O esporte está na lama
José Cruz
Um dia depois da divulgação do escândalo na Confederação Brasileira de Vôlei, surgiu outra denúncia bombástica, desta vez na Confederação do Tênis (CBT), cujo presidente, Jorge Rosa, usava verbas públicas do patrocínio e para fomentar o esporte no pagamento de suas contas particulares.
As afirmações são da ex-contadora da confederação, Kátia Mueller (foto). Ela apresentou documentos que confirmam a denúncia. O dossiê que Kátia elaborou, até 2012, foi entregue ao Ministério Público de São Paulo. É lá que tramita processo sobre denúncias de ilegalidades praticadas por Jorge Rosa. Há recibos de salários assinados por empregadas que trabalhavam na residência de Jorge. Elas recebiam através da CBT e até as suas demissões foram honradas pelas verbas da Confederação.
Em nota oficial, Jorge Rosa desmentiu sua ex-contadora e disse que o dinheiro usado fazia parte de um “auxílio moradia”.
Pagamentos
Enfim, a promiscuidade financeira é evidente. De tal forma que até uma empresa de confecções, em nome da mulher de Jorge Rosa, foi criada usando a estrutura administrativa da CBT, e o pagamento das taxas foi feito com dinheiro dos cofres da entidade do tênis.
Nos últimos dois anos, escrevi vários artigos sobre “denúncias de irregularidades” e um tal processo que “tramita no Ministério Público de São Paulo”, contra a Confederação de Tênis. Agora há transparência nessas denúncias. Há provas. Há depoimentos da funcionária que fazia os registros contábeis. Ela falou com segurança, apresentou documentação farta que demonstrou conhecer muito bem sobre cada registro que fez. E tudo isso já está nas mãos da Justiça e do delegado de polícia que instrui o processo com suas investigações.
Sem exageros, o esporte está na lama.