O que falta para Aldo Rebelo continuar no Esporte
José Cruz
Encerrado o recesso, Câmara e Senado voltaram a funcionar nesta semana, reta final do ano legislativo. Tivemos reuniões nas comissões temáticas, como a de Esporte, presidida pelo deputado Damião Feliciano (PDT/PB).
A pobreza nos debates e propostas mostram o distanciamento do Legislativo da necessidade se dar novos rumos à gestão do esporte. E, antes, a definição do que significa esse segmento no contexto do governo federal. Mas não há sinal de mudanças para 2015!
Foi nessa caminhada pelo Congresso Nacional, na quarta-feira, que ouvi parlamentares sobre especulações ministeriais. Por exemplo, que o ministro Aldo Rebelo deverá continuar na pasta. O que falta para isso é um pouco de “carinho”.
Aldo chegou ao Esporte para apagar incêndio provocado pelo ex-ministro, mas agora deputado, Orlando Silva, acusado de não combater farta corrupção. Foi demitido. Aldo também precisava levar o país à realização de uma Copa do Mundo sem estragos para a imagem do governo. Conseguiu, no dizer do próprio governo, para quem fizemos a “Copa das Copas”, apesar disso ter sido apenas para estrangeiro ver….
E como não tivemos catástrofes nos 30 dias de muitos jogos, gols, samba e festas, a presidente Dilma fez logo o balanço público positivo, mas a importância de Aldo Rebelo, que enfrentou as tormentas da preparação, ficou no esquecimento.
Isso, segundo dois parlamentares, teria desgostado o ainda deputado, mas sem futuro mandato, porque não disputou a eleição de outubro. Discreto e elegante, Aldo avisou que sairia independentemente do resultado das urnas presidenciais.
Mas quem o substituirá? O PCdoB continuará com a pasta ou irá para o PT ou novo partido que reforce a base aliada, com o PSB?
Na dúvida e para evitar surpresas às vésperas dos Jogos Rio 2016 é possível que Dilma Rousseff conceda afagos e reconhecimentos ao ministro Aldo para que ele permaneça. O trabalho, agora, é facilitado pela atuação da Autoridade Pública Olímpica. E para quem já conhece o processo do megaevento esportivo, Aldo seria garantia ao governo para realizar os “Jogos dos Jogos”, mas com “legado” suspeito, apenas para estrangeiro ver. Lembram do Pan 2007?
Porém, se a pasta for para outro partido, o ministro poderá ter ''afago'' com missão menos incômoda, à altura dos que foram fieis ao Planalto e ganhar cadeira de ministro no TCU (Tribunal de Contas da União). Nesse caso, Aldo estará na situação de julgar e votar sobre os gastos do governo, que ele ajudou a construir para que tivéssemos a ''Copa das Copas''.