida Wu, que conquistou em Toronto a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, na prova do tiro de 10 m com pistola de ar, treinou no quintal e na garagem de sua casa, por falta de local adequado. A notícia foi amplamente divulgada pela imprensa, na última semana.
No estande de tiro improvisado, o alvo fica sete metros do atirador, três a menos da distância oficial da prova que o campeão pratica.
Consultei a CBTE sobre a execução dos convênios com o Ministério do Esporte, já que as verbas destinavam-se, principalmente, à preparação da equipe Rio 2016.
Foto: UOL