Lei de Incentivo ao Esporte, oito meses para o final. E daí?
José Cruz
Com R$ 400 milhões/ano, a LIE (Lei de Incentivo ao Esporte) tem desempenho frágil na captação dos recursos, em torno de apenas 30%. Por isso, a importância de sua continuidade fica sob suspeita. E, a oito meses do final da vigência dessa lei, quem está discutindo sobre o assunto?
Uma rápida análise nos relatórios de sete anos de execução da LIE observa-se que o seu objetivo maior foi desvirtuado.
a) Não visa, prioritariamente, a formação de atletas, mas a aprovação de projetos de alto rendimento e voltados para competidores já consagrados.
b) O grande objetivo, que seria a implantação de esporte no contraturno escolar, não é incentivado.
c) Não há interesse de patrocinadores em projetos sem visibilidade na mídia.
d) Poucas são as empresas que tem possibilidade de patrocinar, e, essas, temem ficar expostas ao rigor do fisco.
Na real:
a) Quantos atletas contemplados pela LIE participam de seleções nacionais?
b) Por que, oito anos depois de implantada, ainda não há incentivo para a elaboração de projetos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto as regiões mais ricas, Sul e Sudeste são as principais beneficiadas?
c) Por que o setor de análise técnica da LIE tem servidores tão despreparados?
d) Porque os projetos ''chancelados'' pelo coordenados (há algum tempo, Ricardo Cappelli e, depois, pelo Paulo Vieira) tinham prioridade de análise e aprovação, e outros, com carta de intenção e data para início dos eventos são esquecidos por até oito meses na análise?
Será que essas questões poderiam ser investigadas e debatidas pelo Conselho Nacional de Esporte, que, por sinal, ainda não foi apresentado ao ministro George Hilton?