Bebeto de Freitas: “O Brasil trabalha com a elite”
José Cruz
Por André Baibich – Zero Hora
Mas a repercussão de uma Olimpíada aqui não pode ajudar na massificação?
Acho que vai gerar interesse. Mas você não faz uma Olimpíada, gastando o que está gastando, para despertar interesse. O ponto é técnico. A massa esportiva brasileira não tem condições de ser revelada. O Brasil trabalha com a elite. Os melhores são escolhidos, mas os melhores não praticam um esporte de alto nível. Não temos esporte de alto nível no Brasil, salvo alguns. Esses recursos teriam que entrar para a massificação desses esportes. Em cinco, seis, 10 anos, você teria uma geração de novos esportistas. Jogamos fora essa possibilidade em um país jovem e com carências de trabalho. A indústria esportiva é a única que cresceu nos momentos de crise mundial. Desde 1980, ela sempre cresce. Nós estamos gastando para fazer uma cobertura maravilhosa e ter uma garagem que é um lixo. O esporte no Brasil é uma casca de ovo. Um ovo lindo, branco, só que dentro ele está podre.
Sugestão de leitura
Mais uma ótima entrevista de Bebeto de Freitas, o treinador da equipe de vôlei masculina, vice-campeã olímpica, 1984, conhecida por “geração de prata”, e campeão mundial comandando a Itália, em 1998.
Atleta, técnico e, depois, gestor do esporte, Bebeto é lembrado, lamentavelmente, nos momentos de crise, porque a imprensa mostra, hoje, o que ele já anunciava há dez anos ou mais.
A entrevista completa de Bebeto de Freitas ao repórter André Baibich, de Zero Hora, está aqui